Cemitério de Automóveis comemora aniversário no sábado
Vila cultural completa três anos de atividade neste sábado (21) e comemora com lançamento de livro, show de blues e espetáculo teatral
A Vila Cultural Cemitério de Automóveis prepara, para este final de semana, uma programação especial de comemoração pelo terceiro aniversário do espaço. O elo de união das ações programadas é o londrinense escritor, dramaturgo, poeta, ator e diretor Mário Bortolotto. O nome da Vila Cultural, inclusive, foi escolhido em homenagem à primeira companhia teatral montada por ele, ainda em 1982.
A fundadora da Vila Cultural, Christine Fernandes, explicou que as ações desenvolvidas pelo Cemitério adotam a estética de trabalho de Bortolotto, seguindo a mesma linha de construção artística e consiste num prolongamento do trabalho do diretor. “A Vila Cultural desenvolve o seu trabalho a partir destas concepções. O Mário, inclusive, participa do processo de escolha dos projetos”, lembrou.
A partir das 14h do sábado (21), Mário Bortolotto lança no Sebo Capricho seu último livro, “Um bom lugar pra morrer” (Atrito Art, 90 páginas, R$ 25). A obra traz poesias escritas por ele, nos anos 1997 e 2009.
Na página de introdução da obra, o conterrâneo Marcos Losnak escreve: ”Nos textos presentes em Um Bom Lugar Para Morrer, é possível encontrar orações silenciosas para corações desgovernados, vontades congeladas e percepções que só acontecem no escuro. Algo como aquele instante em que os olhos se fecham e a lucidez acende uma luz. Ou aquilo que acontece na cabeça das noites desesperadas, enquanto esperam o dia nascer e sussurrar alguma coisa agradável n’ouvido”.
Para a noite, o Cemitério reservou a estreia do espetáculo “Felizes para sempre”, com texto de Mário Bortolotto e direção de Sérgio Mello. A peça será encenada aos sábados e domingos, até o dia 5 de setembro, sempre às 20h30. Os ingressos, inclusive para a estreia, serão vendidos no local, por R$ 10. Estudantes e aposentados pagam meia entrada.
De acordo com Christine Fernandes, o diretor realiza estudos sobre o método de trabalho de Bortolotto há mais de três anos. “Mensalmente, ele promove oficinas no Cemitério, e esta é a primeira de três peças do autor que vão ficar em cartaz na Vila Cultural”, afirmou. As próximas adaptações serão de “Gravidade Zero” e “Diário das crianças do velho quarteirão”. Quem encena a peça é o grupo da Atrito Art Artistas e Produtores Associados (AARPA).
Após o espetáculo, ocorre no palco do Cemitério uma apresentação musical com a banda Saco de Ratos, que conta com Bortolotto no vocal, Fabio Brum e Marcelo Watanabe nas guitarras, Fábio Pagotto no baixo e Rick Vecchione na bateria. Esta é a segunda vez, desde a fundação da banda, em 2007, que o Saco de Ratos traz seu rock e blues para Londrina – a primeira foi em 2008, no próprio Cemitério de Automóveis.
Às 23h, a Bemol Blues Band começa o show de abertura. A entrada, adquirida na hora, vai custar R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia. Ingressos antecipados, pela metade do preço, podem ser adquiridos no Sebo Capricho, rua Mato Grosso, 211, e no Brechic, que fica na rua Jorge Velho, 190.
Três anos de promoção cultural
Desde agosto de 2007, quando foi fundada por Christine Vianna, a Vila Cultural Cemitério de Automóveis é uma das mais prolíficas organizações de valorização à cultura e às artes em Londrina. A casa mantém calendário com programação em diversas áreas: audições musicais, apresentações teatrais e leituras poéticas, além de ser ponto de encontro para discussões culturais, debates e palestras.
Algumas ações desenvolvidas, ao longo destes três anos, podem ser destacadas. A Vila abrigou atividades do Londrix em 2008 e 2009, foi ponto de encontro do Festival Internacional de Londrina (Filo) e desenvolveu os projetos Terça Eu Livro, de incentivo à leitura, coordenado por Herman Schmitz; Diálogos, que convida escritores e intelectuais da cidade para discutir com o público sua obra e processo de criação, além de temas importantes para a cultura geral.
Alem disso, estão na programação fixa do Cemitério a Terça Jazz e a Quinta Blues, que toda semana reúnem um público fiel, apreciador de boa música, e o Sarau Prosa, Poesia e Outras Delícias. De terça a sábado, funcionários das lojas, supermercados e outros utilizam o espaço para leituras e audição de músicas, no Leitura no Cemitério.
A agenda de atividades formativas contou com oficinas mensais: oficina de leitura dramática, de poesia e música, oficina de percussão e curso permanente de teatro. Além disso, o espaço é palco de ensaios de teatro e música para diversos grupos.
A diretora Christine Fernandes destacou, principalmente o trabalho do Cemitério em relação à literatura. “Nas intervenções de teatro e música, já conseguimos uma boa consolidação. Mas, desde a inauguração, temos demonstrado preocupação com a literatura. Acredito na literatura como transformação do ser humano”, pontuou a diretora.
“Você tem que oferecer aos outros o conhecimento que já possui. Nosso trabalho com literatura é de formação, as pessoas vão aos poucos se chegando. Com a Leitura no Cemitério, por exemplo, eu adoraria dizer que temos 100 pessoas vindo aqui todos os dias, mas ainda não é assim. É um trabalho árduo, difícil, mas nós gostamos de grandes desafios”, finalizou Christine.
A Vila Cultural Cemitério de Automóveis recebe patrocínio do Promic.




