Infestação de dengue cai novamente em Londrina
Lira apresentou índice de 4,5% em janeiro e 1,2% em abril, mas agora está em 0,4%; risco de epidemia não é descartado pela Regional de Saúde
A Vigilância Sanitária divulgou hoje (18), em reunião, os números atualizados do Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (Lira), realizado a cada três meses. Entre os dias 9 e 13 de agosto, 8.250 imóveis foram inspecionados pela equipe da Vigilância, e constatou-se que o índice de infestação do mosquito na cidade de forma geral caiu de 1,2% em abril para 0,4% neste mês.
O número está na média para esta época do ano comparativamente aos Liras anteriores. Em 2008 e 2009, os levantamentos de julho e agosto também registraram índice de 0,4%. Ao todo, 50 funcionários da Vigilância trabalharam para levantar os dados. Apartamentos e pontos estratégicos de foco da dengue, como borracharias, não são considerados para o Lira.
O índice também diminuiu em todas as regiões da cidade. Na região norte, que apresentava infestação de 0,86% em abril, o índice se fixou em 0,6%. Na região Leste, a zona mais crítica para dengue em Londrina, a infestação caiu de 2,09% para 0,47%. No Oeste da cidade, o índice de infestação era de 0,97% e agora está em 037%. A região Sul foi a que apresentou o menor índice de Londrina, de apenas 0,11%. No centro da cidade, que apresentava 1,76% de índice em abril, agora, a infestação está em 0,3%.
As regiões que mais apresentam infestações são as áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Vivi Xavier, Jardim do Sol, Parque das Indústrias e Marabá. De forma geral, todas as regiões da cidade apresentam índice considerado satisfatório pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que fixa porcentagens abaixo de 1% como satisfatórias, entre 1 e 3,9% como alerta, e, acima deste índice, como situação de risco. Os bairros destacados estão todos em estado de alerta.
O coordenador de endemias da Secretaria de Saúde, Elson Belisário, foi quem apresentou os resultados durante a reunião. Ele demonstrou que o principal foco de criação de mosquitos da dengue foram os vasos de plantas, representando 50% do total. “Com a falta de chuvas típica da estação, a atenção deve se voltar aos vasinhos, que são constantemente irrigados”, afirmou. Em seguida, vem o lixo acumulado nos quintais das casas, com 32% do total dos focos.
Belisario ainda exaltou as parcerias da Secretaria de Saúde, como um dos principais fatores para a melhora dos índices, além do próprio trabalho desenvolvido pela Vigilância Sanitária. “A parceria com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e com a cooperativa dos catadores de lixo está ajudando no trabalho de controle e combate à dengue, com as orientações sobre destinação do lixo que pode concentrar focos do mosquito”, explicou.
O diretor do programa de controle da dengue da 17ª Regional de Saúde, José Carlos Moraes, apresentou uma perspectiva mais ampla. “A regional é formada por 21 municípios e, destes, apenas um não registrou nenhum caso de dengue. Em todos estes municípios, foram registrados 2.800 casos. O Estado do Paraná representa 6% do total de casos da doença no Brasil. Se formos considerar a região Norte, a infestação é tal que pode-se considerar que a área está a ponto de uma epidemia, ou, o que é pior, de uma epidemia de dengue hemorrágica”, salientou o diretor.
“Em Maringá, foram registrados 4 mil casos; em Foz do Iguaçu, 6 mil. Para impedir que a infestação do mosquito e os casos de dengue aumentem na cidade, é importante que haja integração entre as secretarias do município. Acima de tudo, é preciso que ocorra a adesão da sociedade. O poder executivo não vai controlar a dengue sozinho, a comunidade deve se mobilizar”, completou.
O chefe da Vigilância Sanitária, João Martins, comentou as ações que serão intensificadas após a divulgação dos resultados do Lira. “Vamos reunir o comando técnico, avaliar os resultados e ações por região da cidade, e conversar com o Comitê Municipal de Controle da Dengue. Além disso, planejamos um arrastão de limpeza pela cidade, e o aumento do número de visitas para 201.209 domicílios nos próximos 70 dias”, enumerou Martins.
O diretor ainda destacou a ocorrência de mais de 1.880 casos de dengue na cidade, com duas mortes registradas no início do ano. “Não deixa de ser preocupante, se compararmos ao ano passado, que teve 104 casos. Mas, se você comparar com outras regiões do próprio estado ou de outros estados, estamos dentro de um patamar de equilíbrio. Não podemos dizer que é uma epidemia”, pontuou
O secretário interino de Saúde, Jair Gravena, também esteve presente na reunião, e aproveitou para agradecer a dedicação da equipe à realização do levantamento. “É preciso enaltecer o trabalho realizado pelos funcionários. Além disso, vale destacar a parceria com outros órgãos da Prefeitura, que têm auxiliado no controle da dengue. O programa Multitarefa, por exemplo, realizado no Novo Amparo, recolheu mais de 300 caminhões de entulho”, explicou o secretário.




