Prefeitura inicia novo ciclo na coleta de lixo em Londrina

Projeto piloto, em vigor a partir de 15 de setembro, tem o objetivo de estimular a coleta separada de materiais orgânicos e rejeitos, recolhidos em sacos de plástico diferentes
O prefeito Barbosa Neto anunciou hoje (26), durante coletiva semanal realizada na Central de Tratamento de Resíduos (CTR), que a Prefeitura de Londrina, por meio da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), vai implantar um projeto piloto de coleta de resíduos, por conta do qual, serão recolhidos de forma separada lixo orgânico e rejeitos. O novo formato da coleta atende à demanda da CTR, cuja primeira etapa vai funcionar a partir de 15 de setembro.
Barbosa Neto falou sobre a importância da conscientização sobre o depósito correto dos resíduos, principalmente pelas 800 gramas de lixo produzidos diariamente por cada pessoa. “Poucas cidades do Brasil conseguiram resolver o problema de lixo, o que não pode ser atribuído ao nosso município”, frisou o prefeito.
A etapa inicial será realizada no chamado Anel Central de Londrina, região situada entre as avenidas Juscelino Kubitscheck, Leste Oeste, Dez de Dezembro e rua Paes Leme. A área disponibiliza o serviço de coleta de segunda a sábado, a partir das 18h. “Conseguiremos detectar a quantidade exata do que é orgânico e rejeito nessa região, que já recebe o serviço de coleta diariamente. Nosso objetivo é descentralizar as ações para outros locais da cidade”, disse o presidente da CMTU, André Nadai.
Ele informou que serão distribuídos, a partir de hoje, mais de 60 mil panfletos e 3 mil cartazes do projeto, explicando o que è quais são os tipos de resíduos orgânicos, os rejeitos, como separá-los da maneira correta e quais os dias da semana destinados ao recolhimento de cada tipo de detrito.
André Nadai ressaltou que o Anel Central da cidade tem diversas subregiões: localidades com concentração de edifícios residenciais, pontos onde prevalecem as casas térreas e áreas dominadas por estabelecimentos comerciais. “Essa diversidade de características, como residências, lojas, restaurantes, lanchonetes, dentre outras. Esse foi um dos fatores determinantes para a escolha dessa região como ponto inicial da ação”, pontuou.
O presidente da CMTU esclareceu que, pelo seu perfil heterogêneo, o centro é o parâmetro mais completo para analisar as possibilidades de expansão do serviço aos demais pontos do município. Além disso, a fase experimental do projeto vai servir para mensurar, por meio de estudos gravimétricos, as diferenças na proporção entre dejetos orgânicos e rejeitos produzidos em cada subregião.
O secretário do Ambiente, José Novaes Faraco, divulgou outras medidas desenvolvidas pela prefeitura na área ambiental. “Já iniciamos um curso para melhorar o preparo dos fiscais da Sema e adquirimos duas novas motos para auxiliar na fiscalização em diversos fundos de vale da cidade. O investimento feito pela prefeitura no CTR não se compara com a utilidade desse empreendimento no futuro”, argumentou o secretário.
O professor do curso de Economia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Renato Pianoviski, cuja tese de doutorado trata justamente sobre os aterros sanitários de Londrina, Maringá e Curitiba, comentou que o CTR da cidade está à frente de muitos outros lugares do Brasil. “Em Campinas, por exemplo, o aterro, considerado o melhor do País, está interditado, mesma situação de Porto Alegre, onde não há confirmação de data para que os trabalhos comecem”, disse.
Organograma
De acordo com o cronograma do projeto, o trabalho de divulgação deve ser concluído em um período de até duas semanas. Passada a primeira etapa, a coleta diferenciada entra em prática: durante as segundas, quartas e sextas-feiras, haverá o recolhimento dos detritos orgânicos. Às terças, quintas e sábados, será a vez dos rejeitos. Materiais recicláveis continuam sob responsabilidade dos 400 catadores que trabalham atualmente nas cooperativas de reciclagem, responsáveis por realizar o programa de coleta seletiva.
Entende-se por orgânico o dejeto proveniente de restos de alimentos, dentre outros resíduos, que podem ser compostados e reaproveitados, por exemplo, como adubo. Já o rejeito consiste em um tipo de detrito não reaproveitável, por oferecer riscos de contaminação. Lixo hospitalar e materiais, para uso em higiene pessoal, são exemplos de materiais pertencentes a essa categoria.
Para facilitar a identificação, a CMTU recomenda que a comunidade recolha os rejeitos em sacos de plástico pretos. Já o material orgânico deve ser depositado em sacos de qualquer cor.
CTR
O novo Centro de Tratamento de Resíduos está sendo construído em um terreno de 10 alqueires, escolhido após amplo estudo técnico da Prefeitura de Londrina e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). As obras iniciais já estão em andamento, com investimento orçado em mais de R$ 2,5 milhões, recursos oriundos do Fundo de Urbanização da Prefeitura.
Com a inauguração da primeira etapa do CTR, programada para o dia 15 de setembro, o antigo aterro controlado, utilizado desde os anos 70, sem as medidas ambientais e salutares adequadas será, enfim, aposentado, após estar com sua capacidade de armazenamento considerada esgotada há quase 10 anos. A duração de uso do CTR tem prazo de até 30 anos.
Quando atuar em sua plenitude, o CTR vai contar com usina de separação de materiais recicláveis, orgânicos, rejeitos e de compostagem. O lixo reciclável será encaminhado às cooperativas de reciclagem, enquanto o orgânico será compostado e reaproveitado. Somente o rejeito será depositado nas valas, que terão membranas duplas de proteção, para garantir a segurança do solo e dos lençóis freáticos da região. Também, haverá um tanque para coleta e tratamento do chorume e dos gases tóxicos produzidos com a deposição dos materiais.
A primeira parte do projeto contempla uma vala com 70 mil m³, protegida por membrana dupla, e um galpão de compostagem, com 1.600 m² de área. O orçamento de 2011 prevê a conclusão do restante do empreendimento até o final do ano que vem. Estiveram presentes no evento, o vereador Ivo de Bassi (PTN) e alguns secretários municipais, além de 150 crianças das Escolas Municipais Machado de Assis e Corina Mantovan Okano.




