Cidadão

Prefeito anuncia reorganização do sistema de saúde para atender a Covid

Marcelo disse durante live que a cidade está passando o pior momento da pandemia; objetivo da reorganização é agilizar o atendimento para casos suspeitos e confirmados de Covid-19

O prefeito Marcelo Belinati e o médico pneumologista Alcindo Cerci Neto, que atua na UTI do Hospital Universitário (HU) e está na linha de frente de combate a pandemia da Covid-19 desde março do ano passado, anunciaram, na noite de sábado (29), a reorganização do sistema público de saúde e novas medidas para tentar conter o avanço da nova cepa do Coronavírus. O anúncio foi em uma live transmitida pelas redes sociais.

O anúncio foi feito após uma reunião de trabalho com os membros do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), Ministério Público Federal (MPF), 17ª Regional de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde (SMS), profissionais dos hospitais da Zona Norte, da Zona Sul, Evangélico e da Santa Casa, da 17ª Regional em Saúde. Ela foi realizada na noite de sábado (29).

O prefeito explicou que, a partir dessa semana, a Prefeitura de Londrina vai reorganizar o atendimento primário em saúde; ampliar o horário de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde exclusivas para pacientes com suspeitas de Covid-19 ou ampliar o número de unidades de saúde destinadas ao atendimento exclusivo; aumentar a testagem para detecção da Covid-19 na população e o número de leitos para Covid nos hospitais da Zona Norte e Zona sul. As medidas valerão para os próximos 30 dias, segundo Marcelo e serão apresentadas em detalhes assim que a Secretaria de Saúde terminar o estudo/planejamento.

“Estamos passando o pior momento da pandemia, desde março do ano passado. Temos menos casos, mas eles são mais graves. Os idosos estão vacinados e as UTIs, por isso quase não tem mais idosos internados. Porém, a pessoa chega na unidade de saúde com uma quadro mais delicado e mesmo não sendo internada, muitas vezes, precisa ficar em observação. Em razão disso, vamos fazer uma reorganização da saúde e durante essa semana vamos definir os detalhes dessa readequação para os próximos 30 dias”, explicou o prefeito.

Desde o início da pandemia em Londrina, a Prefeitura de Londrina já contratou mais de mil profissionais de saúde;  está investindo cerca de R$ 3,5 milhões mensais no pagamento de horas extras executadas pelos profissionais de saúde, que estão dobrando a jornada de trabalho; tem atendido mais de 100 pacientes diariamente em cada uma das cinco Unidades Básicas de Saúde exclusivas para a Covid-19, além de 500 pacientes por dia na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de referência no município, que fica no Jardim Sabará, zona oeste de Londrina.

Foto: N.Com / PML

Para o pneumologista Alcindo Cerci Neto, que também é integrante do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública, o motivo da cidade estar vivenciado um dos períodos mais difíceis talvez se explique pela junção de alguns fatores. Entre eles estão: a saturação da população com relação à manutenção das medidas preventivas ao coronavírus; a banalização do impacto de mortes devido à doença e do medo de ser contaminado; grande circulação do vírus, visto que a cada 10 testagem para a Covid-19, quatro delas dão positivo para a doença; gravidade e transmissibilidade maior da nova cepa do vírus; maior tempo de internação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI); mudança no perfil de público acometido pela doença; além da exaustão, estafa e da falta de profissionais de saúde e de leitos hospitalares.

“Hoje, temos a grande maioria dos internados abaixo dos 60 anos, com 20 a 40 anos de idade. Esses pacientes lutam mais e ficam mais tempo internados, porque têm menos comorbidades. Mas, a gente vê, muitas vezes, isso não tendo efeito, porque os jovens estão morrendo. Houve uma mudança de perfil de faixa etária muito grande, entre outras causas teve a vacinação dos idosos, a variante do vírus – que agora é mais forte – e evolui o quadro clínico de forma mais rápida e aguda, além do fato de que a população jovem se expõe mais. É dramático ver um jovem de 25 ou 30 anos morrer numa UTI depois de 30 dias internado”, disse o médico Cerci Neto.

De acordo com os dados apresentados por ele, a capacidade dos leitos de UTI exclusivos para atendimento Covid-19 está em 100%, sendo que há 136 pacientes aguardando uma vaga para serem internados. No momento, segundo o Painel COVID-19 de Londrina (dashboard), quase 60 mil pessoas já se contaminaram pelo coronavírus no Município. Destes, 55.244 se recuperaram da doença, porém outros 1.448 não tiveram a mesma sorte e vieram a falecer. Cem casos estão em análise, aguardando o resultado dos exames.

Medidas preventivas – O prefeito enfatizou o apelo para que a população, mesmo vacinada, continue a seguir as medidas de prevenção à Covid-19. O uso das máscaras faciais continua sendo obrigatório e a recomendação para lavar as mãos constantemente e usar álcool em gel a 70% ainda está valendo, assim como somente sair de casa quando for obrigatório.

Até o momento, 136.502 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e 82.927 tomaram a dose de reforço.

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Ana Paula Hedler

Gestora de Comunicação, formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, especialista em Comunicação com o Mercado pela Universidade Estadual de Londrina e Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná.

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