Prefeitura apresenta Plano de Reestruturação da Saúde para atendimento à Covid-19
Documento prevê a abertura de novas UBS para atender síndromes respiratórias, 40 novos leitos de enfermaria, mais médicos e a ampliação do serviço de remoção de pacientes graves intra-hospitalar

Após o anúncio do prefeito Marcelo Belinati sobre a reorganização da rede de atendimento à saúde, para conter o avanço do Coronavírus no Município, a Secretaria Municipal de Saúde apresentou, nesta terça-feira (1º), o Plano de Reestruturação da Saúde para o atendimento à Covid-19.
O plano prevê o trabalho em quatro frentes principais que são: abertura de mais quatro Unidades Básicas de Saúde exclusivas para o atendimento de síndromes respiratórias e ampliação do número de médicos atuantes nessas UBS; abertura de 40 novos leitos de enfermaria para Covid nos hospitais secundários e contratação complementar para a remoção de pacientes graves intra-hospitalar.

“A reestruturação pretende minimizar o impacto da sobrecarga no sistema de saúde. Temos alguns níveis de assistência em saúde e todos estão tensionados, desde o pré-hospitalar (que é o Samu) até o atendimento dos hospitais terciários. Para que a gente possa melhorar minimamente e reorganizar isso tudo, pelos próximos 30 a 40 dias, fizemos o que chamamos de Plano de Reestruturação da Saúde para o atendimento Covid-19”, explicou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.
Segundo Machado, Londrina vive um momento bastante delicado devido à pandemia, pois nos últimos dias houve um aumento de casos graves, que não conseguem transferência da Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Sabará (UPA), que é o maior atendimento porta-aberta para Covid-19 em Londrina, para os hospitais terciários.
Novas UBS Covid – De acordo com o plano, a partir de segunda-feira (7), a população contará com nove Unidades Básicas de Saúde (UBS) exclusivas para o atendimento de pessoas com suspeita ou confirmação de Covid-19 em Londrina.
Para isso, as unidades de saúde do Milton Gavetti, da Vila Casoni, do Ernani Moura Lima e do San Izidro passam a ser exclusivas para o atendimento médico de síndromes respiratórias. Além delas, continuam atendendo especificamente aos casos suspeitos de Covid-19, as UBS do do Guanabara, do Chefe Newton, do Maria Cecília, do Bandeirantes e da Vila Ricardo. Os endereços e telefones de todas as unidades de saúde estão disponível no site da Prefeitura (clique aqui).

Machado explicou que a escolha por essas unidades de saúde levou em consideração vários fatores como: a área de abrangência das UBS, capacidade de atendimento à população, o quantitativo de profissionais de saúde, a facilidade de acesso e a localização geográfica das mesmas.
Assim, os profissionais das quatro novas UBS exclusivas Covid passarão por um treinamento a partir de amanhã (2). A intenção é que as equipes estejam preparadas para auxiliar no atendimento dos casos leves da doença respiratória e possam ajudar a desafogar o número de casos que chegam até a Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Sabará (UPA).
Mais Médicos – Para ajudar a diminuir o número de casos menos graves, que dão entrada na UPA do Jardim Sabará, a Prefeitura de Londrina colocou mais médicos à disposição nas Unidades Básicas de Saúde exclusivas para as Síndromes Respiratórias. Em média, tinham dois médicos disponíveis em cada UBS, sendo que agora elas passarão a contar com três médicos por UBS. Com isso, a capacidade de atendimento das unidades se aproximará a 1.290 pacientes por dia.
O objetivo principal dessa medida é distribuir a demanda de casos leves e iniciais entre as nove UBS exclusivas para Covid-19 e desafogar a livre demanda na UPA do Jardim Sabará. Nesta última, são atendidos diariamente, em média, 450 pacientes.
Leitos – A ampliação de leitos hospitalares secundários também está no documento. Mais 40 vagas de enfermaria estão sendo criadas. A expectativa é que a partir de segunda-feira (7) os leitos já estejam em funcionamento. Dentre os 40 leitos, 30 deles serão para o Hospital da Zona Norte e 10 leitos no Hospital da Zona Sul.

Com isso, o Governo do Estado do Paraná fica responsável pela estrutura física desses espaços hospitalares, com os insumos, suprimentos e equipamentos e a Prefeitura de Londrina concede a mão de obra especializada, por meio do remanejamento dos servidores da saúde municipal. Serão cedidos ao Governo do Estado, para o trabalho nos leitos de enfermaria Covid, 40 técnicos de enfermagem e 14 enfermeiros. Eles já trabalham no município e não serão contratações novas. No momento, há 1.200 pacientes paranaenses aguardando a liberação de uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Por conta do remanejamento profissional, a Unidade Básica da Vila Brasil passará atender os pacientes no prédio da UBS do Centro (na Av. Souza Naves, 754) e os profissionais da UBS do Mister Thomas atenderão na sede da UBS do Lindóia (na Av. das Maritacas, 1.800).
SAMU – Outro gargalho constatado pela equipe técnica foi quanto à remoção de pacientes graves intra-hospitalar, ou seja, para serem deslocados da UPA Sabará para o Hospital Universitário ou ao Hospital do Coração, por exemplo. Segundo Machado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tem sofrido com o aumento da demanda e para sanar isso, o Plano de Reestruturação reorganizou o serviço. Foi assinado um contrato complementar que permitirá a remoção intra-hospitalar de 450 pacientes durante 90 dias, o que dá uma média de cinco remoções por dia.
O contrato foi feito por meio de processo licitatório, em que a gestão caberá ao Samu. O número de remoção de pacientes pode variar a depender da demanda de atendimento, mas o Samu continuará com as 13 ambulâncias nas ruas. Atualmente, Londrina conta com quatro ambulâncias a mais do que o número preconizado pelo Ministério da Saúde.
Desde o início da pandemia da Covid-19, a Prefeitura de Londrina tem investido em torno de R$ 4 a 5 milhões na contratação de profissionais terceirizados, que ajudam no atendimento de demandas trazidas com a pandemia. “A gente não consegue mais aumentar o número de leitos de UTI exclusivos para a Covid-19, porque há uma complexidade de assistência em saúde muito grande. São necessárias equipes multiprofissionais com médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros e auxiliares que não tem mais disponíveis no município e no país. Por isso, fazemos um apelo à população. Pedimos para as pessoas usarem máscara, lavarem as mãos, usarem álcool em gel, continuar se cuidando, não fazendo festa e aglomeração, para que a gente possa continuar prestando apoio e atendimento a quem mais precisa. Ainda acredito que, de forma conjunta, nós podemos evitar vivenciarmos algo pior”, desabafou o secretário municipal de saúde de Londrina.
Vacina – Segundo o último levantamento oficial da Secretaria de Saúde, 137.132 pessoas receberam a primeira dose da vacina contra o Coronavírus e 84.491 receberam a dose de reforço. No momento, está aberto o agendamento de horário para as pessoas com 58 a 59 anos de idade e para aqueles com comorbidades elencadas no Plano Nacional de Imunização e profissionais da Assistência Social. De acordo com Machado, Londrina tem recebido novas doses da vacina semanalmente, o que pode agilizar a vacinação do público em geral.
O Plano de Reestruturação da Saúde para o atendimento Covid-19 é resultado de um trabalho integrado realizado pela Prefeitura de Londrina com diversos órgãos públicos e entidades privadas. Ele vem sanar os pedidos elencados na reunião do último sábado (30), realizado por Marcelo Belinati e membros do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), Ministério Público Federal (MPF), 17ª Regional de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde (SMS), profissionais dos hospitais da Zona Norte, da Zona Sul, Evangélico e da Santa Casa, da 17ª Regional em Saúde.