As unidades da Warta, do San Izidro e do Piza integram a rede, pois atingiram os itens necessários para certificação do Ministério da Saúde
Londrina é exemplo quando o assunto é amamentação. Três Unidades Básicas de Saúde receberam hoje (9) esse reconhecimento pelo Ministério da Saúde. A solenidade que regulamenta as atividades da Rede Amamenta Brasil na cidade foi realizada no auditório do Sindicato do Comércio Varejista de Londrina e Região (Sincoval), localizado na rua Ana Néri, número 300.
As unidades da Warta, do San Izidro e do Piza integram agora a Rede Amamenta Brasil, que tem como objetivo contribuir para aumentar os índices de aleitamento materno no país.
Além de Londrina, mais seis cidades tiveram suas unidades certificadas pelo Ministério hoje. São elas Alvorada do Sul, Cafeeira, Centenário do Sul, Jataizinho, Miraselva e Prado Ferreira. Ao todo foram 11 Unidades Básicas de Saúde certificadas. É a primeira vez que o estado do Paraná tem as suas unidades reconhecidas.
Para que a unidade de saúde seja certificada, ela precisa cumprir os seguintes critérios: garantir a participação de, no mínimo, 80% da equipe na Oficina de Trabalho em Aleitamento Materno ; monitorar os indicadores de aleitamento materno daquela unidade, concretizar pelo menos uma ação pactuada no fim da oficina e ter um fluxograma de atendimento à mãe no período da amamentação.
O prefeito Barbosa Neto agradeceu ao empenho de todos os presentes para que o projeto se tornasse referência. “Programa de referência nacional que nasceu aqui em nossa cidade e que possui esse olhar importante para o aleitamento, possibilitando esse número fantástico de 40% de nossas crianças sendo amamentadas”, enfatizou.
“Esse é um momento de alegria e de reconhecimento de um trabalho. Trabalho que promove a amamentação, que é a alimentação saudável recebida na idade mais tênue, quando é mais necessária”, finalizou o prefeito.
A coordenadora técnica da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Elsa Giugliani, destacou a importância do programa. “Aqui nós encontramos uma política voltada para a atenção básica, cujo modelo estava dando certo, achamos apropriado elaborar, assim, esse projeto e assumir o desafio de levá-lo para todos os cantos”, disse Elsa Giugliani.
A coordenadora técnica da Saúde da Criança e Aleitamento Materno ainda lembrou que após a certificação os esforços devem continuar. “A rede Amamenta Brasil é um processo, todo ano o certificado precisa ser renovado, visando continuar com a atenção diferencial à mulher e à criança”, enfatizou Elsa.
A diretora da 17º Regional da Saúde, Djamedes Garrido, lembrou o avanço do estado do Paraná na questão do aleitamento. “Em nível de estado hoje despontamos na frente dos outros. Somos agradecidos por essa meta atingida, que realiza realmente a questão da saúde básica e esperamos que esse empenho cresça e se espalhe cada vez mais”, disse Djamedes.
A secretária Municipal da Saúde, Ana Olympia, destacou que esse é apenas o início de uma trajetória vitoriosa. “Sou uma das tutoras do programa e sei que essa é realmente uma metodologia diferente, que faz a gente olhar para a situação não só com olhos para o aleitamento, mas para dentro da família como um todo, tentando apoiar ao máximo a mulher”, destacou.
A secretária ainda elencou o avanço no número de crianças de zero à seis meses que recebem amamentação materna. Em 2002 o número estava em 21%, em 2008 em 33,8% e em 2010 o número já era de 40,56%. “É notável a diferença nos índices e é preciso agradecer à doutora Elsa e à equipe de saúde”, disse Ana Olympia.
A coordenadora do Comitê de Aleitamento Materno de Londrina, Lilian Poli, lembrou que esse evento veio para coroar todo o trabalho desenvolvido em Londrina. “Coroa os esforços das Unidades Básicas de Saúde. Esse projeto tem um papel importante por mostrar que o aleitamento é importante para a mãe, para o filho e para a sociedade como um todo, que contará com adultos mais saudáveis”, enfatizou.
A coordenadora lembrou a origem da Rede Amamenta Brasil. “A rede foi gestada em Londrina, com base em uma tese de doutorado desenvolvido em 2005, e em 2007 foi feito o convite, pela doutora Elsa, para que o projeto fosse estendido nacionalmente”, disse. Lílian destacou ainda que a cidade ganhou notoriedade com o projeto. “Londrina fez se representar nacionalmente construindo essa proposta em conjunto com o Ministério da Saúde”, enfatizou.
Durante a certificação o grupo operacional que deu início à rede Amamenta Brasil e a coordenadora técnica da Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Elsa Giugliani, receberam flores como homenagem. O prefeito Barbosa Neto também recebeu um buquê de flores em nome de sua mulher, Ana Laura Barbosa, considerada madrinha da Rede Amamenta Brasil.
Rede Amamenta Brasil
A base para a Rede Amamenta Brasil surgiu da vivência do currículo integrado do curso de enfermagem da UEL, que resultou em uma tese de doutorado, que propõe um novo olhar sobre o ensino de aleitamento materno. Essa proposta foi concretizada inicialmente por meio do projeto “Formação de Profissionais de Saúde para a Prática em Aleitamento Materno de Londrina”, apresentado e aceito pela Secretaria Municipal de Saúde em janeiro de 2006. A partir de então, foram desenvolvidas oficinas de trabalho para aleitamento materno na cidade.
Considerando a experiência da cidade, o Ministério da Saúde, através da Área Técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno solicitou a construção de um projeto em nível nacional. Para isso, foi formado um grupo de trabalho composto por 11 membros, entre profissionais da Autarquia Municipal de Saúde, da UEL e da Unifil, para conceber, elaborar, desenvolver, aplicar e disseminar o projeto em todo o país.
Graças à postura e ao esforço desses profissionais, Londrina fez-se representar nacionalmente, e é hoje referência nacional no trabalho de amamentação na atenção básica.
Fotos:Luiz Jacobs.
