Grafite nos muros melhora o visual do Cemitério São Pedro
Muros do lado da avenida Rio de Janeiro e da rua Professor João Cândido receberam obras de artistas de Londrina e de diversas outras cidades
Quem passou ao lado do cemitério São Pedro no último final de semana, não importando a idade, parou ao menos um minuto para assistir a pintura dos muros.
Aproximadamente 30 grafiteiros participaram do II Encontro de Grafite de Londrina, apoiado pela Prefeitura de Londrina, por meio da Acesf e da Secretaria de Cultura, e levaram aos muros do cemitério muita cor, chamando atenção dos passantes.
O grafite é uma manifestação artística integrante do movimento hip hop, uma arte considerada o “grito da periferia”, e por isso ainda bastante discriminada, mas que aos poucos começa a ganhar mais espaço na sociedade. Os desenhos apresentam cores e temas marcantes, mas nesse local em especial, os grafiteiros buscaram um visual mais clean, menos agressivo, por ser o muro de um cemitério.
O trabalho foi coordenado pelos artistas Hugo e Carão, que são londrinenses e reuniram neste evento grafiteiros diversas cidades do Paraná e até de outras partes do mundo. Segundo Carão, que também é tatuador, a inspiração do grafiteiro vem de todo lugar. “Eu busco inspiração em tudo o que vejo, um outdoor, uma combinação de cores, eu olho e vejo que aquela combinação é legal para usar em meus desenhos”, explicou o artista.
Há mais de dez anos grafitando, Carão tenta sempre fazer desenhos diferentes, coisas distintas umas das outras. “Tento sempre fazer algo que nunca fiz, sempre mais difícil, para estar sempre evoluindo dentro da arte”, contou o artista que tem trabalhos espalhados por vários pontos da cidade, São Paulo, Rio de Janeiro, e até pela Europa.
Sobre o preconceito sofrido, Carão conta que o grafite ainda é considerado uma pichação. “Infelizmente as pessoas vêem jovens e latas de tinta e já acham que é pichação. E não é nada disso, como todos podem ver, o trabalho é bem realizado, é um trabalho difícil de ser realizado”, complementou.
O resultado final, segundo a superintendente da Acesf, Luciana Viçoso, foi muito bom, como a organização esperava. “Ficamos contentes com o resultado, que também está sendo aprovado pela população, que tem demonstrado isso apreciando a pintura”, contou.
A superintendente também informou que os grafiteiros concluíram a pintura do muro do lado da avenida Rio de Janeiro, mas a parte que fica na rua Professor João Cândido não pôde ser finalizada no domingo. “Os artistas londrinenses se comprometeram a terminar de preencher os espaços em branco durante os finais de semana”, informou Luciana.
Outras manifestações do movimento hip hop também tiveram seu espaço durante o evento. No sábado à tarde, o grupo de rap londrinense Pira-Pura, o Mc W e um grupo de Bboyz animaram os artistas e os transeuntes que passavam pela avenida Rio de Janeiro, onde estava acontecendo o evento, com música de batidas marcantes e dança.
O projeto contou ainda com a colaboração de várias instituições e órgãos, como a Unopar, o Instituto Cultural Brasil – Estados Unidos, a Serquip, Gram, Unipax, Sanepar e Central Póstumos, que auxiliaram na compra da tinta branca que serviu de fundo para as pinturas, feitas com as tintas dos próprios artistas.
Fotos: Luiz Jacobs




