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Educação realiza palestras virtuais na Semana de Combate ao Abuso Sexual

Atividades são alusivas ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, instituído em 18 de maio

A Secretaria Municipal de Educação (SME) realiza, a partir desta segunda-feira (16), a Semana de Combate ao Abuso Sexual. E dentre as ações programadas, haverá duas palestras virtuais, abertas ao público em geral. Na segunda (16), as psicólogas Alessandra Rocha e Cristina Fukimore abordarão “Estratégias pedagógicas para a prevenção e o enfrentamento ao abuso sexual infantil”; e na quarta-feira (18), a promotora de Justiça Susana de Lacerda discute o tema “Combate ao abuso sexual infantil: como identificar sinais?”.

Foto: Divulgação/SME

As duas atividades serão transmitidas pelo Youtube da Gerência de Formação Continuada da SME, das 18h às 19h. Para emissão de certificado, é preciso fazer inscrição pela Escola de Governo da Prefeitura de Londrina, utilizando a chave “RCASI-2022”.

Em 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, cidades de todo país intensificam as ações para sensibilizar a população sobre o tema.

Na rede municipal de ensino, esse trabalho é conduzido ao longo de todo o ano, com atividades formativas para professores, acompanhamento de alunos em situação de vulnerabilidade e outras iniciativas. “A escola é um lugar de proteção. E nossos professores, com a sensibilidade que têm, recebem formação para saber como identificar qualquer situação que a criança esteja passando em que demonstre tristeza, mudança de comportamento, e a gente atua para descobrir como ajudar essa criança”, citou a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes.

Uma das atividades previstas pela SME e demais serviços que integram a Rede Intersetorial de Proteção da Criança e do Adolescente será realizada na quarta-feira (18). A partir das 9h, está programada uma blitz educativa na Avenida Guilherme de Almeida. Alunos das escolas municipais da região sul confeccionaram girassóis, que são o símbolo da campanha nacional, e levarão as flores em E.V.A. da sede do CRAS até o CREAS, na antiga Pavilon.

Enquanto isso, os professores e demais profissionais dos serviços de proteção à criança e adolescente farão abordagem da comunidade presente nesses locais, esclarecendo sobre os canais oficiais para denúncia e formas de violência que devem ser notificadas.

A coordenadora de Mediação e Ação Intersetorial da SME, Martinha Clarete Dutra, explicou que essas atividades formativas já fazem parte do currículo da rede municipal, pois as escolas são espaços em que as situações de violência podem ser identificadas ou relatadas pelas vítimas e testemunhas. “A nossa rede trata o ano todo da prevenção e enfrentamento da violência contra criança e adolescentes, com cursos de formação continuada a todos os professores. Mas nessa campanha pelo Dia 18 de Maio, o enfoque é maior na violência sexual”, disse.

A primeira palestra, de segunda-feira (16), trará as psicólogas integrantes do Projeto Tartanina e autoras dos livros “O Segredo da Tartanina”, que enfoca na proteção e prevenção contra o abuso sexual infanto-juvenil, e “O Tesouro de Tartanina”, que trata do bullying para esta mesma faixa etária.

“Vamos abordar essas questões e como o professor pode, transversalmente e no dia a dia escolar, tratar dessas questões, ensinando a criança que o corpo dela não pode ser tocado indevidamente, seja por conhecido ou desconhecidos. A criança precisa aprender a diferença entre afeto e abuso, e ser encorajada para que tenha confiança de contar. É preciso reconhecer, resistir e relatar, ou seja, a criança deve aprender a identificar o abuso, aprender a se safar e, caso ocorra, saber relatar a alguém de sua confiança”, destacou a coordenadora da SME.

Já na transmissão de quarta-feira (18), serão discutidos quais sinais uma criança ou adolescente pode demonstrar caso tenha sofrido violência sexual. “Há crianças que verbalizam fluentemente, outras, pelo medo e trauma, acabam não falando, por conta até do risco de represálias. Então vamos abordar mais as crianças que não têm essa fluência, explicar o cuidado na abordagem, a importância de respeitar sigilo. Devemos acolher e aprender a não interrogar a criança, para ela não reviver aquele momento doloroso. Inclusive, o fluxo interno da SME prevê a orientação da equipe de professores, para que todos saibam a conduta a ser adotada diante de sinais e indícios de violência. Não cabe a nós investigar os casos, mas devemos reportar adequadamente e, sobretudo, com sigilo”, reforçou Dutra.

Qualquer professor ou funcionário de uma escola que suspeitar ou souber que uma criança e adolescente foi vítima de violência, deve comunicar o gestor da unidade, que fará o encaminhamento ao e-mail institucional específico da Coordenadoria de Mediação e Ação Intersetorial (Comai). “A escola repassa para nós, da Comai, e checamos com outros órgãos do sistema de garantia de direitos, como o CRAS, NUCRIA ou CREAS. Muitas vezes uma situação de violência que se identifica na escola já está em andamento por outro serviço, por isso fazemos esse contato. E, caso ninguém tenha recebido esse caso, nós notificamos ao Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação, o Sinan, e seguimos o fluxo municipal”, detalhou a coordenadora.

Esse fluxo foi instituído pela lei municipal nº 13.262 de 2021, que trata da Política Municipal de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes. O documento normatiza e organiza o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, cria mecanismos para prevenir e coibir a violência, além de estabelecer medidas e proteção aos menores de 18 anos.

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