Capacitação em Cuidados Paliativos reúne 550 profissionais da saúde
Após conclusão da fase presencial, próximas atividades serão on-line, ministradas através da plataforma da Escola de Governo; intenção é treinar trabalhadores para paliativismo
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No último sábado (9), a Prefeitura de Londrina encerrou as atividades presenciais da primeira Capacitação em Cuidados Paliativos ministrada gratuitamente no Município. A atividade aconteceu no Teatro Marista, das 7h às 13h, e contou com a presença de 550 profissionais da saúde e do secretário municipal de Saúde, Felippe Machado. A partir de agora, o curso terá continuidade de forma on-line, sendo que as aulas já estão disponíveis na plataforma da Escola de Governo da Prefeitura de Londrina (clique aqui).
O objetivo é ampliar os conhecimentos dos profissionais da saúde acerca do que é cuidado paliativo, assim como instrumentalizar as equipes na abordagem desses cuidados e qualificar o trabalho em rede. Consistindo em um conjunto de práticas, os cuidados paliativos visam oferecer dignidade, melhora da qualidade de vida e diminuição do sofrimento e da dor dos pacientes com doenças incuráveis, em quaisquer estágio, até a terminalidade da vida.
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“Os cuidados paliativos são uma camada extra de cuidado, de proteção e alívio de sofrimentos físicos, espirituais ou emocionais. Então, diante de qualquer doença ou agravo que ameace a continuidade da vida, é importante que o paciente e a sua família sejam atendidos por uma equipe que tenha esse olhar paliativo, para poder fazer a prevenção e o alívio do sofrimento. Estar em cuidados paliativos não significa que você não vai mais tratar da sua doença e que não vai ter terapias para modificar o curso da doença, mas é saber que você terá uma equipe olhando para seus possíveis sofrimentos, antecipando os problemas e dando maior conforto, dignidade e qualidade de vida”, explicou a médica supervisora da Residência de Medicina de Família e Comunidade (MFC), Beatriz Zampar.
Para falar sobre o assunto, foram convidadas a psicóloga Tatiana Brum Mendes; a médica Sonia Maria Coutinho Orquiza; a advogada Franciane Campos; a enfermeira Inês Gimenes Rodrigues e a assistente social, Alexsandra Moreira. A ideia foi mostrar a importância do trabalho da equipe multidisciplinar. Entre os profissionais envolvidos nos cuidados paliativos devem estar o médico, a equipe de enfermagem, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, assistente social, farmacêutico, dentista, agente comunitário de saúde, educador físico e outros que atenderão o paciente. Juntos, eles buscarão melhorar o conforto físico do paciente, amenizar sua dor e incômodo, diminuir o mal-estar causado pela doença ou pelo tratamento, e oportunizar mais qualidade de vida para ele e seus familiares. Por isso, os cuidados paliativos não devem ser iniciados somente na fase tardia da doença.
Estão sendo treinados, para esse atendimento, os trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde, do Hospital Universitário da UEL (HU/UEL), do Hospital da Zona Sul, Hospital da Zona Norte, Hospital do Câncer de Londrina (HCL), Unimed Londrina e de outros lugares. O curso tem apoio do Instituto Palliare e da Residência de Medicina de Família e Comunidade (MFC), e está dividido em seis módulos, sendo três deles ministrados presencialmente e três de forma on-line. Em cada módulo, os participantes precisam responder a um questionário avaliativo.
Entre os conteúdos repassados estão a importância do trabalho em equipe e do autocuidado; as definições do cuidado paliativo; a abordagem e as dimensões sociais, espirituais, emocionais e físicas; e o que pode ser feito no manejo de sintomas (como dor, falta de ar, náuseas, vômitos, constipação, depressão, ansiedade, feridas na pele, entre outros). Os alunos também recebem conhecimento sobre bioética, diretivas antecipadas de vontade, luto, abordagem familiar e aspectos nutricionais.
A capacitação é o primeiro passo para o aperfeiçoamento dos trabalhadores da saúde em Londrina. A ideia é que um programa municipal seja implementado na cidade. Para isso, o próximo passo dos organizadores é montar um Grupo de Trabalho Intersetorial, em que um representante de cada serviço de saúde participará. Entre eles, os profissionais da Atenção Primária, da Urgência e Emergência, da Regulação, da Atenção Domiciliar e dos Hospitais Terciários e Secundários. Assim, juntos, eles devem estabelecer os fluxos de trabalho e a organização dos serviços em rede.