ECOH tem encontro com o narrador e pesquisador Giuliano Tierno nesta quarta-feira (17)
Evento no SESC Cadeião tem como tema o cansaço provocado pelo bombardeio de informação e a exposição excessiva na vida moderna
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Os efeitos do excesso de informação que a tecnologia faz chegar até nós são preocupação frequente no dia a dia e objeto de muitos estudos e pesquisas científicas. Nesta semana o ator britânico Tom Holland, protagonista da última aventura do Homem Aranha no cinema, anunciou que vai dar um tempo das redes sociais para preservar a saúde mental. Ele não a primeira celebridade a tomar a decisão. O estresse e o cansaço aos quais estamos submetidos atualmente são o ponto de partida do encontro com o narrador e pesquisador Giuliano Tierno, de São Paulo, com o tema “Des-cansarmos em tempos de guerras: afirmar o conto, suspender o discurso”, nesta quarta-feira (17), às 19h30, no Sesc Cadeião (Rua Sergipe, 52, Centro).
A apresentação seguida de bate-papo propõe pensar saídas para o problema. “O desejo de falar sobre descansarmos veio da percepção do bombardeio de informação. A metáfora bombardeio não é à toa. Estamos vivendo um mundo bélico, de narrativa bélica. O mundo ocidental é marcado pelo armamento, pela invasão, pela guerra, mas a gente está num ápice disso, de uma subjetividade bélica. Eu comecei a prestar atenção no esgotamento do corpo. Num diálogo com muitos autores e pensadores do nosso tempo, percebi que a saturação, o esgotamento, é intencional e a causa, muitas vezes, é o excesso de informação. Preocupa também a excessiva necessidade de discursar sobre as verdades que circulam pelos nossos corpos e na construção social de cada um”, explicou Tierno.
Para o pesquisador, uma das maneiras de nos fortalecer para enfrentar um modo de vida opressor, é contar e ouvir histórias, algo ancestral que pode trazer mais vitalidade ao mundo contemporâneo.
“A proposta da conversa no ECOH é trazer um pouco da dimensão dos contos como operadores do descanso. Como disse o filósofo Walter Benjamin, assim como o sono é a abstenção física, o ócio é a abstenção psíquica. Podemos localizar a ideia de ócio nesse estado em que esquecemos de nós para entrar no outro real possível. É sobre isso que vou versar”, acrescentou.
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Giuliano Tierno tem uma trajetória muito rica de prática e estudo da narrativa oral. É doutor e mestre em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP; contador de histórias e pesquisador na arte narrativa em contexto urbano; autor de publicações acadêmicas na área de arte e educação e de livros de conto, como Quintal, pela Editora Globo; organizador do livro A Arte de Contar Histórias. Abordagens poética, literária e performática; coordenador de Artes do Colégio Augusto Laranja; idealizador, coordenador e professor do curso de pós-graduação lato sensu A arte de contar histórias; professor colaborador do Instituto de Artes da Unesp; cofundador do espaço cultural e de formação A Casa Tombada.
Ele já participou do ECOH em edições anteriores e revela sua percepção sobre o festival. “O ECOH é uma referência fundamental para todo pesquisador, pesquisadora, artista da palavra. O nome é muito feliz. Fala da ideia de ecossistema, de uma diversidade, do eco das vozes que a gente pode escutar a cada edição. É uma polifonia permanente, mantida pela curadoria (Claudia Silva e Dani Fioruci). São vozes diversas, nem sempre consoantes, às vezes podem ser até dissonantes, mas sempre com um respeito profundo pela vida. A palavra, na sua diversidade, pode expandir a experiência humana, esticar horizontes. Como diria o poeta Manoel de Barros, o ECOH é um grande ‘esticador de horizontes’.”
Apoio – O 11° ECOH tem o apoio institucional da Copel – Companhia Paranaense de Energia e é um projeto aprovado pelo Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Governo do Estado do Paraná.
O projeto conta ainda com o apoio da Casa de Cultura da UEL – Universidade Estadual de Londrina, Espaço AML Cultural, Prefeitura Municipal de Londrina | Secretaria Municipal de Cultura, Sesc Paraná, Vila Cultural Alma Brasil, Vila Cultural Casa da Vila e Livraria Olga.
Texto: N.Com com informações da Assessoria de Imprensa