GT debateu igualdade racial na segurança pública

A próxima reunião será no dia 23 de abril para discutir como será a capacitação dos profissionais da área de segurança
O Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo (GT) esteve reunido ontem (9) na Central de Atendimento ao Cidadão do Ministério Público para discutir a questão do papel da segurança no enfrentamento ao racismo. Os integrantes trazem à tona questões de igualdade racial por meio de discussão, sensibilização e capacitação de servidores públicos que atuam especialmente nas áreas da educação, saúde e segurança pública. Estiveram presentes representantes da Polícia Civil, Militar, Secretaria de Defesa Social, Saúde, Educação e membros da sociedade civil.
No ano anterior o GT Racismo promoveu seminários e debates com professores da rede municipal e estadual de educação juntamente com profissionais da área da saúde, enfatizando nesses encontros a questão do racismo institucional, que ocorre quando uma organização pública ou privada não consegue fazer um serviço adequado a uma pessoa por causa de sua cor, cultura ou origem étnica.
O coordenador do GT e promotor de Justiça do Ministério Público, Paulo Tavares, afirmou que as reuniões servem para serem trocadas experiências e serem dadas sugestões. “Esse espaço é muito importante para que sejam levantados relatos e a partir daí nós podemos pensar as ações que serão feitas para o combate ao racismo, pois, o custo da violência é maior do que o da educação.”
Tavares ressaltou que, em geral, o racismo institucional acontece de forma inconsciente, a partir de estereótipos racistas que se mostram nas atitudes dos profissionais e que permeiam as atividades das organizações, sem que seus integrantes e dirigentes percebam. Ele contou ainda que de acordo com o Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (CEBELA) houve um aumento de 29,8% de mortes relacionadas à pessoa negra.
A gestora municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Fátima Beraldo, afirmou que o primeiro passo é dar assistência às vítimas que sofrem preconceito. “Temos observado que a pessoa que é vítima de racismo precisa primeiramente de um acompanhamento psicológico antes da questão criminal. A legislação já existe, o que resta é apenas ser cumprida.” A gestora destacou também que deve haver maior incentivo à Lei 10.639/2003 que visa implementar no currículo das escolas a história e cultura afro-brasileira.
Foi definida uma Comissão que debaterá o que será abordado na capacitação que será realizada com os profissionais da área de segurança. A próxima reunião será feita na Central de Atendimento, às 9h, para definir as ações que serão realizadas, palestrantes e quem irá participar.
Integram o GT de Combate ao Racismo, a Secretaria Municipal de Educação, o Núcleo Regional de Educação, a Secretaria Municipal de Saúde, a Gestão de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, o Núcleo de Estudos Afro-Asiáticos (NEAA), a Universidade Estadual de Londrina, o Centro de Direitos Humanos, a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos e Garantias Constitucionais, da Saúde Pública e da Saúde do Trabalhador e representantes da sociedade civil organizada.
Fotos:N.com




