Cidadão

51ª Sessão Kinopus exibe quatro curtas dirigidos por mulheres nesta quarta (26)

Evento, que tem entrada gratuita, será às 19h, no Sesc Londrina Cadeião; Programação inclui dois curtas-metragens patrocinados pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic)

Nesta quarta-feira (26), a Sala de Espetáculos do Sesc Londrina Cadeião (Rua Sergipe, 52) recebe a 51ª Sessão Kinopus. De forma semelhante às edições anteriores, o cineclube irá exibir quatro curtas-metragens dirigidos por mulheres, dando destaque às londrinenses Maria Vitória Ticiani e Raíssa Bessa, com os filmes “Eu Acho que Vou Morrer” (2022) e “Urbex – Espaços Abandonados Londrina” (2022). As sessões terão início às 19h, com entrada gratuita. A classificação indicativa dos curtas é para públicos maiores de 12 anos.

O cineasta e responsável pelo projeto, Rodrigo Grota, explica que a Sessão Kinopus trabalha ativamente para que o audiovisual londrinense – sobretudo os projetos dirigidos, roteirizados e interpretados por mulheres – ganhe cada vez mais destaque entre o público do município. “Sempre que temos a oportunidade de reunir o público para exibições da Sessão Kinopus, é mais uma chance que temos de estimular o trabalho de mulheres que vivem e fazem pulsar o audiovisual londrinense. Temos muitas artistas incríveis aqui na cidade, trabalhando em funções como direção, roteiro, produção, direção de arte e de fotografia e trilha sonora. Então, nosso objetivo é que a Sessão Kinopus contribua para que haja uma mudança no pensamento, e acredito que estamos no caminho certo. Editais como o Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), da Secretaria Municipal de Cultura de Londrina, também têm contribuído muito nesse sentido, sendo inclusive um dos financiadores de dois dos curtas que vamos exibir amanhã”, contou.

Ainda segundo Grota, a Sessão Kinopus também tem o propósito de contribuir para a profissionalização do cinema independente em Londrina. “Pensamos as sessões a partir de uma temática ou característica que seja comum entre os filmes a serem exibidos. Nesse sentido, já realizamos algumas sessões apenas com filmes de autoria feminina. Isso demonstra que, cada vez mais, há uma igualdade de gênero em meio à produção local, sobretudo porque os últimos editais do Promic se atentaram para essa divisão de recursos mais igualitária. No entanto, ainda precisamos de mais mulheres e de mais diversidade em seu sentido mais amplo nas demais atividades de um set”, afirmou.

Divulgação

A ficção “Eu Acho que Vou Morrer”, de Maria Vitória Ticiani, é um dos curtas-metragens patrocinados pelo Promic. O filme, que é o primeiro trabalho de Ticiani como diretora e roteirista, retrata a ansiedade e o papel da mulher na sociedade. “Meu objetivo com o curta sempre foi trazer à tona uma discussão sobre saúde mental e, ao mesmo tempo, buscar uma reflexão sobre como boa parte da sociedade enxerga as mulheres consideradas ‘fortes’. Mulheres que dão conta de tudo: casa, trabalho, família e etc. Desde o início, quis fazer este filme para um público geral, e não há grandes reviravoltas, inovações ou surpresas, tudo é bem sugestivo. Mas existe o envolvimento emocional, a conexão com a personagem. É muito difícil você assistir ao filme e não se reconhecer ou lembrar de alguém que você conheça, por exemplo. Ter o filme dentro de uma exibição como a Sessão Kinopus é ver este objetivo sendo concretizado”, comentou.

O outro curta-metragem que recebe o apoio da Prefeitura de Londrina, por meio do Promic, é o documentário “Urbex – Espaços Abandonados Londrina”, de Raíssa Bessa. Nele, a diretora retrata Londrina como uma cidade cheia de antagonismos. “Mesmo sendo relativamente nova, a cidade resiste em dar um passo à frente, em direção a um modo de viver que concilie o velho e o novo. Então, lugares que contam, ou deveriam contar histórias, são deixados de lado, colocados no chão, ou simplesmente esquecidos e degradados. Mas quantas memórias são, direta ou indiretamente assassinadas com o abandono e destruição desses espaços? Essa é a grande reflexão deste curta, que traz também uma linguagem poética para a cidade, percorrendo lugares como o Teatro Municipal, o antigo Hotel Sahão, o centro da cidade e muitos outros. Acredito que o diálogo permeia lugares que vão para além do curta-metragem, estão ligados diretamente com as memórias de quem assiste a ele, e é muito bom poder ouvir essas tão ricas histórias da nossa cidade. Então, quem for à exibição, pode se preparar para alcançar memórias e levantar questionamentos sobre esses espaços urbanos que foram sendo abandonados”, ressaltou Bessa.

Divulgação

Além dos projetos apoiados pelo Promic, ainda serão exibidos os curtas “Caramujo” (2020), de Dai Belquer, e o 1º videoclipe da cantora e compositora paranaense Lulli Rodrigues, “White List” (2023), que marca a estreia da carreira solo da cantora, que é formada em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Em “Caramujo”, a cineasta latino-americana conta a história de uma brasileira grávida, em quarentena, durante a pandemia de Covid-19. No curta, que recebeu diversos prêmios e menções honrosas em diversos festivais internacionais, ela precisa lutar contra todo um sistema para dar à luz da forma que deseja. A performance cênica é da atriz paranaense Carolina Damião.

Após a exibição de todos os curtas-metragens, será promovido o tradicional bate-papo entre as artistas e o público.

Sessão Kinopus – A Sessão Kinopus é um projeto de difusão e formação da Kinopus, produtora e distribuidora em atividade desde 2004. A programação é composta por filmes inéditos no circuito comercial de Londrina, com destaque para a estreia de filmes locais. As sessões são sempre com entrada franca, com curadoria e produção dos cineastas Guilherme Peraro e Rodrigo Grota. O crítico de cinema João Vitor Moreno também colabora com o projeto. Entre 2015 e 2019, em 41 edições do projeto em parceria com o Sesi Londrina, a SK exibiu mais de 200 filmes, entre longas, curtas e documentários. A partir de 2022 as sessões passaram a ser promovidas no Sesc Cadeião, e desde janeiro de 2023, o Espaço Villa Rica também passou a ser um dos locais das exibições do projeto programadas pela curadoria da SK, sempre incluindo debates.

Texto: Ana Almeida, sob a supervisão de jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina

Etiquetas
Mostrar mais

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Compartilhamentos