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Caminhada contra o feminicídio conscientiza londrinenses neste sábado (22)

Primeira edição da 'Caminhada do Meio-Dia', evento estadual, terá passeata até o Calçadão, mobilizando diversos segmentos em prol do combate à violência contra mulheres e o feminicídio

Com o intuito de mobilizar e sensibilizar a sociedade a respeito da violência contra as mulheres, principalmente quanto aos assassinatos que configuram feminicídio, será realizada a “1ª Caminhada do Meio-Dia” neste sábado (22). O evento, que ocorrerá simultaneamente em dezenas de cidades paranaenses – mais de 70 já confirmadas – terá ação em Londrina, envolvendo a participação de toda a Rede Municipal de Enfrentamento à Violência Doméstica, Familiar e Sexual contra as Mulheres.

Levantando a chamada “Pela vida e pelo fim da violência contra as mulheres”, o encontro é idealizado pela Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa do Estado (SEMIPI), sendo parte da campanha “Paraná Unido no Combate ao Feminicídio”. Esta mobilização social marca o dia 22 de julho, quando é comemorado o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. Trata-se de um momento para homenagear as vítimas que se foram e trazer força às famílias que sentem as perdas, valorizando quem as sobreviventes e a luta ativa frente ao problema.

Em Londrina, o ponto de encontro, com concentração a partir das 11h30, será a Catedral Metropolitana de Londrina, na Travessa Padre Eugênio Herter, 33, Centro. Participam representantes de instituições, entidades, associações, representantes dos poderes municipais e outros órgãos locais, e toda a população está convidada a prestigiar. A secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Liange Doy Fernandes, estará presente na caminhada, bem como a deputada estadual Cloara Pinheiro, que ajudou a articular a ação em Londrina, entre outras servidoras, conselheiras e pessoas que integram outros grupos.

Haverá pronunciamento de autoridades e outras ações, e a recomendação é utilizar roupa branca em referência à paz e respeito à vida, para chamar atenção ao ato que seguirá rumo ao Calçadão Central, às 12h.

Liange Doy Fernandes enfatizou que a primeira edição da caminhada partiu, dentre várias questões, da reflexão “onde e o que as mulheres estariam fazendo ao meio-dia se não tivessem sido mortas por feminicídio?”. “É um pensamento forte para instigar a ação reflexiva, chamar a atenção para o problema da violência e assassinatos de mulheres, com números tão altos no Brasil e no Paraná. Temos acompanhado um crescimento muito expressivo de casos de violência doméstica e familiar contra as mulheres, e não podemos deixar de ressaltar que a responsabilidade de enfrentamento é de toda a sociedade e não apenas da esfera pública, sendo a conscientização uma ferramenta essencial e poderosa para ajudar as pessoas a saírem dessas situações ou contribuírem para evitá-las”, apontou a secretária.

À direita, a secretária londrinense Liange Doy (Políticas para as Mulheres), ao lado de Leandre Dal Ponte, secretária de Estado da Mulher e Igualdade Racial do Paraná. Foto: Emerson Dias / N.Com

Conforme Fernandes, apenas no Paraná, no primeiro semestre deste ano, foram mais de 60 mulheres vítimas de feminicídio. Em Londrina, foram sete mortes de mulheres por este motivo. “A grande questão acerca disso é: seria essa morte evitável? Por que há serviços especializados, toda uma rede de enfrentamento, mas, de alguma forma, essas vítimas ainda não chegam aos serviços? Então, quando todos se mobilizam para mostrar que há serviços, que há possibilidades de rompimento do ciclo da violência, é mais fácil de a mulher buscar ajuda, tendo garantia de que existem canais e suporte para tal”, reforçou.

Quanto ao aumento nos casos de violência, e também a maior procura pelos serviços municipais de atendimento às mulheres, Fernandes frisou que, durante todo o ano de 2022, foram 467 mulheres atendidas pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CAM). “E, apenas no primeiro semestre de 2023, já são 312 mulheres atendidas, o que gerou 4.547 atendimentos especializados entre serviço social, inclusão social e produtiva, psicologia, acolhida, orientação jurídica e busca ativa. Estamos intensificando nossas campanhas informativas e tantas outras ações, como de capacitação e formação, por exemplo”, informou.

Já a Casa Abrigo Canto de Dália, de Londrina, neste primeiro semestre de 2023, acolheu 67 mulheres, sendo 35 mulheres adultas e 32 crianças e adolescentes, totalizando 1.718 atendimentos especializados.

Números do feminicídio – Em 2023, de janeiro a junho, foram registrados 862 feminicídios no Brasil. O Paraná é o terceiro estado com maior número de casos – foram 62 mulheres assassinadas nesse período. Fica atrás apenas de São Paulo (122 feminicídios) e Minas Gerais (90 feminicídios). Os dados são do Laboratório de Estudos de Feminicídio (Lesfem), iniciativa da Universidade Estadual de Londrina (UEL) em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Coletivo Feminino Plural e Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres de Londrina.

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