No quadro geral de funções de confiança, 64% são mulheres; servidoras são maioria também no total de ativos e representam 72% do funcionalismo
A Secretaria Municipal de Recursos Humanos (SMRH) apurou os índices referentes à questão de gênero de seu quadro funcional. O levantamento faz parte de ação compartilhada com a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM), durante a XXII Semana Municipal da Mulher, sempre realizada em março em homenagem ao 8 de março, data em que 129 tecelãs, em Nova Iorque, deflagraram a primeira greve conduzida unicamente por mulheres pelo direito à redução de jornada de trabalho, aumento salarial e descanso dominical. Violentamente reprimidas, as operárias refugiaram-se na fábrica e no dia 8 de março de 1857, os patrões e a polícia trancaram as portas e atearam fogo. Asfixiadas, dentro de um local em chamas, as tecelãs morreram carbonizadas.
De 1857 para cá, muita coisa mudou, mas muitas trabalhadoras sofreram e ainda sofrem a discriminação e as diferenças de salário, de condições de trabalho, de oportunidades e tem sido árdua a luta pela conquista de espaços de decisão e poder. No entanto, há um segmento onde essa realidade é cada vez mais favorável à igualdade entre gêneros: O serviço público. Isso porque, a partir da Constituição Federal de 1988, a obrigatoriedade de concurso público aliada aos princípios da administração pública tem promovido a equidade na contratação de servidores e servidoras.
Na Prefeitura de Londrina essa realidade se reflete em números. Com um quadro funcional com 8.727 servidores e servidoras ativos, o percentual de mulheres é de 72%. Já as funções de confiança não apontam apenas para os avanços legais do Direito Administrativo no que se refere à contratação por concurso, mas também que os postos de chefia representam a qualificação e competência para assumir posição de liderança. Nesse quesito, a parcela de mulheres em função de confiança representa 64% das 657 funções, hoje, na prefeitura.
Em algumas áreas esses números são ainda mais expressivos como na Saúde, Educação e Assistência Social, setores em que os postos de trabalho são culturalmente exercidos por mulheres. A Autarquia Municipal de Saúde conta com um quadro de 2.763 trabalhadores, com 70% (1.943) de mulheres e, de 176 postos de chefia, 77% são ocupados por servidoras. Já as secretarias municipais de Educação e Assistência Social têm, respectivamente, um quadro funcional de 3.923 e 241 servidores. Na Educação – maior contingente de servidores do município lotados em apenas uma secretaria – o número de mulheres é de 3.580 (91%) e dos 144 postos de chefia, 88% são ocupados por mulheres. Na Assistência Social, que funciona em rede como a Saúde e Educação, de 241 servidores ativos 71% são mulheres e das 36 funções de confiança, em 92% (33) foram designadas servidoras.
Segundo a diretora de Gestão de Pessoas da SMRH, Claudia Rozabel de Souza Hildebrando, mesmo quando Saúde, Educação e Assistência Social são retiradas do quadro geral, apresenta-se um avanço da mulher quanto a posições de liderança, pois dos 1.800 servidores lotados nas demais pastas da Administração Direta e Indireta, 588 (33%) são mulheres e 1.212 são homens, porém das 301 funções de confiança, 126 (42%) hoje são ocupadas por servidoras.
Na opinião da secretária de Recursos Humanos, Kátia Regina Mathias Marcos Gomes, esses números comprovam a transformação da realidade vivida pelas mulheres ao longo da história. “Vai muito além da conquista de espaço no mundo do trabalho. É espaço de dignidade, de reconhecimento e de realizações que cooperam, significativamente, para a redução de todas as desigualdades sociais. Isso tudo aliado ao fato de que a mulher, com sua sensibilidade, agrega valor ao mundo do trabalho e a todos os outros mundos”, destacou.
Equipe de Governo é composta por 40% de mulheres
O levantamento da SMRH compreende ainda os números quanto à representação de gênero na composição da equipe de governo do prefeito Alexandre Kireeff. Das 25 pastas – 15 secretarias da Administração Direta e 10 autarquias e fundações – 10 (40%) são ocupadas por mulheres. Quando avaliada apenas a equipe que compõe a Administração Direta, esse percentual sobe para 53%, já que das 15 secretarias, oito têm o comando de sete mulheres – as secretarias de Recursos Humanos e a do Emprego, Trabalho e Renda são acumuladas pela secretária Kátia Gomes – refletindo os avanços conquistados nas relações de gênero quanto a espaços de poder e decisão.
As dez mulheres que compõem o governo municipal são – além da secretária Kátia Gomes – Maria Silvia Cebulski, secretária municipal do Ambiente (interina); Telcia Lamônica de Azevedo Oliveira, secretária de Assistência Social; Solange Batigliana, da Cultura; Janet Elizabeth Thomas, da Educação; Maria Inez Mazzer Barroso, do Idoso; Sonia Maria Lima Medeiros, de Políticas para as Mulheres; Sonia Maria Nobre Gimenez, diretora superintendente da ACESF, e Inês Dequech, presidente do IPPUL.
A secretária de Políticas para as Mulheres, Sonia Medeiros, comemorou os números apresentados pela Secretaria de Recursos Humanos. “Só podemos festejar ao saber o grande contingente de mulheres servidoras e que sua competência é reconhecida na designação de funções de confiança. Nossa secretaria se sente mais fortalecida com esses indicadores”, destacou.
Para o prefeito Alexandre Kireeff, a construção social e economicamente igualitária de Londrina, perpassa, com certeza, pela condição das mulheres e pela redução das desigualdades nas relações de gênero. “Ficamos muito felizes, eu e minha equipe de governo, quando sabemos que podemos contar com o trabalho, a competência e o compromisso das servidoras para garantir essa construção”, frisou. De acordo com o prefeito os indicadores levantados pela SMRH mostram que os avanços que têm sido alcançados pelas mulheres no mundo do trabalho estão muito bem representados no quadro funcional da Prefeitura de Londrina.
