Samu completa 19 anos em Londrina e traz orientações sobre o serviço
Inaugurado na cidade no dia 20 de setembro de 2004, hoje o serviço ocupa prédio próprio que é a maior sede do Samu no Paraná
Nesta quarta-feira (20), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) completa 19 anos de existência em Londrina. Em sua nova sede própria, inaugurada este ano, o serviço centraliza o atendimento de urgência de 21 municípios que compõem a 17ª Regional de Saúde do Paraná.
Atualmente, o Samu possui 20 ambulâncias, sendo quatro de suporte avançado, 15 de suporte básico, e um aero médico. O serviço também conta com duas ambulâncias de transporte, que fazem a remoção simples de pacientes atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais.
Em Londrina, há dois serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) que disponibilizam ambulâncias para o atendimento de situações de urgência e emergências. Além do Samu, acionado pelo telefone 192, a cidade conta com o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) que atende pelo telefone 193. Apesar de ambos atenderem os chamados telefônicos, é muito importante saber qual o serviço adequado para atender as necessidades da vítima.
O Siate, que é vinculado ao Corpo de Bombeiros, faz o atendimento por meio de profissionais bombeiros que possuem qualificação de atendimento pré-hospitalar e curso de socorrista, porém não são profissionais da área da saúde. Sua atuação é focada no atendimento de traumas e causas externas em geral. Como, por exemplo, acidentes de trânsito, quedas e afogamentos.
Por sua vez, o Samu é vinculado ao Ministério da Saúde. Esse serviço possui duas modalidades diferentes de veículos para atender as ocorrências, as ambulâncias de suporte básico de vida e as ambulâncias de suporte avançado de vida. No caso da ambulância de suporte básico, a equipe profissional será composta por um condutor socorrista e um técnico auxiliar. Já a ambulância de suporte avançado sempre atuará com uma equipe formada por condutor socorrista, um médico intervencionista e um enfermeiro de emergência.
Os profissionais que atuam no Samu podem realizar intervenções de acordo com cada formação, e, por isso, é um serviço indicado para atender chamados de emergências clínicas e traumáticas, em situações com necessidade de intervenção médica.
Alguns exemplos de procedimentos invasivos realizados pelo Samu são os acessos venosos, intubação e drenagem de tórax. Quando necessárias, essas intervenções não podem ser realizadas pelos socorristas do Siate. Assim, o Samu é indicado para atendimentos de ocorrências clínicas, como desmaio, dor no peito característica de infarto, Acidente Vascular Cerebral, conhecido popularmente como AVC, crises convulsivas, e outras situações clínicas.
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, reforçou a importância de a população estar ciente sobre as atividades prestadas pelo Samu. “É importante orientar nossa população a respeito dos serviços que o Samu presta e quando chamar, para que a gente tenha ainda mais qualidade nessa prestação de serviço”, citou.
O secretário também reforçou sua admiração e gratidão aos trabalhadores que diariamente atuam na linha de frente desse serviço desafiador, com dedicação e comprometimento de sempre salvar vidas. “É um orgulho muito grande ter um serviço como o Samu, que completa 19 anos em Londrina e foi um dos primeiros do Paraná, até do Brasil. Londrina sempre foi referência no serviço de saúde, sempre foi protagonista na organização do seu território e dos seus serviços, e com o Samu não foi diferente. É muito gratificante ver o quanto o Samu cresceu, se desenvolveu e evoluiu, em especial na nossa gestão. Os profissionais estão 24 horas à disposição da população salvando vidas, atendendo ao próximo, e hoje com uma estrutura muito mais adequada”, completou.
Atendimento Telefônico
Em caso de acidente ou emergência clínica, é muito importante que a pessoa que fizer o contato telefônico para acionar o serviço do Samu esteja no local, junto com o paciente, para passar informações precisas e essenciais para o deslocamento correto da ambulância. No primeiro momento, serão pedidas informações básicas, como nome e telefone do solicitante, além de nome, idade e queixa do paciente que precisa do socorro.
Na sequência, será solicitado o endereço, que precisa ser passado com o máximo de exatidão possível, incluindo a cidade para a qual esse atendimento está sendo solicitado. Isso porque a central telefônica do Samu em Londrina atende todos os chamados dos 21 municípios da Regional Norte.
O diretor de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), enfermeiro Cleiton José Santana, explicou que na etapa seguinte do atendimento o solicitante irá conversar com um médico regulador, que fará uma rápida investigação da queixa apresentada, “O médico vai investigar o caso pelo telefone para definir a urgência, então se a pessoa ao telefone não estiver próxima da vítima, não vai conseguir responder essas perguntas. A partir dessa investigação, o médico define a gravidade e prioridade do atendimento, para classificá-lo. O sistema de classificação de risco do Ministério da Saúde estipula vermelho para emergências, que serão a primeira prioridade de envio de ambulância, amarelo as urgências que podem aguardar um pouco, e verde são as situações pouco urgentes, isto é, uma ocorrência que pode aguardar um tempo maior por não ser grave”, detalhou.
Neste mesmo atendimento telefônico, o médico regulador também define qual recurso vai ser enviado até o local da emergência, que pode ser a ambulância de suporte básico ou a de suporte avançado de vida. Também existe a possibilidade de acionar o serviço do helicóptero para atendimentos graves em localidades em que o deslocamento terrestre seja muito longo. Em casos graves, o médico também pode solicitar o deslocamento da ambulância e permanecer na ligação repassando instruções para o solicitante, até que o atendimento do Samu chegue ao local.
O médico plantonista do Samu, Felipe Guanaes, reforçou a importância de chegar ao atendimento munido do máximo de informações possíveis. “Isso facilita o atendimento, porque nós já estaremos mais preparados, tendo uma pré-definição do que vamos atender. Então quanto mais informações o médico regulador conseguir obter com o solicitante, melhor para a equipe”, acrescentou.
Sobre os desafios da profissão, Guanaes apontou que “a gente tem que ter a consciência tranquila e a sabedoria do que precisamos fazer no atendimento. É um trabalho extremamente emocionante”, contou.
Trotes
A central telefônica do Samu 192 recebe aproximadamente 10 mil ligações por mês. Destes, cerca de 300 são trotes. Isso representa uma média próxima a 10 trotes diários.
A maioria desses trotes são identificados ainda na linha, porém, há casos em que a ambulância é enviada para o local da suposta emergência e chegando lá, descobre que não existe ocorrência a ser atendida. O diretor de Urgência e Emergência da SMS comentou os prejuízos à vida que esse tipo de ação pode gerar. “Quem faz um trote tira o atendimento de uma pessoa que necessita daquele serviço. Isso é muito prejudicial porque você desloca a equipe que poderia estar em um atendimento real. E o trote só de telefone também é prejudicial por manter a linha ocupada. O trote pode custar a vida de uma pessoa que realmente precisa do atendimento”, frisou.