Acervo audiovisual do Museu Histórico de Londrina é catalogado em projeto cultural
Materiais abrangem mais de 600 entrevistas realizadas com pessoas de Londrina desde 1970; iniciativa conta com recursos da Lei Paulo Gustavo
O acervo audiovisual do Museu Histórico de Londrina, composto por mais de 600 entrevistas realizadas com pessoas da cidade, está sendo catalogado e organizado através do projeto Histórias em cena: organização, digitalização e divulgação do acervo audiovisual do Museu Histórico de Londrina.
Proposta pela Associação dos Amigos do Museu Histórico de Londrina (Asam), a iniciativa é conduzida pelo próprio Museu e conta com R$ 40 mil em recursos da Lei Paulo Gustavo, viabilizados através da Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
O material contemplado está armazenado em 500 DVDs e um HD externo, sendo que grande parte desse conteúdo já foi transferida para o servidor do Museu. Agora, além de catalogar os itens, os participantes do projeto estão compilando informações que serão disponibilizadas para a população através da plataforma Pergamum Museus.
Nesta base de dados, será possível consultar textos, imagens e descrições dos materiais audiovisuais. Porém, para acessar os conteúdos em áudio e vídeo, será necessário fazer uma solicitação ao Museu Histórico de Londrina.
Iniciado em dezembro de 2023, o Histórias em cena tem duração de 12 meses. Sua execução, no momento, está a cargo de dois profissionais, sendo um deles mestre em história e o outro licenciado em história e estudante de jornalismo. Futuramente, o projeto abrirá chamamento para formar grupos de estudantes de diversas áreas do conhecimento que receberão formação relativa ao trabalho que está sendo realizado em espaços museais.
De acordo com a diretora do Museu Histórico de Londrina, Edméia Ribeiro, a iniciativa tem um propósito duplo, tanto técnico quanto formativo. Além de contribuir para a organização do acervo da instituição, é voltada à iniciação dos estudantes no processamento de materiais audiovisuais no contexto dos museus.
Ribeiro destacou que as entrevistas que compõem o acervo audiovisual do Museu começaram a ser gravadas em 1970, e seguem sendo feitas até hoje, abordando pessoas que moram em Londrina e suas experiências.
“Anteriormente, as gravações eram feitas em suportes como o VHS e fitas cassete. Porém, esses materiais foram digitalizados alguns anos atrás através do projeto ‘Conservação e preservação de depoimentos gravados em Fitas Cassete e VHS’. Essa iniciativa foi realizada pelo produtor de vídeo Francisco Senra Neto, e contou com patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic)”, frisou.
Ainda segundo Ribeiro, o Museu Histórico de Londrina é um espaço dedicado à salvaguarda da memória e da história da cidade, através de diferentes tipologias incluindo seu acervo tridimensional, entrevistas, negativos, fotografias, documentos e periódicos. “Esses suportes contribuem para contar a história da cidade em diferentes tipologias, e todos são importantes para esse propósito”, disse.
O historiador e estudante de jornalismo Gabriel Arantes contou que tem colaborado com o Museu Histórico, através de estágios, desde a época em que cursava sua graduação em História.
“Esse projeto de catalogação do acervo audiovisual é uma oportunidade para unir as minhas duas áreas de atuação, como historiador e jornalista. Já veiculei alguns trechos das entrevistas em uma coluna que produzo para a Rádio UEL, e também vamos produzir postagens para as redes sociais para divulgar esse material. O acervo tem registros muito importantes, de pessoas de todas as camadas sociais, incluindo não só aquelas que se destacaram como outras que sofreram um apagamento histórico”, sublinhou.