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Grafiteira representa Londrina em festival internacional de arte urbana no Ceará

O festival será em Juazeiro do Norte, nos dias 26, 27 e 28 de julho; após seu retorno, a artista Maju Esteves também realizará oficinas de graffiti para a comunidade londrinense

Avenida 10 de Dezembro. Aterro do Lago Igapó. Divisão de Artes Cênicas da UEL. Além de estarem situados em Londrina, esses espaços têm, como ponto em comum, contar com obras em graffiti da artista Maju Esteves. Como forma de expandir sua produção artística pelo país, a grafiteira estará presente na terceira edição do ÔXE Festival Internacional de Arte Urbana, que irá ocorrer na Comunidade do Horto, em Juazeiro do Norte, Ceará,  nos dias 26, 27 e 28 de julho.

O festival, que surgiu em 2022, tinha como objetivo ser um espaço catalisador de criatividade e expressão artística, conectando artistas e talentos de diversas regiões do país. Nesta edição, além de ultrapassar as barreiras geográficas na inclusão de artistas de outros países, a escolha da Comunidade do Horto, em Juazeiro do Norte, vem como forma de inspirar os grafiteiros com a sua riqueza de tapeçarias de símbolos turísticos e religiosos.

Dentre 243 artistas inscritos de diversas regiões do Brasil e de outros países, apenas 36 foram selecionados. Para Esteves, poder representar Londrina em um festival como o ÔXE traz a sensação de orgulho, por permitir apresentar sua arte para um novo estado do país, e ansiedade, por representar Londrina e toda a comunidade de grafiteiros da cidade.

Foto: Divulgação

“Me sinto honrada por ter passado pelo processo seletivo com artistas de do Brasil todo, poder reencontrar os amigos e conhecer novos que, com certeza, vão se tornar parte das minhas inspirações. Essa troca de experiências em cada evento que vou é muito enriquecedora, a arte e o hip hop salvam e nutrem a caminhada todo dia”, relatou.

Para o ÔXE, a grafiteira pretende levar a sua vivência, histórias e experiências enquanto artista urbana. “Por enquanto, o desenho está no esboço e as ideias estão sendo selecionadas, mas quero poder fazer um trabalho à altura desse convite especial”, comentou.

Segundo a secretária de Cultura de Londrina, Maria de Fátima Beraldo, o apoio da Secretaria de Cultura (SMC) à ida de Maju Esteves ao evento é essencial para que a arte do graffiti ganhe visibilidade e seja reconhecida na cidade. “Além de contribuir com o conhecimento dela para o evento, a artista também trará esses conhecimentos de volta para contribuir com a cultura de Londrina”, destacou.

Divulgação

Ao retornar à cidade, Esteves realizará oficinas de graffiti gratuitas para jovens e adultos, em comemoração ao aniversário de 90 anos de Londrina, em dezembro deste ano. “Vou oferecer um pouco das minhas vivências e das minhas técnicas para quem gosta dessa arte ou pensa em começar a se aventurar nesse mundo. Ainda, coletivamente com os oficineiros, criar e pintar um painel em algum ponto da cidade, representando a cultura em Londrina e parabenizando a cidade pelo aniversário.”, explicou.

A participação da grafiteira Maju Esteves no OXÊ Festival Internacional de Arte Urbana conta com o apoio da Prefeitura de Londrina, via Secretaria Municipal de Cultura, por meio do fornecimento de passagens aéreas.

Maju Esteves – Nascida em Cerqueira César, no estado de São Paulo, a atriz, grafiteira e arte educadora Maju Esteves é formada desde 2019 em Artes Cênicas, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). A artista conta que o início da sua trajetória na grafitagem foi em 2021, no Festival Capystyle em Londrina, participando de uma oficina de graffiti na Escola de Circo da Associação Londrinense de Circo (ALC).

Meu primeiro Mural foi uma semana depois em um evento da Central Única das Favelas (Cufa), na comunidade do Aparecidinha aqui em Londrina. A partir daí comecei a trabalhar como Arte Educadora na ALC, dando oficinas de teatro e graffiti nas casas de acolhimento e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da região”, destacou.

No começo de 2022, a artista integrou o projeto “Caminhos do Graffiti”, que decorou os sete pontilhões da avenida 10 de Dezembro. Esteves conta que o projeto foi uma das experiências mais enriquecedoras que teve até o momento, tanto por ter sido o seu primeiro projeto e também por ter tido a oportunidade de conhecer e estar em contato com diversos artistas durante os três meses de trabalho.

Em uma das oficinas de que participou nesse projeto, Esteves criou “Frankie”, a sua persona que desde então já foi retratada em diversos cenários. O nome, segundo a artista, veio pois as únicas latas disponíveis para o muro eram da cor verde, então foi a partir da tinta que a ideia de criar uma “frankenstein” teve seus primeiros esboços.

Foto: Vivian Honorato / Arquivo NCom

A partir do Caminhos do Graffiti, Esteves  começou a se inscrever para  eventos em outras cidades, conhecendo cada vez mais artistas, aprendendo novas técnicas e difundindo a sua arte pelos lugares em que passou. O Festival Street of Styles 2024, em Curitiba, Paraná, e o “Live painting Mavi e Maju”, uma iniciativa cultural realizada pela Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, em parceria com os artistas Mavi, Tizy e Pas, foram algumas dessas realizações pelo país.

Dentre suas principais inspirações para criar, as mulheres que o graffiti trouxe em seus caminhos a incentivaram a continuar e a não desistir da arte urbana que a trouxe até aqui. Em suas temáticas, a artista também costuma realizar releituras de obras de pintores da história da arte, trazendo às obras seu estilo em cartoon e brincando com a dualidade de oposições em uma mesma arte.

Para o futuro, seu sonho é poder grafitar em cada estado do Brasil, e também em outros países da América do Sul, conseguindo levar o graffiti e a arte como forma de trazer perspectivas e possibilidade de transformação às pessoas.

“Acredito que a arte salva, então juntamente a esse sonho, quero tornar possível o sonho de outras pessoas. Como tive a oportunidade de aprender em oficinas, com grandes nomes da cena, pretendo oferecer sempre essas vivências pelos lugares que passar. Vi durante meus dois anos de Arte educadora nas casas de acolhimento como a arte auxilia e transforma a vida das pessoas, então a missão é essa”, salientou.

Texto: Manu Barioni, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina

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