Prefeitura testa ônibus movido a Biometano
Ônibus com combustível alternativo estará em exposição nesta sexta-feira (15), das 7h às 17h, no Calçadão de Londrina
Na manhã desta quinta-feira (14), os técnicos da Prefeitura de Londrina envolvidos no Projeto SuperBus e o prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff, foram recebidos por representantes da empresa Scania para um workshop sobre tecnologia veicular. A novidade trazida pela empresa englobou o ônibus movido 100% a Gás Veicular Natural (GNV) ou biometano, que na Europa já está em circulação e, no Brasil, tem sua liberação de uso prevista para este ano. O modelo Scania Euro 6 atualmente é fabricado na Suécia, tem 15 metros de comprimento, capacidade para 120 passageiros, piso baixo, suspensão a ar e eixo direcional e é um dos modelos com melhor padrão tecnológico existente.
Londrina é a quarta cidade do Brasil e a segunda do estado do Paraná a conhecer o veículo. A primeira demonstração no país ocorreu no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu, em novembro de 2014. Para que a população possa conhecê-lo, ele estará exposto nesta sexta-feira (15), das 7h às 17h, no Calçadão de Londrina (próximo ao Banco do Brasil). Um técnico estará à disposição para esclarecimento de dúvidas.
Ônibus articulado – Além do veículo movido a biometano, o prefeito e os convidados puderam testar o ônibus articulado convencional de 18 metros de comprimento, piso baixo e com capacidade de 160 passageiros, durante uma volta no Autódromo Internacional Ayrton Senna. Com o projeto do SuperBus, o município espera implementar melhorias no sistema de transporte público e na mobilidade urbana.
Kireeff afirmou que com o SuperBus, a população pode esperar um embarque mais facilitado, mais conforto, mais espaço interno e melhor atendimento e, com um conjunto de intervenções no sistema viário, maior velocidade de deslocamento. “Isso tudo, se bem administrado e bem projetado deve gerar inclusive economia ao usuário”, destacou.
Segundo o assessor executivo Carlos Alberto Geirinhas, para implementar um sistema melhor é preciso coletar o máximo de informações técnicas possíveis e analisar cada modelo conforme suas especificações (peso, altura, largura, capacidade de passageiros e conforto ao usuário).
“Estamos preocupados com a qualidade, com a agilidade e a frequência com que os ônibus vão passar e isso requer avaliarmos uma série de assuntos periféricos. Já pudemos perceber as vantagens e desvantagens de cada um dos processos e ao final da apresentação das quatro marcas (Volvo, Scania, Mercedes e Volkswagen) poderemos terminar os projetos e encaminhá-los à Caixa Econômica Federal”, complementou Geirinhas.
Avaliação dos ônibus – A população também pode participar da avaliação dos veículos, já que o ônibus articulado da Volvo foi utilizado em algumas rotas durante a semana e agora o da Scania também estará disponível. A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) deve definir a rota e divulgá-la nos próximos dias.
Todos aqueles que andarem nos ônibus testados, poderão responder ao questionário de avaliação do veículo, que está sendo aplicado pela Prefeitura. Os dados obtidos nas análises serão utilizados na finalização do Projeto do SuperBus.
O diretor de transportes da CMTU, Wilson de Jesus, explicou que a população está tendo a oportunidade de usar estes veículos na operação do transporte coletivo. “Estamos indo além de uma discussão técnica, de gabinete, em que analisamos catálogos de veículos, pois estamos ouvindo aqueles que efetivamente fazem uso do sistema e com base na avaliação deles será nos apontada qual é a preferência dos usuários e que tipo de modelo eles preferem.”
Sobre Biogás – De acordo com o diretor interino de operações da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Mauro Roberto Andrade, o biogás leva em consideração a questão ambiental, visto que Londrina já possui um aterro sanitário que está gerando esse gás espontaneamente e que é tecnicamente bem construído. Para Andrade, o biogás poderia vir a ser utilizado por empresas vencedoras de licitação.
“Já demos início ao processo de tratamento para licitarmos empresas que transformem o biogás em biometano, que é um combustível limpo e renovável, enquanto hoje toda a frota é rodada a diesel. Londrina e o prefeito estão dando um passo adiante nesse ponto, pois estamos chamando as empresas para vermos de que forma podemos aproveitar esse biogás”, disse Andrade.
O responsável pelo desenvolvimento de vendas e operações urbanas da Scania, Eduardo Monteiro, também explicou que ônibus movido a biometano “é uma solução para a mobilidade urbana, confiável e, no padrão Euro 6, diminui o nível de ruídos e a emissão de poluentes em 70% em comparação a um similar a diesel, melhorando a condição do Meio Ambiente”.
Licitação – A atual concessão de exploração do transporte coletivo vencerá em janeiro de 2019, por isso, no decorrer de 2018, a Prefeitura deve iniciar os trabalhos para a realização de uma nova licitação, que contratará o novo grupo concessionário. Geirinhas explicou que o grupo concessionário que vencer a licitação terá a responsabilidade de fazer os investimentos na aquisição dos ônibus. “No termo de referência da licitação será aconselhado que as empresas utilizem, além dos veículos movidos a partir de combustíveis convencionais, outros com energia renováveis, por isso estamos trazendo ônibus com este tipo de energia para avaliarmos”, destacou o assessor executivo.
Os ônibus do SuperBus começarão a ser utilizados, quando a primeira fase de engenheira do projeto estiver totalmente finalizada, o que está previsto para meados de 2017. Assim, teoricamente, quando toda a estrutura estiver montada, a Prefeitura poderá exigir a utilização desses novos ônibus.
Fotos: Vivian Honorato