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Conselho Municipal de Saúde organiza plenária sobre a saúde da população negra

O evento ocorre em 15 de fevereiro, na UEL, com inscrições abertas até segunda (20); no ato da inscrição, é possível oferecer propostas para as políticas públicas de saúde na cidade

Com foco nas políticas de saúde integral destinadas à população negra, o Conselho Municipal de Saúde de Londrina, através do Grupo de Trabalho (GT) da Saúde da População Negra, realiza a “Plenária da Saúde Integral da População Negra”. O evento será no dia 15 de fevereiro, das 12h30 às 17h30, no Anfiteatro Cyro Grossi, o “Pinicão”, que fica no Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Para participar, é necessário se inscrever através deste formulário. As inscrições duram até a próxima segunda-feira (20), com vagas limitadas.

A fim de fortalecer a rede municipal de saúde, o projeto busca formular políticas públicas que atendam às necessidades da população negra de Londrina, identificar os problemas existentes, desenvolver estratégias de remediação e prevenção dessas adversidades, além de avaliar e monitorar as políticas públicas já existentes.

“Essa ação se faz necessária para que possamos reconhecer os problemas existentes, desconstruir mitos e abrir espaços para que essa população possa ter acesso ao que já é direito garantido por lei”, destacou a coordenadora do GT da Saúde da População Negra do Conselho Municipal de Saúde, Fansley Cristina Silva.

Pautado no debate, convivência e resistência, a plenária levantará junto à população negra suas necessidades específicas para que seja possível construir propostas que impactem nos Planos Anuais e Plurianuais de Saúde de Londrina. O objetivo é que esses contenham indicadores e ações de implantação e implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Tal política é fundamentada no reconhecimento das desigualdades sociais e raciais que afetam diretamente a qualidade de vida e o acesso à saúde da população negra.

“A população negra enfrenta historicamente desigualdades no acesso à saúde e tem indicadores de saúde inferiores comparado ao restante da população. Ao iniciarmos os trabalhos do GT da Saúde da População Negra em Londrina, recebemos denúncias de racismo estrutural ocorrido nos serviços ofertados pelo SUS e enfrentamos dificuldades em mapear as necessidades dessa população por falta de dados importantes”, contou Silva.

Ao realizar a inscrição, os participantes podem incluir até 30 propostas a respeito dos assuntos a serem debatidos, sendo 10 em cada eixo. Essas propostas serão analisadas e selecionadas para serem votadas por todos durante o evento.

A plenária é organizada pelo Grupo de Trabalho da Saúde da População Negra, composto por Conselheiros Municipais de Saúde e com o apoio e suporte da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde – Núcleo Paraná (Aneps – Paraná) e do Projeto de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) Equidade Londrina, formado por representantes da UEL e da Prefeitura de Londrina, com financiamento dos Ministérios da Saúde e da Educação.

Futuramente, a organização planeja ampliar ainda mais o evento, realizando uma Conferência Municipal da Saúde da População Negra.

Equidade e não igualdade – Originado do Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, o PET-Saúde Equidade atua na formação de trabalhadores e futuros trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). Em Londrina, o projeto trabalha a partir de três eixos principais: identidade de gênero, sexualidade, etarismo, capacitismo e demais aspectos do tipo; saúde mental e violências; e maternagem.

“Esse PET especificamente tem como tema a equidade, que basicamente seria tratar diferente os diferentes em suas diferenças, já que desigualdade é uma coisa, mas diferença é outra. A equidade trabalha nessas diferenças para reduzir a desigualdade”, destacou a coordenadora do projeto, Marselle Carvalho.

Atualmente o programa está em sua 11ª edição, sendo composto por 50 pessoas. Além de Marselle, que é docente do departamento de Saúde Coletiva da UEL, a equipe é composta por 32 estudantes bolsistas de cursos de graduação das áreas da saúde, ciências sociais e ciências humanas da universidade, além de docentes de tais cursos, especialmente jornalismo e relações públicas, trabalhadores da rede de serviços da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Londrina, e um agente comunitário de saúde, sendo um homem preto trans, que atua como orientador de serviço.

Segundo Carvalho, a saúde da população negra sofre com diversas questões relacionadas ao preconceito e discriminação, sendo necessário mais ferramentas de letramento racial para que possa haver um melhor investimento e monitoramento das políticas públicas relacionadas a esse tema.

“Esperamos que essa plenária se constitua em um espaço de participação social, mobilização e debate, além da coleta de propostas para melhorar aquilo que é uma necessidade para a população negra de Londrina”, apontou Carvalho.

Texto: Gabriel Navas, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina

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