Prefeitura amplia acesso a cirurgias eletivas com parcerias em hospitais de cidades vizinhas
Por meio do programa estadual “Opera Paraná”, foram viabilizadas aos pacientes de Londrina mais de 3 mil consultas com especialistas
Moradores de Londrina que aguardam por cirurgias de pequena e média complexidade estão sendo atendidos em hospitais de Londrina e cidades vizinhas, por meio do Opera Paraná. Com a adesão da Prefeitura de Londrina ao programa de cirurgias eletivas do Governo do Estado, que financia os atendimentos, foram ofertadas 3.225 consultas médicas com especialistas durante os meses de maio e junho.
Nessas consultas, que podem incluir a realização de exames, os pacientes passam pelas equipes dos hospitais onde será feito o procedimento cirúrgico. Atualmente, estão credenciados para atender o público de Londrina o Hospital Cristo Rei de Ibiporã, a Santa Casa e Hospital São Francisco de Cambé, e o Hospital São Rafael, localizado em Rolândia. Os atendimentos também são prestados nos hospitais Zona Sul e Zona Norte, ambos localizados em Londrina.

Com cirurgia programada para este sábado (28), a dona de casa Elisandra do Nascimento Dias, que mora no São Jorge, zona norte de Londrina, aguarda há cerca de dois anos pela laqueadura. Na semana passada, ela foi atendida em consulta pelo médico ginecologista e, no mesmo dia, realizou os exames laboratoriais pré-operatórios. “Essa consulta foi na clínica do hospital, e o médico me explicou sobre a cirurgia, tirou algumas dúvidas que eu tinha e contou que depois que saíssem os resultados dos exames entrariam em contato. Na segunda (23) já me ligaram dizendo que posso ir na sexta-feira para ser internada, porque vou operar sábado e a alta fica prevista para o dia seguinte”, detalhou.
Outra paciente que aguarda pelo agendamento da laqueadura é a Jenifer Duarte Ramos, de 24 anos e mãe de três crianças. Ela reside no Jardim Planalto, e também fez os exames e esteve em consulta com o especialista. “Ainda estou esperando ligarem para avisar quando será a cirurgia. Foi uma consulta bem tranquila, fiz algumas perguntas sobre como é o procedimento e ele explicou como vai ser a cirurgia. Não tenho carro, então fui até a consulta de carona, porque não é algo que a gente pode perder. E para fazer a laqueadura também vou dar um jeito, afinal é a única forma de eu conseguir operar”, contou.
O diretor do Hospital São Rafael, Paulo Boçois, contou que no mês de junho essa unidade ofertou 480 consultas para pacientes de Londrina, pelas especialidades de cirurgia geral, ortopedia, urologia e ginecologia. “As consultas começaram em maio, e já operamos 107 pacientes de Londrina até o momento”, contou.
Ele explicou ainda que as agendas são abertas para cada especialidade, e quem espera na fila por essas cirurgias recebe um aviso com antecedência, tanto pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, como pelo próprio hospital. “Infelizmente algumas pessoas não comparecem por acharem que é um trote. Mas quem vem passa pela consulta pré-operatória e faz os exames, que são indicados com base no procedimento e no perfil desse paciente. Em alguns casos a autorização para a cirurgia é liberada rapidamente, e o paciente faz o procedimento sete dias após a consulta”, citou.

Para a secretária municipal de Saúde, Vivian Feijó, as parcerias com os hospitais de menor porte tem como foco a redução do tempo de espera pelas cirurgias de média complexidade. “Queremos resolver o tratamento de forma mais rápida, ágil e eficiente, dando respostas otimizadas aos pacientes que aguardam há muitos anos, desde 2011, 2012, até o momento. Fazer com que esses procedimentos sejam otimizados também interfere diretamente na prevenção de complicações que podem agravar os casos, gerando até mesmo novas internações. Isso tudo requer investimento, gestão no processo de organização e qualificação dessas filas, para melhorar a experiência do usuário com o SUS. E Londrina está focada a entregar algo mais qualificado para a sua população, no que se refere ao andamento das filas cirúrgicas. Além da melhoria do processo, a gente demonstra eficiência do sistema, melhoria no processo de gestão relacionada a essas filas, agendamento e faturamento desses procedimentos pela cidade. E, acima de tudo, destaco o impacto que essas cirurgias trazem para os pacientes, melhorando a qualidade de vida e a condição de saúde da população em geral”, enfatizou.
Um levantamento da SMS indicou que, pelo Opera Paraná, em maio, foram ofertadas 1.281 consultas para usuários de Londrina que aguardavam por uma cirurgia. No mês de junho, foram outras 1.944 consultas. Além das especialidades já citadas, pelo programa também são atendidos pacientes que demandam cirurgias pediátrica, plástica reparadora, mastologia, de hanseníase, otorrino adulto, vascular e pequenas cirurgias.
Além do Opera Paraná, que atualmente abrange as cirurgias de pequena e média complexidade, quatro hospitais de Londrina atendem a procedimentos de alta complexidade – Hospital Universitário, Hospital do Câncer, Evangélico e Santa Casa de Londrina. Esses casos são financiados por programa de cirurgias eletivas do Ministério da Saúde, bem como repasses do Município obtidos junto à emendas parlamentares.
Feijó acrescentou que esses dados comprovam a aceleração do processo de andamento das cirurgias que estavam represadas na cidade e a expectativa é que as vagas sejam ampliadas a cada mês. “Acreditamos que, com o passar dos meses, novos prestadores vão aderir, através de mutirões ou até mesmo das cirurgias eletivas, para que a gente possa, pouco a pouco, coordenar a qualificação dessas filas e organizarmos as respostas para os pacientes que anseiam pela realização dos procedimentos. Fico feliz, como secretária de Saúde, por trazer respostas concretas na vida desses pacientes que aguardavam por muito tempo sem respostas ou sequer consultas especializadas. Isso tudo tem sido isso possível através do plano de governo do prefeito Tiago Amaral, que tem nos dado validação e condições de fazer essa gestão com os outros municípios. E até mesmo o suporte do Governo do Estado e do Governo Federal, que traz programas importantes através do financiamento e de incentivos para as cirurgias especializadas”, complementou.
E para auxiliar os pacientes que precisam se deslocar às cidades vizinhas para atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde pretende implementar um serviço de busca e traslado desses usuários até as unidades hospitalares. O intuito é ofertar seis pontos estratégicos de embarque, situados em diferentes regiões da cidade. Atualmente, o projeto está em fase de levantamento de custos, junto às empresas privadas de transporte, para cálculo e análise da viabilidade.




