Prefeitura intensifica combate à dengue em Londrina

Intenção do município é conscientizar a população para a mudança de hábitos, para que todos ajudem no combate ao mosquito
Na manhã desta quarta-feira (23), o secretário municipal de Saúde, Gilberto Martin, e a diretora de Vigilância em Saúde, Maria Fátima Tomimatsu, apresentaram os dados sobre as ações de combate à dengue em Londrina. Do início do ano até o momento, foram notificados 10.672 casos, destes 6.589 foram descartados, 2.844 foram confirmados com a doença e outros 1.239 estão em fase de exames laboratoriais.
Para conter o avanço da dengue no município, a Prefeitura tem investido em inspecção nos imóveis; visitas a pontos estratégicos; notificações e aplicação de infrações para casos com focos reincidentes; bloqueios com inseticidas costais e carros fumacê; reuniões do secretário de Saúde com a comunidade dos bairros mais críticos; mobilização nas escolas; carreata; distribuição de panfletos; ações em bares e casas noturnas; e realização do mini Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa).
“A solução mais viável e efetiva é conscientizar a população para a destruição dos criadouros do mosquito. Queremos reduzir o número de criadouros, para minimizar o máximo possível de mosquitos circulando pela cidade. É preciso que cada pessoa verifique seu quintal pelo menos três vezes na semana e que trate a dengue como uma doença séria, que pode matar”, disse Martin.
Amanhã (24), das 8h30 às 13 horas, seis agentes de endemias estarão na Rodoviária de Londrina conversando com os passageiros. A escolha da data se deu graças ao grande número de pessoas que passam pelo terminal rodoviário durante o final do ano. O objetivo é abordar as formas de prevenção da dengue e conscientizar a população para o descarte correto de lixo e não acumulação de água em objetos que podem ajudar o mosquito se proliferar.

Inspeção de imóveis – Desde o dia 24 de novembro, quando o prefeito Alexandre Kireeff decretou o alerta epidemiológico e estado de emergência contra a dengue, os 180 agentes municipais de saúde vistoriaram 40.557 imóveis, o que representa mais de mil horas trabalhadas por eles e a realização de mais de 1.455 horas extras efetuadas.
Em Londrina, existem 330 pontos estratégicos, que são locais vulneráveis à proliferação do vetor, devido ao acúmulo de materiais que servem de criadouros, como borracharias, ferros-velhos, entre outros. Eles receberam 452 visitas dos agentes ao todo, sendo que foram realizados 100 bloqueios com aplicação do inseticida costal, o que representa a dispersão de mais de 207 litros de insumos contra o mosquito. Durante as visitas, foram encontrados 52 espaços irregulares. Destes, 28 são imóveis residenciais, 12 comerciais, 11 são pontos estratégicos e um é terreno baldio.
Sobre isso, Martin explicou que a Secretaria de Saúde está trabalhando em conjunto com a Secretaria de Fazenda para a aplicação de multas em casos de cidadãos que não destruírem os criadouros do mosquito e colocarem a vida de vizinhos e outros em perigo. Após a aplicação da infração, se o morador ou comerciante reincidir no descuido será lavrada uma multa que segue à Secretaria Municipal de Fazenda. Caso o cidadão não pague o débito, a multa será colocada como dívida ativa, podendo ir à cobrança judicial. Para os comerciantes, o secretário de Saúde estuda retirar o alvará de licença sanitária para o funcionamento do estabelecimento, caso seja reincidente comprovado.
Aplicação de inseticida – De novembro até agora, a Prefeitura já dispersou 3.470 litros de inseticida diluidos contra o mosquito da dengue em 72 localidades diferentes da cidade. Ao todo, foram realizados três ciclos de dispersão e a intenção é efetivar mais 1 ciclo, para totalizar quatro ciclos. Cada ciclo do mosquito dura cerca de 60 dias. Dos mais de 3 mil litros, 207 litros foram utilizados em bombas costais e 3.263 litros foram dispersados pelos carros fumacês.
Ações educativas – Martin também lembrou que, durante este mês, ele realizou 33 reuniões nos diversos bairros de Londrina para falar com mais de mil pessoas sobre a situação da doença na cidade. Além disso, a Secretaria de Educação se uniu à Secretaria de Saúde e realizou campanhas e concursos contra a dengue.
Houve também a mobilização “Dê um presente a Londrina: 24 horas contra a dengue”, realizada no dia 9 de novembro, teve diversas ações sendo desenvolvidas por todo o município: carreata, entrega de cartazes e panfletos, além de barracas com materiais, mostruários, maquetes e informações para conscientizar a população. Ao todo, foram impressos 5 mil panfletos educativos.
Denúncias – Desde o dia 24 de novembro, a Secretaria de Saúde recebeu 870 denúncias pelo Disque Dengue (0800 4001 893). Foram 27% provenientes da região Central da cidade, ou seja, 235 casos de denúncias, assim como da região oeste 27% (235). Outras 13,5% (118) foram ligações da zona sul, 17,8% (155) vieram da região norte, 12% (105) da leste e 2,5% foram da zona rural.
Segundo o secretário de saúde, com a chegada dos 120 agentes municipais de endemias, a Prefeitura espera sanar todos os chamados até o final de janeiro. Nesses locais será feita a pesquisa larvária, a remoção mecânica, notificação do proprietários e será feito o tratamento focal com as bombas de inseticida.
Zica e as gestantes – A Secretaria de Saúde está seguindo as orientação e protocolos do Ministério da Saúde para o atendimento às gestantes com suspeita de infecção pelo vírus Zika e aos recém-nascidos com microcefalia. Em Londrina, ainda não foi registrado nenhum caso suspeito.
A orientação aos profissionais de saúde é para que o pré-natal seja feito primeiramente na Unidade Básica de Saúde. Caso esteja com suspeita de Zika, a gestante será encaminhada ao Hospital Universitário (HU) para realização de exames e será acompanhada para especialistas do ambulatório de gestão de alto risco. O parto e acompanhamento do bebê será feito no HU.
As orientações para as gestantes são: usar repelente, telas de proteção em casa e dar preferência a roupas longas, cobrindo pernas e braços, e nunca deixar água parada que possa ajudar na proliferação de larvas do mosquito Aedes.
A estimativa do Ministério da Saúde é que para cada caso confirmado de dengue, existam outros cinco que não procuraram o atendimento de saúde ou não foram identificados com a doença. Desde quando o município começou a contabilizar a dengue, foram confirmados 24 mil casos confirmados, por isso a projeção é de que em Londrina existam 120 mil pessoas que tiveram contato com o vírus. “O risco que isso significa é que uma segunda ou terceira infecção por vírus da dengue expõe a pessoa a um risco maior de dengue hemorrágica. A verdadeira fase da dengue é a hemorrágica, na qual a cada quatro casos, três vão a óbito”, ressaltou o secretário.
Fotos: Luiz Jacobs
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