Saúde divulga resultado do primeiro LIRAa de 2018
Índice de infestação foi de 12,1%, o que caracteriza situação de risco epidemiológico
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, e sua equipe apresentaram, na manhã desta quinta-feira (1), o resultado do primeiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2018. De acordo com os dados obtidos, o Índice de Infestação Predial foi de 12,1%, o que significa que a cada 100 casas vistoriadas pelos agentes, 12 apresentaram focos positivos do mosquito.
O resultado aponta situação de risco para uma epidemia de dengue. Isso porque o Ministério da Saúde classifica que, nos municípios com índice de infestação predial acima de 3,9%, há risco de surto da doença. Índice abaixo de 1% é considerado satisfatório, e entre 1% e 3,9% é considerado como situação de alerta.
Os dados foram apresentados na primeira reunião deste ano do Comitê Gestor Ampliado Contra a Dengue em Londrina. Segundo Machado, a Secretaria Municipal de Saúde analisa o resultado com muita preocupação, já que este é o LIRAa mais alto dos últimos quatro anos, para o mesmo período. O primeiro levantamento do ano de 2017 apontou o índice de 4,1%, em 2016 foi 8% e, em 2015, 10,1%. No último LIRAa de 2017, divulgado no final de novembro, o índice geral verificado foi de 4,3%.
Diante do resultado, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recomenda que a população redobre os cuidados em suas casas e quintais. Isso porque o LIRAa apontou que os principais focos foram encontrados em depósitos móveis, como pratos, vasos e frascos com plantas e bebedouros de animais, e no lixo, em recipientes como plásticos, garrafas e latas.
O secretário atribui que as chuvas do mês de janeiro, somadas às temperaturas mais altas, também contribuíram para a elevação do índice. E também ao fato de que em 2017 foram registrados cerca de 40 casos confirmados de pessoas com dengue. Por conta do baixo número, os munícipes acabam se descuidando, e não fazem a verificação constante dos locais que podem se tornar criadouros para o Aedes aegypti.
Segundo Felippe, o maior desafio agora é conseguir manter um nível baixo de circulação do vírus. Lembrando que, além da dengue, o Aedes transmite outras doenças, como chikungunya, zika vírus e febre amarela urbana. “É muito importante o envolvimento da sociedade civil organizada na luta contra o Aedes aegypti. Pedimos a toda a população que vistorie a cada dois dias suas casas e quintais, e recolha todo tipo de material que pode ser um criadouro, já que estamos em situação de risco epidemiológico”, frisou.
Algumas dicas para evitar a proliferação do mosquito são: guardar corretamente o lixo, em sacos plásticos fechados; lavar, com bucha, os bebedouros de animais, a cada dois dias; higienizar a piscina e cobri-la quando for viajar; manter tampadas e limpas as caixas d’água e verificar constantemente os ralos e vasos de plantas.
A população pode fazer denúncias de possíveis focos do Aedes através do Disque Dengue, no número 0800-400-1893. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8 às 14 horas, e a ligação é gratuita.
Ações de combate – Durante a reunião, a SMS apresentou ainda um Plano de Ação Emergencial, a fim de evitar uma possível epidemia de dengue na cidade. Segundo Machado, a prefeitura já solicitou ao governo do Estado a liberação de carros fumacê, para matar os mosquitos adultos. “Esta será uma ação preventiva, já que temos apenas um caso confirmado de pessoa com dengue este ano. Contudo, diante do resultado do LIRAa, verificamos que a circulação do vírus tende a ser mais intensa, por isso tomados esta medida”, explicou.
A Prefeitura também vai manter e intensificar as ações de campo, especialmente nas áreas que apresentaram maiores focos, além de mutirões de limpeza e as ações educativas, que incluem palestras, distribuição de folder informativo, orientações em igrejas e outros locais de grande circulação de pessoas, como supermercados, escolas, empresas e instituições.
Resultado por região – A região que apresentou o maior índice de infestação foi a central (14,06%), seguida pela leste (12,98%), norte (12,84%), sul (12,41%) e oeste (9,44%).
A pesquisa também mostrou as 10 localidades classificadas com o pior índice de infestação, em toda a região urbana de Londrina. São elas: Pil (50%); Waldemar Hauer (46,15%); Chácara São Miguel, (42,11%); Chácara Eucaliptos (41,67%); Parque Maria Estela (41,67%); Chefe Newton (33,33%); Chácara Esperança (33,33%); Alexandre Urbanas (31,03%); Jardim Adriana (30,43%) e Heimtal (30%).
O trabalho de campo do 1º LIRAa de 2018 foi realizado de 15 a 20 de janeiro, em 9.672 imóveis residenciais e comerciais, além de construções e terrenos baldios, de 195 localidades da zona urbana. Atuaram, no levantamento, aproximadamente 200 agentes municipais de endemias e do Ministério da Saúde.
Fotos: Divulgação e Vivian Honorato