Ação vai completar 13 anos, em setembro, e atende constantemente, no município, 110 pessoas; iniciativa é da Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria de Saúde
O Sistema de Internação Domiciliar (SID) completa, no mês de setembro, 13 anos de serviços prestados na cidade. A ação é realizada pela Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria de Saúde, desde 1996, com atendimento constante a 110 pacientes que precisam de cuidados médicos especiais em suas próprias residências. Conforme a coordenadora do SID, a enfermeira Mary Mishina Okano, quando o procedimento foi implantado no município poucas cidades do país possuíam a atuação domiciliar.
“Na época, municípios como Marília e Santos, que ficam no estado de São Paulo, tinham o serviço. Isso faz com que o SID seja pioneiro nacionalmente, já que foi um dos primeiros projetos do tipo a ser realizado no Brasil”, ressaltou. A enfermeira explicou que o atendimento aos domicílios ajuda na humanização do serviço. “Os pacientes ficam mais próximos de casa, da família. Muitas vezes este procedimento consegue acelerar a recuperação dos atendidos”, observou.
Mary Okano informou que o SID é formado por 37 profissionais, que estão divididos em cinco equipes médicas. “Temos cinco médicos, cinco enfermeiros, dois psicólogos, dois assistentes sociais, três fisioterapeutas, um nutricionista, um farmacêutico, dois motoristas, dois auxiliares administrativos e 13 auxiliares de enfermagem”, listou. Conforme ela, os grupos divididos atendem três tipos de pacientes. “Um deles cuida de pessoas que estão com câncer e em estado terminal, o outro fica responsável por padecentes com o vírus HIV e, por fim, as outras três equipes atendem os demais tipos de doença, desde crianças recém-nascidas a acidentados”, comentou.
De acordo com a coordenadora, o serviço é importante, também, porque consegue aliviar a demanda dos leitos hospitalares e capacitar os familiares dos atendidos. “Cuidamos do doente e das pessoas que são atingidas indiretamente com a doença. Explicamos os cuidados que elas devem ter, para que o paciente receba alta do nosso serviço e continue sendo atendido corretamente pela família”, explicou.
Em relação à equipe responsável pelos pacientes terminais, Mary comemora os resultados apresentados pelo sistema, já que o objetivo maior está sendo alcançado. “Visamos, com esta atuação, que o doente terminal fique em casa e chegue a óbito ao lado de seus familiares. Cerca de 65% das pessoas que receberam o nosso atendimento, desde o começo da ação, faleceram no domicílio, recebendo todos os cuidados médicos possíveis e o carinho da família”, salientou.
Ela destacou, ainda, a função da equipe que cuida dos padecentes com o vírus da Aids, que devem se acostumar a tomar a medicação e a fazer os exames periódicos para cuidar da doença. “Muitas vezes o portador desiste do tratamento devido aos efeitos colaterais dos medicamentos. Nosso grupo auxilia a pessoa, para que ela se acostume com isso e siga com o procedimento sozinha”, enfatizou.
Além disso, a enfermeira afirmou que o SID realiza, mensalmente, na Vila da Saúde, uma reunião com os chamados “cuidadores”, que são os familiares responsáveis pelo atendimento ao paciente quando a equipe do serviço não está presente. “As pessoas capacitadas se reúnem uma vez, por mês, para troca de experiências, informações e acompanhamento psicológico por parte do sistema. Temos que cuidar da saúde física e mental deste ‘cuidador’, já que ele também é responsável pelo paciente na residência”, completou.
A coordenadora Mary Okano explicou ainda como é referenciado o serviço. “A referência para que o paciente seja atendido pelo SID é por encaminhamento de hospitais e unidades básicas de saúde (UBS), com ficha clínica de responsabilidade de médico para médico.” Ela destacou também que desde a implantação do projeto, em setembro de 1996, já foram atendidas mais de 8 mil pessoas. A sede do serviço fica no Pronto Atendimento Municipal (PAM), na rua Mato Grosso, nº 5, no centro da cidade.
(Londrina, 12 de fevereiro de 2009)
