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Jogos paradesportivos vão marcar a próxima semana em Londrina

Milhares de atletas vão disputar o PARAJAP’s, de 19 a 23 de junho, em 15 modalidades diferentes

Pelo segundo ano consecutivo, Londrina sedia os Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (PARAJAP’s). São 49 municípios que disputarão 15 modalidades em diferentes locais de competição de Londrina, entre os dias 19 e 23 de junho. Quase 2.500 pessoas estarão na cidade entre atletas, dirigentes e a equipe de coordenação do evento. Das sete edições anteriores dos Jogos, quatro foram realizadas em Londrina. Além de receber a competição pela quinta vez em 2019, a cidade é candidata a sediar o PARAJAP’s novamente em 2020.

Neste ano, Londrina disputa as modalidades de basquete em cadeiras de rodas; tênis de mesa; natação; goalball; atletismo; paracanoagem; parataekwondo; e parabadminton.  Em todos os grupos locais, há atletas que contam com patrocínio do patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio do Fundo Especial de Incentivo a Projetos Esportivos (FEIPE), vinculado à Fundação de Esportes de Londrina (FEL)

A tabela do PARAJAP’s com o horário e local das competições das equipes londrinenses serão divulgadas diariamente na página de Facebook da Fundação de Esportes de Londrina (FEL)  www.facebook.com/FelFundacaoDeEsportesDeLondrina.  Quem quiser ir aos locais de competição, a entrada para o evento é gratuita.

De acordo com o presidente da FEL, Fernando Madureira, a competição traz jogos de  inspiração que demonstram a todo momento a superação dos atletas. “Vemos inclusão e oportunidade que a Prefeitura e o Estado estão dando ao desenvolvimento e investimento dos atletas. Londrina aumenta a cada ano o investimento no paradesporto, trazendo por meio do FEIPE, um programa específico para essa modalidade”, destacou.

Madureira disse ainda que  Londrina está buscando estar presente em todos os esportes, e alternativas em nível estadual e nacional, para que as entidades consigam desenvolver melhor o paradesporto. “Existe um projeto chamado Reação PCD, em que buscamos a inclusão do paratleta no percentual de vagas de emprego destinada às pessoas com deficiência. Também temos relatos de atletas que começaram a desenvolver a atividade e melhorar a condição de saúde. Temos muito orgulho em sediar mais uma vez o PARAJAP’s “, frisou.

Confira as equipes de Londrina

Foto: Divulgação

Goalball – O time de goalball londrinense já tem 12 anos. Em 2007, a convite da Secretaria de Esportes do Estado, a equipe foi montada para defender o Paraná nos Jogos Escolares. Desde então vem acumulando títulos. Entre as conquistas está o pentacampeonato do PARAJAP’s, o título da Regional Sul de Goalball em 2018 e o vice-campeonato deste ano. A equipe está entre os doze melhores times da elite do Campeonato Brasileiro, que conta com mais de 60 equipes.

O técnico do time, Márcio Rafael da Silva, começou o trabalho com o paradesporto ainda na faculdade, quando conheceu e se identificou com o que era feito com pessoas com deficiência. Educador físico formado, entrou para a equipe do Instituto Roberto Miranda e aprofundou seus estudos sobre as modalidades paradesportivas. Começou no atletismo, depois judô e então conheceu o goalball. Silva disse que o percurso para se tornar um técnico de goalball vitorioso aconteceu meio sem querer, mas hoje os resultados são fruto de muito trabalho.

Segundo o treinador, o Instituto Roberto Miranda atua na educação, apoio e reabilitação da pessoa com deficiência visual. “O goalball é um meio de inclusão social que trabalha a lateralidade, o controle motor, a percepção espacial e a coordenação. Além dos benefícios físicos já conhecidos, o esporte trabalha a parte da autoestima e oportuniza aos atletas conhecerem outros lugares e se integrarem a uma comunidade”, explicou.

A equipe composta por Guilherme Lucas da Silva Almeida, Diego Alexandre da Rocha Rodrigues, Marques Bruno da Silva Correa, Jonathan Rodrigo Inácio, Michael Braz Veigas e Patrick Vieira da Silva Engelmann, tem treinos duas vezes na semana. Os atletas complementam os treinos em academias para manter o nível físico que o esporte exige. O time vem treinando desde o começo do ano com o objetivo de vencer pela sexta vez consecutiva o PARAJAP’s.

Márcio Rafael convidou o público a conhecer as modalidades durante os Jogos e incentivarem as equipes de Londrina. “A importância do PARAJAP’s ser na cidade é a oportunidade dos londrinenses conhecerem como é uma modalidade com pessoas com deficiência. As entradas são francas e não é preciso se deslocar para outros municípios para acompanhar os jogos. São atletas que desempenham seus esportes em alto nível e defendem nossa cidade dando o seu melhor”, elogiou o técnico.

Patrick Vieira, de Foz de Iguaçu, jogava na cidade natal e faz parte da equipe de Londrina há um ano. “Comecei no esporte para melhorar o jeito de andar, pois como enxergo apenas de um olho, andava com o ombro direito para frente. Depois que comecei a praticar o esporte minha postura melhorou bastante. Gosto tanto do goalball que deixei a minha cidade para vir treinar em Londrina. Meu objetivo é fazer parte da Seleção Brasileira. Como o professor Márcio já trabalha com o goalball há um bom tempo, ele tem bastante experiência. Acredito que ele vai me ajudar a chegar à Seleção”, afirmou.

O time tem patrocínio do FEIPE.  O técnico diz que sem o incentivo, não estariam participando das competições. “A importância do FEIPE é gigantesca. O esporte é muito caro, ainda mais o coletivo. Uma bola utilizada no goalball custa 800 reais, são bolas importadas. Tem o material e, além de tênis e uniforme para os atletas, é preciso custear as viagens e a alimentação. O recurso do FEIPE ajuda muito”, acrescentou.

Márcio agradece o reconhecimento que estão recebendo e espera que ele continue. “A gente sabe que é um esporte amador e infelizmente o Brasil gira em torno do futebol. Tem que ter um olhar diferente para essas modalidades. E as modalidades paraolímpicas são as principais, porque além de ser um trabalho esportivo, é um trabalho social, que inclui muitas pessoas que até então eram deixadas de lado na sociedade e com isso elas conseguem estar inclusas, participando e contribuindo para a sociedade de uma maneira geral”, afirmou.

Foto: Ana Beatriz Pacheco

Natação – A equipe que representará Londrina na natação nos Jogos Abertos Paradesportivos conta com diversos campeões. Ano passado ficou em 4º lugar no geral da natação e a meta para este ano é buscar o título ou pelo menos o vice-campeonato. A equipe treina três vezes na semana e é composta por 12 atletas.  O treinador da equipe é Rodrigo Felicio Calixto e os atletas são Claudines Bartolomeu, Domingos Bartolomeu, Francisco Martins, Helder de Lima Texeira, Jeferson da Silva Amaro, Mateus Junio Brambila, Matheus Teodoro Cassiolato, Mateus Carvalo Dias, Wellington Renato Americano, Cleuza Mara Carvalho, Helena Sayoko Yuhara e Simone Sperandio.

Entre os representantes de Londrina, o atleta Jeferson da Silva está voltando às piscinas após cinco anos para competir nos Jogos. A natação, que sempre foi um hobby, se tornou um esporte após o acidente que o deixou sem uma perna e um braço aos 13 anos. Jeferson conquistou o título de campeão Mundial entre 2008 e 2011 e estava cotado para competir a Paralimpíada de Londres, mas sua prótese quebrou e inviabilizou seus treinamentos. Depois desse episódio, ele se afastou do esporte para se dedicar à família. “Meu filho nasceu e eu optei por vê-lo crescer, prolongando a minha pausa na natação, mas agora que está grande é uma das pessoas que me incentivou a voltar. Sabemos que será trabalhoso, preciso readquirir o condicionamento físico e o ritmo de competição. Mas, com apenas 25 dias de treino, nadamos o regional e conseguimos ficar de 3 a 5 segundos do índice para estar no Brasileiro”, contou.

Matheus, de 17 anos, faz parte da Seleção Brasileira no sub 18. O jovem atleta começou na natação por um problema na coluna, com apenas quatro anos. Um dos treinadores percebeu o seu talento e o chamou para treinar, depois o indicou para um professor que tinha um projeto paralímpico. Ano passado Matheus conquistou o título do Campeonato Brasileiro. “O esporte é tudo na minha vida, só não treino quando estou doente, e quando isso acontece eu sinto muita falta”, contou.

O treinador da equipe de Londrina, Rodrigo Felicio Calixto, foi convidado a participar do PARAJAP’s, e está há três anos com o grupo, dois como auxiliar técnico e este ano assumindo o comando da equipe como treinador. Ele afirma que, além da competição, a natação ajuda no tratamento ao melhorar a parte muscular. Um exemplo é o atleta Claudines, que treina há 25 anos, e neste ano começou a sentir o movimento da perna. “Me sinto muito orgulhoso dessa equipe. Poder ver como eles se superam a cada dia mais e mais. Eles demonstram que qualquer um é capaz, não tem ninguém que não consiga fazer algo”, frisou.

A equipe tem patrocínio por meio do FEIPE.   O treinador afirma que o recurso do Fundo dá suporte para que o projeto seja desenvolvido. “Como temos muitos campeonatos, a verba que vem do FEIPE é um incentivo que ajuda principalmente nas viagens. Sem esse recurso os atletas não teriam como bancar os custos”, acrescentou.

Foto: Ana Beatriz Pacheco

Paracanoagem – A equipe de paracanoagem de Londrina é composta pelos atletas Anderson Mario Miranda Benatti, Brenda Kelen Fernandes De Almeida, Giovane Vieira de Paula, Igor Alex Tofalini e Luci Maria de Lima. Eles são comandados pelo técnico Gelson Moreira Souza e pelo preparador físico Vitor Loni. A equipe é pentacampeã no PARAJAP’s e vai defender o título na edição de 2019.

A atleta Brenda Kelen, de 21 anos, treina há dois anos e já acumula diversos títulos. É campeã brasileira de 500 metros e vice na prova de 200 metros, Campeã da Copa Brasil, vice-campeã Sul-Americana, vice-campeã no Pan-Americano e bicampeã Paranaense. A jovem sempre teve o desejo de ser atleta e sua vontade é de ver aumentar o número de mulheres participando. “Meu sonho é ver a minha raia cheia de competidoras”, disse.

Anderson, de 31 anos, pratica a modalidade há cinco. Quando sofreu um acidente, um amigo que sabia que ele sempre praticou e gostou de esporte o indicou para a paracanoagem ao vê-lo depressivo. Hoje, Anderson é vice-campeão brasileiro e campeão paranaense. Na Copa Brasil alcançou o índice para disputar os campeonatos pan-americano, Sul-americano e mundial.

A atleta Luci Maria, de 38 anos, treina há quase dois anos e participa do PARAJAP’s desde 2017. Após sofrer um acidente de moto, procurou um esporte para emagrecer e ter qualidade de vida. “Comecei na natação, e depois conheci a paracanoagem por meio de uma reportagem na televisão. O meu objetivo não era ser atleta, era apenas praticar uma atividade física. Quando o técnico Gelson me chamou para entrar na equipe, em setembro de 2017, vim com o objetivo da qualidade de vida e pela superação pessoal, as medalhas são consequência”, afirmou.

Os treinos são puxados, às vezes nos dois turnos, cerca de uma hora e meia, duas horas, de segunda a sexta-feira. Em julho, a equipe disputará o Pan-Americano, o Sul-Americano e a Copa Brasil. O atleta Igor Tofalini, que também estará representando Londrina no PARAJAP’s, é o atual campeão mundial, além de Giovane Vieira, que venceu o Pan-Americano do Equador e está cotado para ser um dos atletas que vão representar o Brasil no campeonato mundial da modalidade.

O técnico Gerson trabalha com paracanoagem há mais de cinco anos e com canoagem há 20 anos. “A medida que a canoagem foi crescendo no Brasil, as propostas de trabalhar com essa modalidade foram surgindo. Hoje Londrina é referência, é uma das equipes que mais conquista títulos, que têm atletas que participam de campeonatos mundiais tanto na canoagem quanto na paracanoagem. Essa história com a modalidade aconteceu de forma natural na minha carreira como técnico”, contou.

Gerson afirma que o esporte transforma a vida dos atletas. “Muitos deles sofreram algum acidente e ficaram com sequelas. No início eles ficam meio perdidos, o que é normal, mas quando começam a praticar o esporte mudam de vida, começam a ter mais saúde, a ter contato social, aumenta a autoestima, surgem as possibilidades de viajar, de conhecer outros lugares, de ganhar dinheiro, de trocar conhecimento e de se desenvolver como atletas”, disse Gelson.

O time também tem patrocínio, por meio do FEIPE. O técnico diz que esse recurso ajuda nas viagens de competições e tem sua função nas políticas públicas de outros setores “O investimento em esporte diminui o gasto com a saúde pública, por exemplo, pois quando alguém se torna atleta e passa a praticar esporte, diminui o uso de remédios e a necessidade de internações”, acrescentou.

Foto: Ana Beatriz Pacheco

Basquete em cadeira de rodas  – Treinados pelo técnico Lucas Pierin e pelo auxiliar Bruno Lopes de Oliveira, a equipe começou em setembro de 2018 pensando em disputar o PARAJAP’s. O time nasceu do projeto Pernas Preciosas, uma organização sem fins lucrativos, vinculada à Associação Pé Vermelho de Esportes (APVE). Segundo a coordenadora do projeto, Angelita Bonifácio, o objetivo do projeto é incentivar a prática de esporte. “Nós acreditamos que o esporte é a melhor ferramenta para a inclusão e promoção de qualidade de vida para as pessoas”, frisou.

O Pernas Preciosas começou voltado para as corridas de rua, cadastrando voluntários para empurrar cadeiras de rodas e dando apoio para os deficientes e para os familiares. Além disso, oferecia apoio aos paratletas da natação de Londrina durante as competições. “Nosso intuito é trazer várias modalidades para a cidade e incentivar o paradesporto. Com esse ideal o projeto tomou corpo e nasceu nossa equipe de basquete em cadeira de rodas no ano passado”, afirmou Angelita.

O time é formado pelos atletas Anderson Laurentino da Silva, Alberto Charello do Carmo, Carlos Alberto Freire, Douglas Willian da Silva Dutra, Júlio César Silva, Marcio Gabriel Silva, Rogério Garcia Bena e Wesley Alves de Almeida. O técnico Lucas Perin já era ligado ao basquete para cadeirantes quando aceitou o desafio de treinar a equipe. “Sempre me interessei pelo basquete. Joguei muito tempo essa modalidade e fiz educação física pensando nisso. Trabalhei na Paralimpíada de 2016, no Rio, como voluntário no basquete em cadeira de rodas, na assessoria e recepção dos atletas, e isso foi uma experiência determinante para assumir o projeto”, contou.

Pierin aponta a modalidade como instrumento de estímulo motor, mental e psicossocial, além de promover a inclusão social. “Eles estão inseridos novamente na sociedade. Muitos deles, quando sofreram o acidente ou a lesão, não tiveram mais essa oportunidade. Outros ainda, nunca tiveram contato com o esporte antes das lesões, então o basquete é uma oportunidade de praticar atividade física e desenvolver a parte mental e física”, explicou.

O capitão do time, Alberto Charello do Carmo, começou na equipe buscando qualidade de vida. Há 13 anos, ele sofreu um acidente com bala perdida que o deixou paraplégico. “Depois do acidente, eu senti a necessidade de me sentir útil novamente, sentir que ainda poderia praticar um esporte. No projeto encontrei essa sensação e também posso trocar experiências. Na quadra a gente conversa e se diverte. Para os novatos, passamos muitos ensinamentos, buscamos juntos a qualidade de vida e temos o entretenimento. Tudo isso quebrando preconceitos”, reforçou.

Os treinos são às segundas, quartas e sextas-feiras das 14h às 16h, na quadra da Universidade Estadual de Londrina. O time também conta com patrocínio, por meio do FEIPE,  da FEL. O técnico Lucas Pierin afirmou que o recurso é essencial para a continuidade do projeto. “O FEIPE ajuda nas viagens para os campeonatos e na compra dos equipamentos e do material de treino. Só este ano foram adquiridas quatro cadeiras novas que custam cerca de R$ 3.600 cada e só conseguimos comprar por conta dos recursos do FEIPE. É esse incentivo que faz o projeto seguir em frente”, pontuou.

Para o técnico, o PARAJAP’s ser realizado em Londrina ajuda na visibilidade dos atletas e na divulgação da modalidade. “É um time novo em um esporte que não é tão visado, nem conhecido. Sediar campeonatos da modalidade, como a fase do Campeonato Paranaense que Londrina realizou em maio e agora mais uma edição do PARAJAP’s, neste mês, faz com que a comunidade conheça nossos atletas e nosso esporte. A expectativa é grande, vamos levar a experiência que tivemos no Paranaense e dar nosso melhor no PARAJAP’s”, acrescentou.

Foto: Ana Beatriz Pacheco

Tênis de mesa – A equipe do Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais (ILECE) representará a cidade no tênis de mesa. Os atletas Adriana Leite, Fabiana Alves dos Santos, Gabriel Veiga Domeneguetti, Guilherme Henrique dos Santos, Luiz Henrique de Macedo, Marcelo Aparecido Garcia, Michael Allan da Silva Francisco, Renata Marcia Venancio, Romulo Silva Gaio, Tatiane Aparecida Gomes de Freitas serão os responsáveis por defender Londrina na competição.  Treinados pelos técnicos, Edson Luiz Martinussi e Fernando Kubo, o time tem atletas com deficiência intelectual, física e síndrome de Down que competem em três categorias: individual, dupla e equipe.

No ano passado, a atleta Tatiane, de 37 anos, foi a segunda colocada no classificatório de Tóquio para o Parapan do Peru. Já Gabriel conquistou a medalha de prata no Campeonato Sul-Americano de Síndrome de Down, realizado em Francisco Beltrão, e Renata conseguiu o 3º lugar também no Sul-Americano.

O treinador Martinussi contou que conheceu o paradesporto há 31 anos, nos  primeiros estágios quando cursava educação física na UEL. “Gostei muito e desde então fui trabalhar no ILECE, ainda em 1988, e estou aqui até hoje desenvolvendo o esporte paralímpico. É maravilhoso fazer esse trabalho, não tem preço que pague”, frisou.

Ele afirmou ainda que a prática esportiva ajuda no desenvolvimento enquanto atleta e também enquanto pessoa. “O esporte é fator de inclusão, de independência. Ajuda na socialização, no aprendizado e no pedagógico. Além da reabilitação física, é um fator muito importante na vida dos atletas”, destacou.

Segundo Martinussi, o treinamento dos alunos do ILECE do tênis de mesa começou nas aulas de educação física e se tornou um projeto do FEIPE. “Quando começamos com os projetos por meio da FEL, há mais de 12 anos, conseguimos montar uma equipe de fato. Assim, conseguimos formar e desenvolver atletas. O ILECE é hoje destaque em nível estadual, nacional e internacional. Já fomos competir em vários países e a meta principal de 2020 é levar a equipe Down para o Mundial de Tênis de Mesa na Turquia”, acrescentou.

A equipe de tênis de mesa continua desde então com patrocínio do FEIPE. Martinussi afirmou que o incentivo é importante para dar oportunidade aos atletas participarem de campeonatos. “O FEIPE também possibilita as melhores condições de treinamento. Com o recurso, conseguimos adquirir um bom material para os treinos. As raquetes custam entre R$400 e R$600, as bolinhas são de um material caro, e precisam sempre ser renovadas”, explicou.

Além da equipe que vai competir no PARAJAP’s, o projeto conta com um polo de iniciação de novos atletas, que investe na formação e garante a continuidade ao trabalho. Os treinos são três vezes por semana, segunda das 8h às 9h30 e na terça e quarta-feira das 14h às 17h30.

Foto: Ana Beatriz Pacheco

Parabdminton – A equipe londrinense será representada pelos atletas do Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais (ILECE), Devanil Maciel De Jesus, Jeniffer Da Silva, João Carlos Bezerra Lemos, João Pedro Gonsalves, Regina Fonseca De Paula e Willian Greitson Alexandre, sob o comando do técnico Edmundo Silva Novais. O time é o atual campeão do PARAJAP’s.

Técnico há 24 anos, Edmundo contou que começou sua carreira no paradesporto de forma bem natural e tranquila. “Fui realizando o treinamento junto com eles e quando estávamos prontos para disputar campeonatos passamos a participar das competições. Existia uma demanda reprimida nessa área e começamos a trabalhar para atendê-la”, disse.

O treinador ressaltou a importância do esporte na vida dos atletas. “Nós vemos que faz muito bem para eles, o reconhecimento por parte da sociedade e da família. E, ao mesmo tempo, eles mesmos veem o seu valor por meio do esforço com que realizam os treinamentos, da conquista das medalhas, das viagens para as competições, e a chance de conhecer outros lugares e na interação com outros atletas. O esporte traz inúmeras oportunidades e benefícios para eles, enquanto pessoas, atletas e cidadãos”, comentou Edmundo.

O time é outro dos projetos que contam com patrocínio do FEIPE. O técnico afirma que o incentivo é fundamental para o trabalho. “É uma ótima parceria. Por meio desse recurso podemos comprar materiais, organizar os calendários de competições e viabilizar a nossa participação nos jogos. Sem o FEIPE não teríamos como participar de tantos eventos assim e de obter resultados. A FEL é nosso principal apoiador”, acrescentou.

A equipe é formada por deficientes intelectuais e um deficiente físico. Os treinos de parabadminton são na terça-feira das 15h30 às 17h30, e na quarta-feira das 15h30 às 17 horas, no ILECE do Cafezal.

Foto: Divulgação

Parataekwondo – Londrina será representada no parataekwondo pelos atletas Demitri Praes, Nathália Cazella e Ronaldo Moreira da Silva. Eles são das academias Lopes e Aguiar, Natalia Falavigna e do polo Jamile Dequech de Taekwondo/Equipe Madureira, respectivamente, filiados ao Instituto Paranaense de Esportes e Cultura (IPEC). Praes e Cazella são deficientes intelectuais e Moreira, atleta do polo Jamile Dequech, é deficiente físico.

Demitri participa de campeonatos há 4 anos e já coleciona vários títulos: é campeão londrinense e paranaense, garantiu o ouro na Copa Paraná e também no Brasil Open.

A equipe, treinada pelo técnico Flávio Alves, foi formada neste ano. Em 2015, a modalidade foi anunciada como parte do programa paralímpico. “O parataekwondo é um esporte muito novo e começou a participar do PARAJAP’s só no ano passado”, contou.

Segundo Flávio, o esporte tem benefícios além dos físicos. “O aspecto mental é muito importante. O atleta estar inserido no meio esportivo proporciona novas amizades e amplia o seu círculo social. A autoestima também aumenta com as conquistas, como as vitórias, as medalhas, o passar de faixa, as viagens e a disputa dos campeonatos”, acrescentou.

Os atletas Demitri e Nathália  também são patrocinados pelo FEIPE. O atleta Ronaldo, que treina em um dos polos do projeto, foi convidado a integrar a equipe que disputará o PARAJAP’s. Segundo o técnico, o Fundo é essencial para o desenvolvimento da modalidade. “É o programa que viabiliza o atleta permanecer neste meio. Não ter gasto com inscrições, viagens e material já é uma grande ajuda. Também é um super mérito para os atletas, que veem seu trabalho ser reconhecido, são convocados para a seleção de Londrina e têm o orgulho de representar a cidade em uma competição. No PARAJAP’s esperamos ganhar três medalhas e as três de ouro”, destacou Flávio.

O treinador trabalha com o taekwondo desde 1995, mas conheceu o parataekwondo há pouco tempo. “O parataekwondo é diferente pelas regras e categorias. Neste ano, participei de um curso do Comitê Olímpico Brasileiro sobre o parataekwondo e tenho me aprofundado nas especificidades dessa modalidade. O FEIPE oportunizou que a gente buscasse os recursos no programa paradesportivo, daí eu inscrevi o projeto e fomos contemplados”, comemorou.

Foto: Ana Beatriz Pacheco

Atletismo – A delegação de atletismo de Londrina no PARAJAP’s será formada por 25 atletas de três instituições da cidade. A equipe conta com atletas do Instituto Roberto Miranda, do Instituto José Gonzaga Vieira e do Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais (ILECE). Entre eles há pessoas com deficiência física, intelectual, visual e síndrome de down.

A equipe de atletismo do Instituto Roberto Miranda é composta por Marques Bruno da Silva Correa, Paulo Leandro Nonato de Lima, Aparecido de Souza, Fabiano Gimenez Martins e Teresinha de Jesus Correia dos Santos, com o comando do Técnico Anderson dos Santos Almeida.

Paulo, Aparecido e Fabiano participarão pela 1ª vez de um Campeonato. Enquanto Marques e a Teresinha são mais experientes. Única mulher da equipe, Teresinha tem em seu currículo a conquista da medalha de bronze nas Paralimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, na categoria 100 metros.

O técnico Anderson está há dois anos no Instituto. Se formou em educação física em 2013 e fez pós-graduação em educação especial. O treinador ressalta a importância do esporte. “A atividade ajuda na socialização, muitos chegam deprimidos e a atividade física tem um papel determinante na recuperação. O esporte é uma motivação para seguir a vida.”

Aparecido, de 40 anos, está bastante ansioso para participar de sua 1ª grande competição.  O atleta não praticava esportes antes do atletismo e começou a treinar há oito meses. “O esporte agrega muito valor na minha vida. Melhora a parte física e a psicológica”, frisou.

De Souza enxerga só 5% do olho esquerdo e conta com um guia durante a prova. Na última corrida teve o acompanhamento do seu sobrinho, que repetirá a dose no PARAJAP’s. “Bem legal tê-lo ao meu lado, além de me dar suporte indicando a direção, vai me incentivando ao longo do caminho. Vou fazer o meu máximo para conseguir uma boa colocação, mas só de participar já conta muito. Agradeço a oportunidade de poder estar lá, fico muito orgulhoso de estar representando a cidade”, acrescentou.

Paulo, de 37 anos, perdeu a visão por conta da diabetes há três anos, entrou no Instituto, conheceu os projetos e participa do judô e do atletismo. Este ano, se preparou para competir e o convite para o PARAJAP’s teve um significado especial. “O esporte é a minha vida. Se não fosse o esporte eu não estaria de pé, estaria em uma cama. Estou muito feliz”, comemorou.

O time do ILECE tem os seguintes atletas: Alisson de Paula Batista; João Felipe de Oliveira; Joberson Rodrigues do Arte; Othon Humberto Denis Urbano; Fabio Costa; Gabriel dos Santos Gonçalves; Edvaldo Moreira; Luis Anselmo Volso; Elias Vioto Caetano; Franciele Veiga De Lima; Adriana Tano; Thais Silva Tirola; Claudineia de Oliveira; Luana dos Santos Guedes; Claudiane Etelvina Alameida; e Andriely Moreira. Os técnicos são Carla de Oliveira Tomaz e Edmundo Silva Novais.

Fábio Costa, de 16 anos, voltou recentemente da Colômbia, onde competiu na 23ª Olimpíada Especiais Fides-Compensar Iberoamericana, contra atletas de doze países diferentes. Fábio conquistou o ouro nas provas de 200 metros e de 100 metros, e foi vice-campeão na prova de 400 metros.

O time do Instituto José Gonzaga Viera, comandado pelo técnico Adriano Fernandes Santana, conta com Claudio Alves de Souza, no lançamento do dardo, disco e arremesso de peso; Franciely Pereira dos Santos, no lançamento de disco e dardo; Kevelyn de Oliveira Nunes, nos 100 metros, 200 metros e no lançamento do dardo; e Waldemir Antonio de Oliveira, no lançamento de disco, dardo e arremesso de peso.

Adriano afirma que o esporte traz diversos benefícios. “Além da saúde, promove a integração com outras pessoas com deficiência e também com pessoas que não têm deficiência e promove viagens, nas quais o atleta sai da rotina e conhece coisas novas. Para o PARAJAP’s a expectativa é de ganhar medalhas, estamos treinando firme para dar o nosso melhor nessa competição”, acrescentou o técnico.

A equipe de atletismo também conta com patrocínio FEIPE.

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