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Saúde realiza roda de conversa sobre sarampo

Nova recomendação está em vigor desde ontem (22); agora os bebês entre 6 meses e menores de 1 ano de idade devem tomar a vacina

Apesar de o município de Londrina não ter registrado nenhum caso de sarampo até o momento, na manhã desta sexta-feira (23), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou uma roda de conversa com os profissionais da área. O encontro aconteceu no auditório da Prefeitura, localizado na sede administrativa, que fica na Avenida Duque de Caxias, 635.

O objetivo foi conversar sobre as mudanças implantadas pelo Ministério da Saúde (MS) com relação ao esquema vacinal contra o Sarampo. A nova recomendação do governo federal, anunciada ontem (22), ampliou o público-alvo que deve receber as doses de vacina. A iniciativa busca proteger a faixa etária mais suscetível ao agravamento da doença e com maiores índices de óbitos quando não imunizados, que são os bebês com menos de um ano.

Foto: Jenifer de Paula

Por isso, a partir de agora, os pais e responsáveis por crianças de 6 meses a menores de 1 ano devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para vacinar os pequenos. Essa imunização está sendo chamada de “dose zero” e, em Londrina, a estimativa é que existam 6 mil crianças dentro dessa faixa etária. Antes da alteração, a norma exigia a vacinação apenas aos 12 meses de idade, com um reforço aos 15 meses.

“Achamos natural fazermos essa roda de conversa, para que pudéssemos tirar as dúvidas que possam surgir com a alteração no calendário de vacinação por parte do Ministério da Saúde e alinharmos as informações, para assim estarmos preparados caso identifiquemos casos de sarampo nas nossas unidades de saúde”, disse o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.

Além deles, a vacinação contra o sarampo é indicada para crianças e adultos com idade entre 1 e 29 anos (duas doses); 30 a 49 anos (dose única); e acima de 50 anos, em condições especiais. Já os profissionais de saúde devem receber duas doses, independentemente da idade. Atualmente, a faixa etária mais acometida é dos 15 aos 30 anos.

O encontro reuniu aproximadamente 100 enfermeiros e profissionais da saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBS), Pronto Atendimento Infantil (PAI), Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Laboratório Municipal de Análises Clínicas (Centrolab), Maternidade Municipal Lucilla Ballalai e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e foi mediado pela diretora de Vigilância em Saúde de Londrina.

Eles puderam esclarecer suas dúvidas e também foram reforçadas as informações sobre os sintomas, as formas de contágio e de prevenção, os protocolos do Ministério da Saúde e as novas orientações sobre a imunização.

Foto: Jenifer de Paula

Sobre o sarampo – Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes, é necessário falar sobre o assunto, pois o sarampo é uma doença que seleciona três características extremamente importantes, que são a alta infectividade, alta transmissibilidade e alta patogenicidade.

Isso significa que ele se transmite muito facilmente pelo ar, por meio do contato direto (tosse, espirros, fala ou respiração) ou pelas partículas suspensas no ar. Assim, não é preciso permanecer muito tempo com o doente para estar exposto ao vírus, visto que, uma simples carona no elevador, pode gerar o contágio. Além disso, todos os indivíduos que pegarem a doença apresentarão os sintomas clássicos, pois não existe a possibilidade de a doença ser assintomática.

Sintomas – Depois de contaminado, após uma ou duas semanas, o paciente apresenta febre alta, os olhos ficam lacrimejantes, com vermelhidão, aversão à luz e conjuntivite associada, há coriza, tosse seca persistente, mal-estar e diarreia.

Após três dias de febre alta, em média, surgem as manchas avermelhadas pela cabeça, que se espalharão pelo torso e depois para os membros inferiores, atingindo todo o corpo. Isso perdura cerca de 7 a 10 dias.
O período de incubação do vírus é de 10 a 21 dias, contados desde a data da exposição até o surgimento dos exantemas (manchas vermelhas). Já a transmissão acontece entre 4 a 6 dias antes do aparecimentos dos exantemas. Assim, o sarampo é transmitido na fase em que o doente tem febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite.

O sarampo também pode agravar outras enfermidades, como infecções respiratórias, otite, pneumonia e tuberculose. Por ser muito debilitante, quanto menor for a idade, maior será a possibilidade de apresentar complicações no quadro clínico, por isso, nas crianças é comum que elas fiquem bastante prostradas, não conseguindo brincar, se hidratar e se alimentar, além de surgirem pequenas manchas branco-amareladas na mucosa oral.

Foto: Jenifer de Paula

Prevenção – Até hoje, o meio mais eficaz de prevenção é a vacina, sendo que ela poderia, eventualmente, erradicar a doença, caso todos fossem imunizados, pois o sarampo só ocorre em seres humanos.

Por isso, a recomendação é que aqueles que não têm certeza se tomaram a vacina, busquem orientações, de maneira organizada, na própria Unidade Básica de Saúde (UBS), visto que os profissionais estão aptos a fornecerem o atendimento.

Para saber se a pessoa já recebeu a imunização, basta verificar na carteirinha o registro da vacina Tríplice Viral, que previne contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Acredita-se também que as pessoas que já tiveram sarampo uma vez estejam imunizadas.

As doses estão sendo distribuídas gratuitamente em todas as unidades da zona urbana e rural de Londrina. O horário de funcionamento pode ser conferido no site da Prefeitura de Londrina.

Diagnóstico e tratamento – Aqueles que apresentarem os sintomas acima devem procurar imediatamente o atendimento médico. O diagnóstico pode ser feito, por meio da sorologia para detecção de anticorpos IgM e IgG específicos. Atualmente, não há tratamento específico para o sarampo, por isso os médicos tratam apenas as complicações secundários.

Outras informações podem ser obtidas com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, pelo 3372-9434 e com a diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes, pelo 3372-9479.

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Ana Paula Hedler

Gestora de Comunicação, formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, especialista em Comunicação com o Mercado pela Universidade Estadual de Londrina e Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná.

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