Cidadão
Londrina estuda políticas para gays, bi e transexuais
Secretária da Mulher participou esta semana de Seminário nacional em Brasília, a fim de capacitar a secretaria para a implantação de políticas públicas para a comunidade LGBT
Seguindo a tendência do governo federal para assegurar direitos básicos aos Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), a cidade de Londrina foi representada pela secretária municipal da Mulher, Sueli Galhardi, no I Seminário Nacional de Gestores e Trabalhadores no Combate à Homofobia, promovido pela Coordenação Geral de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.Na solenidade de abertura do encontro, a secretária da Mulher de Londrina foi convidada pela coordenação do evento para compor a mesa representando os municípios brasileiros do interior dos estados. Em sua fala, ela destacou a visibilidade de Londrina no cenário nacional e o compromisso da Gestão Barbosa Neto em executar políticas nessa área.
De acordo com Sueli, o principal mérito de sua participação no evento foi a capacitação profissional para a implantação de políticas públicas no município direcionadas aos LGBT. “Existem grupos de estudo e iniciativas isoladas na cidade, mas não uma política pública. É preciso assegurar o respeito e a garantia de inclusão a estes cidadãos. Articular uma política é trabalhar contra a discriminação, que acontece nas áreas de saúde, educação, segurança, trabalho”, enumerou.
A secretária afirmou ainda que o encontro foi importante para melhorar a comunicação direta com a Secretaria Especial de Direitos Humanos. “A partir de agora, o município pode articular outros momentos para ir a Brasília discutir e desenvolver o trabalho neste sentido”, afirmou. Sueli ressaltou ainda, que esta não é uma missão que compete unicamente ao poder executivo. “É preciso que haja uma articulação com os poderes judiciário, legislativo e a sociedade civil organizada, também”, declarou.
Os próximos passos da Secretaria para a promoção da igualdade de direitos dos LGBT, segundo Sueli Galhardi, é atrair o público interessado para o debate do tema na cidade. “Nós não estamos começando do zero. Em 2008, foi realizada uma Conferência Municipal pela Diversidade Sexual, de onde saiu um documento explicitando as demandas dessa população. Nós temos, agora, que resgatar este público, reavaliar as demandas e discutir um projeto de políticas públicas eficazes”, pontuou a secretária.
Não há hoje, no município, monitoramento ou estatísticas referentes a esta parcela da população, situação que a Secretaria pretende alterar a partir do trabalho que será desenvolvido. “Existe uma demanda hoje que não é atendida. Essas pessoas sofrem com preconceito, são tratadas de forma diferente em várias instâncias sociais, mas não têm um órgão que dê apoio nestes casos”, avaliou Sueli.
Campanha nacional
Durante o simpósio, a Secretaria Especial de Direitos Humanos, em parceria com travestis de todo o país, lançou uma campanha nacional pelo combate à transfobia (preconceito contra travestis, transexuais e transgêneros). As travestis produziram o material da campanha, que divulga informações sobre prevenção de doenças, utilização de banheiros, escolha de nome social, entre outros, para as próprias transexuais.
Também serão distribuídos folders educativos para os vários setores da sociedade, atentando para a igualdade de direitos assegurada a todos os cidadãos, e combatendo o preconceito. O slogan da campanha é “Olhe, olhe de novo e veja além do preconceito”. Foram produzidos pelas travestis, ainda, ringtones para celular, descansos de tela, além de vídeos, cartazes e folders.
(Londrina, 30 de abril de 2010)




