Município chama atenção para o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna
O agravamento de problemas referentes à saúde de gestantes e puérperas durante a pandemia de Covid-19 é uma das preocupações
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Nesta sexta-feira (28), Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), e a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM), se manifestaram para chamar a atenção da sociedade londrinense. Uma nota pública, editada pelo CMDM, aponta dados sobre a mortalidade materna e por câncer de mama, útero e ovário na cidade, referindo-se também à data de 28 de maio, que ainda marca o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher. O texto, na íntegra, pode ser acessado na página do CMDM, dentro do portal da Prefeitura, com acesso direto clicando aqui.
Em prol da defesa da saúde da mulher e da redução da morte materna, o informativo busca conscientizar as pessoas sobre a importância da integração de esforços para que o acesso de todas as mulheres à assistência à saúde de qualidade seja um direito efetivo. A preocupação, em especial, se dá durante a pandemia de Covid-19, que ocasionou o agravamento de problemas relacionados à atenção à saúde das mulheres gestantes e puérperas. A morte materna pode acontecer em decorrência de complicação da gestação, parto, aborto ou pós-parto.
Este público, como já alerta entidades nacionais de ginecologia e obstetrícia, tem risco significativamente maior de evoluir para um quadro grave da doença. Por esse motivo, as gestantes e puérperas foram incluídas nos grupos prioritários para receberem a imunização.
Em Londrina, a taxa de mortalidade materna cresceu nos últimos três anos, principalmente no período de pandemia. O apontamento é feito a partir do Coeficiente de Mortalidade Materna, computado pelo número de óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos. Desde 1986, o biênio 2019-2020 foi o período com maior taxa de morte materna no município, totalizando 15 óbitos, e coeficiente de 75,1. Entre 2020 e 2021, até o momento, foram registrados 12 óbitos, sendo sete no ano passado e cinco neste ano. Em 2019, foram apenas três mortes.
A secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Liange Doy Fernandes, informou que as recomendações propostas pela nota pública estão previstas no Plano Municipal de Políticas para as Mulheres, cujas ações visam garantir o acesso de todas as mulheres à uma assistência à saúde de qualidade, considerando as especificidades geracionais, de raça e etnia, de gênero e de orientação sexual. “Contribuir com ações que atendam a essa diversidade de demandas, com vistas à uma atenção integral à saúde das mulheres, com especial atenção para a saúde reprodutiva, tem sido uma prioridade da Secretaria da Mulher e um compromisso desta gestão”, afirmou.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Rosalina Batista, disse que, nesse momento, é necessário um olhar ainda mais atento tanto pelo poder público como por parte da comunidade em geral, para que as necessidades em saúde materna sejam atendidas de forma adequada. Ela frisou que essa é uma pauta permanente na comissão de Saúde da Mulher dentro do CMDM.
“É uma situação que preocupa, pois sabemos que muitas vezes morre não apenas a mãe, mas uma criança junto. A pandemia, por si só, já inquieta as gestantes por todo o perigo que representa, sendo um público mais suscetível à gravidade da Covid-19. E não sabemos até quando irá esse enfrentamento, então é necessário que as políticas públicas ofertadas às mulheres sejam fortalecidas e as informações sejam divulgadas. Da mesma forma, as próprias gestantes também precisam ficar atentas sempre, não podem ficar só em casa e devem procurar os serviços de apoio da rede municipal, seja para consultas pré-parto ou outros acompanhamentos necessários, incluindo os cuidados pós-parto”, enfatizou.
Importância – Por meio da nota pública, o CMDM conclama gestores municipais, organizações da sociedade civil, instituições de ensino e pesquisa, associações profissionais, sindicatos, entre outros órgãos. Em relação a gestores e gestoras, o órgão destaca a importância da atenção à manutenção e não interrupção dos serviços de saúde reprodutiva; assistência de qualidade ao pré-natal, parto e pós-parto; vacinação prioritária de todas as gestantes e puérperas; e garantia de atendimento em tempo oportuno, tanto para gestante quanto nos casos de neoplasias, garantindo que após o diagnóstico os atendimentos necessários ao tratamento sejam realizados com agilidade e qualidade; entre outros tópicos.
Dentre as recomendações voltadas a empregadores e empregadoras de gestantes e mulheres em todos os ciclos de vida, o Conselho sublinha a garantia de condições para que essas possam acessar os serviços de saúde para realização de exames preventivos, consultas de pré-natal e outras associadas à gestação, parto e puerpério, além dos demais tratamentos de saúde, sem prejuízo ao seu emprego, salário e benefícios associados.
28 de maio – Em 1984, durante o IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, realizado na Holanda, foi estabelecido o dia 28 de maio como Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher. Posteriormente, reconhecendo a magnitude da morte materna no Brasil, essa pauta foi incorporada à data e priorizada nas mobilizações das mulheres brasileiras.
Para garantir o bem-estar materno e fetal, os cuidados relativos à atenção pré-natal e de puerpério de qualidade são fundamentais. Os serviços de Atenção Primária precisam oferecer acolhimento à mulher desde o princípio da gravidez, o mais rápido possível, para possibilitar uma identificação e acompanhamento adequados, durante toda a gestação e puerpério. Outros fatores importantes são a celeridade nos exames de pré-natal, vacinação, aspectos nutricionais e instrumentos para diagnóstico precoce e preciso de câncer de colo de útero.