Ouro Verde recebe sarau do Àjòdún das Pretas e Feira da Fábrica no sábado (29)

Neste sábado (29), a partir das 15h, o Cine Teatro Ouro Verde (rua Maranhão, 85, Centro) recebe diversas atrações culturais por meio do evento festivo Àjòdún das Pretas, em conjunto com a Feira da Fábrica, do programa Fábrica – Rede Popular de Cultura. Toda a programação é gratuita e aberta ao público, contando com apoio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).

Tradicional no cenário cultural londrinense, este é o último de quatro saraus que compõem o projeto de oficinas criativas Àjòdún das Pretas: Mulheres, Olhares e Lugares”, contemplado pelo Promic. Produzido desde 2015, o projeto nasceu como Sarau das Pretas, mas, agora, se apresenta como Àjòdún, palavra que vem do Iorubá e significa reunião de pessoas para comemorar algo. Dessa vez, o Coletivo de Mulheres Luiza Mahin (LuMah) se junta à equipe do Projeto Fabrincante nesta comemoração, realizada em parceria com o Feira da Fábrica.

Os projetos participantes da Feira fazem parte da Fábrica, que é um programa da Secretaria Municipal de Cultura, e oferece para crianças, jovens e adultos de diversos bairros da cidade e distritos rurais oficinas variadas de musicalização, dança, teatro, cinema, jogos eletrônicos, capoeira, hip hop entre outras, onde os participantes têm a oportunidade de criar com essas artes. A Feira da Fábrica dá visibilidade a essas criações e potencializa o processo em rede. Através dessa ação, a população pode prestigiar exibições audiovisuais, apresentações artísticas e rodas de conversa, além de um enriquecedor contato com os diversos projetos que estão em desenvolvimento na cidade.

Esta edição do Àjòdún celebrará novamente as mulheres homenageadas nos saraus anteriores, as escritoras Carolina Maria de Jesus, Alzira Rufino e Conceição Evaristo, abordando suas obras no contexto dos resultados das oficinas de Escrita Criativa, desenvolvida com mulheres londrinenses e Multilinguagens, conduzida junto
a crianças da rede pública de ensino.

A programação terá início às 15h, com a exibição dos resultados do projeto Oficina de Stop Motion. As animações foram produzidas tendo como temática o orixá Exu, uma das entidades da religiosidade afro-brasileira. Em seguida o projeto Escola Rural de Cinema exibirá o curta-metragem Jogo dos Espíritos, elaborado pelos alunos que frequentaram as oficinas de ensino-aprendizagem de linguagem e realização
cinematográficas.

Na sequência, às 16h, será realizada uma roda de conversa com mulheres negras que participaram da Oficina de Rádio e Produção de Podcasts Cafua das Pretas, conduzida pelos alunos do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Londrina, coordenados pelo professor Reginaldo Moreira e com mediação das integrantes do Coletivo LuMah. Ao mesmo tempo, o projeto Londrina dá Jogo proporcionará uma experiência com games eletrônicos para crianças e adolescentes, compondo o tradicional Espaço Erê.

A partir das 18h terá início as apresentações dos resultados dos projetos de oficina Ginga Londrina, Passos pro Futuro e Coro Cênico, que levarão capoeira, dança e música para o palco do Ouro Verde. O encontro cultural será encerrado com uma grande roda de samba, conduzida pelas cantoras Cecília Bandeira, Luiza Braga e Silvia Borba, que apresentarão repertório especialmente preparado para a festa, ressaltando a produção musical de mulheres pretas brasileiras.

A jornalista e integrante do Coletivo LuMah, Fiama Heloisa, afirmou que a expectativa é grande e que o sarau vai abrir ainda mais espaço para as mulheres negras mostrarem seus trabalhos. “É a primeira vez que vamos ocupar o Cine Teatro Ouro Verde para realizar o sarau. Queremos dar o espaço para as pessoas negras que nunca tiveram a oportunidade de pisar neste placo tradicional da cultura londrinense, e mostrar que ele deve ser ocupado por todos os tipos de pessoas, sem qualquer discriminação, levando a cultura negra para lugares que historicamente não estamos acostumados a ver, quebrando barreiras”, contou.

A programação do evento conta com a parceria dos convidados da Feira Fábrica, que vão apresentar seus resultados, sendo eles o Stop Motion. Exu: Do não começo ao sem fim; Escola Rural de Cinema; Londrina dá Jogo; Passos pro Futuro; Ginga Londrina e Coro Cênico. O coordenador do Programa Fábrica, Valdir Grandini, explicou a importância dessa feira para cidade, ressaltando que o Ouro Verde é um ótimo local para sediar o evento. A última feira do programa foi realizada na Concha Acústica.

“Esta segunda edição da Feira da Fábrica foi escolhida para ser feita agora por conta do andamento dos projetos, sendo que a maior parte deles já apresentou seus resultados finais. Com isso, será possível criar uma programação mais diversificada. Além disso, o Projeto Fabrincante vem para incentivar o uso de espaços culturais, e o Ouro Verde, tão tradicional e rico para Londrina, foi escolhido. O evento, integrando iniciativas, vem para trazer aos participantes e familiares a oportunidade de vivenciar experiências em um espaço aberto à linguagens variadas” explicou.

O Àjòdún, uma realização do Coletivo LuMah, conta com a produção executiva de Álvaro Canholi, da PÁ! Artística, e patrocínio da Prefeitura de Londrina, além do apoio da Universidade Estadual de Londrina. A Feira da Fábrica é um espaço de troca em rede e de democratização do acesso à cultura, organizada pelo Projeto
Fabrincante, contemplado também com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura.

Por Giulia Carradore, com informações da assessoria de comunicação do evento Àjòdún das Pretas – sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina