Bibliotecas de Londrina exibem série de animações “Exú: do não começo ao sem fim”

Nesta semana, de terça (1º) a sexta-feira (4), as bibliotecas públicas de Londrina vão exibir a série de animações, “Exú: do não começo ao sem fim”, resultado da oficina de stop-motion patrocinada pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). Realizada no terreiro de candomblé Ilé Àse Àlàyé, localizado na zona leste de Londrina, a oficina é uma proposta voltada ao protagonismo do povo do terreiro na difusão dos saberes da cultura afro-brasileira.

Os episódios apresentam desenhos produzidos pela comunidade candomblecista, e têm como tema as divindades Exú Orixá e Pombagira, além de cantigas e conhecimentos de tradição oral do candomblé. No total, a iniciativa é composta por sete episódios com duração média de 1 minuto cada, e a produção das animações contou com o trabalho de edição da artista e videomaker Nanjilè.

Com entrada gratuita e abertas a todos os interessados, as sessões terão início na terça-feira (1^o), na Biblioteca Municipal Eugênia Monfranatti (Avenida Guilherme de Almeida, 2.260), com várias exibições em sequência, indo das 8h às 12h. Já na quarta-feira (2), a atividade será oferecida na Biblioteca Pública Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza (Avenida Rio de Janeiro, 413, Centro), tendo início às 7h30.

A Biblioteca Ramal Vila Nova (Rua Purus, 45), será o penúltimo local onde o público poderá assistir aos filmes, na quinta-feira (3), das 8h às 14h. E, na sexta-feira (4), a ação será concluída com uma nova exibição na Biblioteca Pública Municipal Pedro Viriato Parigot de Souza, desta vez à tarde, das 13h até as 18h.

Conforme a coordenadora de Atendimento, Programação e Extensão das Bibliotecas Públicas de Londrina, Tatiane Santos, é muito importante que as bibliotecas do Município promovam esse evento que aborda a cultura afro-brasileira, com o objetivo de desmistificar os terreiros. “Para a gente, faz muito sentido trazer essa produção audiovisual focada na cultura afro-brasileira, e é importante oferecer espaço para disseminar o conhecimento sobre essas tradições. Na Biblioteca Pública Municipal, temos uma sala dedicada à cultura afro que é justamente destinada a receber atividades que dão projeção aos artistas afro-brasileiros, e por isso escolhemos receber esse projeto”, contou.

 Realização das oficinas – O processo criativo das oficinas foi distribuído em um período de quatro dias, com carga horária total de 16h, incluindo a produção e elaboração dos vídeos. Conforme a equipe envolvida na iniciativa, o projeto tem grande importância para a imagem do candomblé em Londrina.

A artista e educadora Lẹkún, que fez parte da coordenação da ação, explicou que a oficina visou promover reflexões sobre a cultura afro-brasileira e sobre os preconceitos enfrentados por essas tradições.

“A ideia do tema surgiu da necessidade de desmistificar e desconstruir os estereótipos negativos impostos historicamente sobre as duas divindades-tema, Exú Orixá e Pombagira, e consequentemente, sobre a cultura iorubá em geral. Esperamos que, ao apresentar a série de animações, possamos promover reflexões acerca dos preconceitos estruturais contra as manifestações culturais afro-brasileira e afro-religiosa, e assim, valorizar o diálogo e o respeito em prol da diversidade cultural”, enfatizou.

O projeto abordou vários aspectos culturais, sendo que a oficina de criação dos desenhos foi conduzida pelo artista visual e educador, Rafa Tolújì. Também participou das atividades o babalorixá e educador Bàbá Bílòjò, que compartilhou conhecimentos da tradição oral do candomblé referentes ao tema da iniciativa. As oficinas contaram ainda com rodas de integração conduzidas com cantigas de samba e ciranda, compostas por Lẹkún. 

Texto: Giulia Carradore, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura Municipal de Londrina.