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Estão abertas as inscrições para a oficina “Escrita & Cura” na Biblioteca Central

Serão 6 encontros gratuitos ministrados por Layse Barnabé para mulheres apaixonadas pela escrita

Potência, linguagem, caminho, cura. Muitos podem não associar de cara, mas o ponto onde esses quatro fundamentos se interseccionam pode ser em algo tão corriqueiro e familiar quanto a escrita. É filosofia que a oficina Escrita & cura: Oficina de criação literária para mulheres, ministrada pela  jornalista e escritora Layse Barnabé, busca mostrar para as suas participantes. As inscrições para a terceira edição da atividade já estão abertas e podem ser realizadas até domingo (9) de forma online.

Serão seis encontros presenciais e gratuitos nos dias 10, 12, 17, 19, 24 e 26 de fevereiro, às segundas e quartas, das 19h às 21h30, na Biblioteca Central (avenida Rio de Janeiro, 413). A oficina é voltada a todas as mulheres (cis e trans) acima de 18 anos. Não é necessário nenhum conhecimento prévio, apenas o desejo de escrever.

A frase “Poesia não é luxo”, da escritora estadunidense Audre Lorde, sumariza o objetivo da oficina: convidar mulheres a se apropriarem da escrita, partindo do princípio da escuta e do aprendizado coletivo. Para isso, as aulas contarão com o mergulho em textos literários de escritoras e poetas, conversas a partir de questões levantadas pelos poemas (como corpo, amor, identidade, violência, autoestima, perda, maternidade, busca pela própria voz, entre outros desdobramentos) e propostas de escrita.

Foto: Divulgação

Escrita e Cura- “Falar de escrita é falar também desse gesto de tomar a palavra”, afirmou Layse. “Eu gosto muito de pensar nessa tomada de palavra como um gesto de tomar o poder. E isso pode ser muito revolucionário, sobretudo quando pensamos em grupos minoritários, como mulheres, que é o recorte da minha oficina, mas que ganha ainda mais fôlego quando pensamos em mulheres pertencentes a outras minorias também.”

Apesar de a escrita parecer esse exercício muito solitário segundo a escritora, ela vê a atividade como coletiva, inclusive no próprio discurso literário, criando-se um espaço exclusivo e seguro capaz de emocionar tanto ministrantes quanto alunas.

Layse explicou também outra metade fundamental da oficina: a arte da cura. “A palavra “cura” aqui tem um sentido poético, ligado à criação literária, e se baseia na etimologia da palavra, que quer dizer cuidado, interesse, responsabilidade, transformação do indivíduo. Então eu sempre faço questão de dizer, logo no primeiro encontro, que a cura na oficina é vista como cuidado com as histórias que queremos contar, sejam elas reais ou inventadas. Essa ideia se manifesta nos encontros e nas atividades propostas com base, principalmente, na escuta dessas mulheres”, apontou. No final, para a ministrante, a ação não se resume a uma linha de chegada, mas sobre se colocar em movimento nessa travessia de contar-se.

Novas Histórias – Na terceira edição da oficina, Layse quer aprimorar a metodologia e adaptar as atividades conforme o contato com novas experiências das participantes, mas mantendo a estrutura das aulas, que recebem incentivo do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic). “Uma coisa que é realmente nova é que na edição 2025 teremos novos lugares recebendo as oficinas e, em alguns deles, a carga horária e o número de encontros também foram expandidos. Por exemplo, a oficina na Biblioteca Pública de Londrina vai ser maior neste ano, tanto em número de encontros como em carga horária. Então serão seis encontros de 2h30 cada, o que vai dar oportunidade para conseguirmos escrever mais durante a própria oficina e dialogar mais também”, destacou.

Para as que ainda não tiveram a oportunidade de participar, Layse convidou: “Nós temos o direito de escrever e de contar as nossas histórias, sejam elas quais forem, independentemente de formação ou conhecimento prévio, se isso for do seu desejo. Eu descreveria a experiência de participar da oficina como um mergulho de ponta na nossa intimidade, memória e imaginação, somado à muita inspiração em palavras de outras mulheres que abriram o caminho para a gente”, frisou.

Texto: Maria Dalben, sob supervisão dos jornalistas do Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina

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