Projeto Eco Escolas estimula educação ambiental junto a alunos de Londrina
Iniciativa trabalha com a compostagem como prática educativa e sustentável, por meio do reaproveitamento dos resíduos da merenda

O projeto “Eco Escolas: Compostagem e Educação Ambiental” transformou o dia a dia de 15 unidades escolares municipais que participaram da iniciativa, com a entrega de duas composteiras do tipo minhocário para cada escola, incentivando a implantação da compostagem como prática educativa e sustentável. As unidades também receberam visitas técnicas periódicas de acompanhamento para monitorar o processo de compostagem e o manejo das composteiras em seus ambientes.
O projeto foi executado pelo Instituto Cidadania, em parceria com as secretarias municipais de Educação e do Ambiente, e Conselho Municipal do Meio Ambiente (Consemma), com financiamento do Programa Municipal de Incentivo ao Verde (Proverde). A iniciativa teve execução por um ano, entre março de 2024 e março de 2025, e a partir desta data, com o seu encerramento, a Secretaria Municipal de Educação passou a ser responsável por acompanhar o projeto junto às unidades escolares, dando continuidade à ação. Nesse período de um ano, foi possível desviar dos aterros duas toneladas de resíduos e produzir quase a mesma quantidade de compostos orgânicos, a partir das minhocas.
O Eco Escolas trabalha com a vermicompostagem – processo de compostagem que utiliza minhocas para acelerar a decomposição de resíduos orgânicos, como restos de alimentos – nas unidades escolares municipais. Com isso, os resíduos da merenda são destinados para a compostagem e transformadas em um adubo natural rico em nutrientes. As escolas que receberam o projeto possuem a horta escolar, sendo que o adubo produzido no minhocário retorna aos canteiros cultivados pelos próprios alunos. Isso fecha um ciclo de reaproveitamento, cuidado e produção de alimentos, que dá sentido concreto aos conceitos de sustentabilidade e economia circular.
Participaram e prosseguem com o projeto as escolas municipais Maestro Andrea Nuzzi, Professora Aracy Soares dos Santos, Maestro Roberto Pereira Panico, Professor Hélvio Esteves, Noêmia Alaver Garcia Malanga, Norman Prochet, Luiz Marques Castelo; e os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) Abdias do Nascimento, Antonieta Trindade, Professora Clélia Regina G. de Almeida Zotelli, Dirce de Almeida Barros Baptista, Helena Ometto Torres, Irmã Maria Nívea, Laura Vergínia de Carvalho Ribeiro e Tião Balalão. Em breve, o projeto será estendido para outras cinco escolas.

Para Cristina Borba, do Apoio Pedagógico de Ciências da Secretaria de Educação, a iniciativa fortalece a educação ambiental na rede municipal. “É uma proposta importante, atual e acessível para discutirmos temas como resíduos sólidos, consumo consciente e sustentabilidade no cotidiano escolar. O projeto mostra, de forma prática, a importância da compostagem como uma alternativa viável e educativa para o reaproveitamento dos resíduos orgânicos gerados na escola. Em vez de simplesmente descartar restos de alimentos, os alunos aprendem que esses materiais podem voltar à natureza em forma de adubo, fechando ciclos e respeitando os processos naturais”, afirmou.
Segundo ela, o minhocário na escola não é apenas um recurso didático. Ele transforma o espaço escolar em um ambiente de investigação e construção de conhecimento. “A partir dele, os alunos observam, fazem perguntas, formulam hipóteses, pesquisam e acompanham todos os processos envolvidos, ou seja, vivenciam a ciência de forma ativa e prática. A forma como a equipe proponente conduziu o projeto foi maravilhosa, acompanhando mensalmente as unidades e tirando as dúvidas dos professores que estavam à frente das ações”, contou.
A coordenadora do projeto, Letícia Marcon Tavares, ressaltou que a iniciativa teve como objetivo principal auxiliar no processo de gestão de resíduos das escolas, além de trabalhar a educação ambiental. “Os minhocários são bem simples, colocamos minhocas, os resíduos e folhas secas para dar um equilíbrio. Eles ficam em um local fechado e não têm cheiro. Todos os meses as escolas receberam dois técnicos de compostagem, para ver ser estava tudo certo e para tirar as dúvidas das professoras junto com os alunos, e fizemos oficinas com os pais para apresentar o projeto e informar como fazer compostagem em casa, com minhocário caseiro feito com materiais recicláveis”, disse.
Segundo Tavares, ao final do projeto foi aplicado um questionário com as professoras e gestoras. “Observamos que as professoras utilizaram muito o minhocário na sala de aula, colocaram no planejamento das aulas, em disciplinas como ciências, língua portuguesa, produção de texto, matemática, e educação ambiental. O minhocário foi multidisciplinar, ou seja, utilizado em várias disciplinas, além de contribuir com o processo de conscientização das crianças pequenas, desde os dois anos de idade”, destacou.