Prefeito conversa com integrantes de projeto social londrinense de taekwondo
Trabalho no Jardim Leonor atende crianças, adolescentes e adultos com ensino gratuito de taekwondo e defesa pessoal para mulheres
Nesta segunda-feira (14), o prefeito de Londrina, Tiago Amaral, reuniu-se em seu gabinete com educadores de taekwondo da academia londrinense DFight, especializada no ensino de artes marciais. A ex-atleta da seleção brasileira, hoje treinadora e mestra de taekwondo Daiane Lemes, fundadora desse espaço, falou sobre o projeto social independente mantido há dez anos pela academia no Jardim Leonor, zona oeste da cidade. Ela, que em 2024 se tornou a primeira mulher do Paraná faixa preta de taekwondo graduada no quinto Dan, esteve acompanhada do mestre José Domingos da Silva e do professor Robson Palma.

A conversa serviu para o prefeito conhecer a iniciativa que atende hoje cerca de 250 famílias naquela localidade, com foco principal em aulas gratuitas de taekwondo para crianças, a partir de quatro anos, e adolescentes matriculados em escolas municipais e estaduais do bairro. Os trabalhos ainda contemplam o ensinamento de defesa pessoal especialmente voltado às mulheres, várias das quais em situação de vulnerabilidade ou risco, proporcionando acolhimento, orientações e melhoria da autoestima.
O projeto já formou vários atletas na cidade, trabalhando da base ao alto rendimento no taekwondo, alguns tendo até mesmo sido convocados para defender a seleção brasileira, incluindo participação em competições de nível mundial. Ao longo dos anos, foram formados mais de 30 professores da modalidade. A iniciativa ainda oferta, há dois anos, aulas sem custos para residentes atendidos pela Associação Flávia Cristina, beneficiando pessoas com deficiências física, visual e intelectual. “Contamos com a força e confiança da comunidade, o que facilita o acesso dos alunos. Temos estudantes sendo atendidos por nós nas próprias escolas onde estudam e outras na nossa academia”, citou Daiane Lemes.

Na visita, a responsável pela iniciativa pediu apoio à Prefeitura de Londrina para que o projeto seja fortalecido. No começo de julho deste ano, ela registrou a criação do Instituto Paranaense de Artes Marciais, a partir do qual a academia buscará ajuda do poder público e da sociedade civil. A mestra de taekwondo contou que as maiores dificuldades financeiras encontradas no dia a dia do projeto comunitário feito pela D-Fight envolvem custos com transporte, hospedagem e inscrições de alunos, relacionados a competições em Londrina e fora da cidade, além da aquisição de materiais físicos e equipamentos para treinamentos.
“Temos essa iniciativa no Jardim Leonor tocada totalmente com forças próprias e a ajuda da comunidade. Mas, com o crescimento dos atendimentos, precisamos de mais ajuda para conseguirmos dar conta das demandas, agora como instituição em fase de formalização. Nosso público é de famílias de renda baixa que não possuem condições de pagar mensalidade na academia, e para manter o projeto vivo sempre fizemos rifas, promoções e outras atividades para levantar dinheiro. Uma possível ajuda ou forma de parceria com o Município seria muito bem-vinda, principalmente para fortalecermos as práticas voltadas às mulheres”, frisou Lemes.

O prefeito Tiago Amaral reconheceu o valor e elogiou a qualidade do projeto londrinense. “Essa é uma pauta importante, envolvendo muitas famílias beneficiadas com ensino gratuito de esporte. As artes marciais possuem papel educativo de grande valor, ajudando no desenvolvimento de pessoas que precisam de oportunidades e trazendo mais conhecimento, saúde e qualidade de vida. Queremos fazer uma visita a esse belo projeto e estamos abertos ao diálogo para alinhar possibilidades de parceria”, afirmou.
A educadora Daiane Lemes destacou os ganhos mais relevantes gerados por esse trabalho social no Jardim Leonor. “Ajudamos pessoas a construírem sonhos, possibilitando aprendizado de taekwondo e ensinando disciplina, postura, autodefesa e autoconhecimento. E incentivamos muito os estudos entre os mais jovens, já que os alunos precisam manter boas notas para continuar frequentando as aulas. Mas o atendimento é aberto a pessoas de todas as idades, temos até gente com 70 anos participando. Basta ter vontade de aprender”, disse ela, que também já foi treinadora da seleção brasileira feminina juvenil de taekwondo e, como atleta, atuou na seleção brasileira durante sete anos, até 2003.
Desde 2025, Lemes integra a Comissão de Mulheres da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), também sendo diretora do Departamento Feminino da Federação Paranaense (FPTKD). “Existe um trabalho pioneiro de formação no COB agora voltado para a capacitação de mulheres, a fim de promover maior equidade nesse esporte e ampliar as oportunidades de formar novas atletas e treinadoras. Queremos difundir, cada vez mais, essas ações. Em Londrina, nossa academia fez, em 2025, um workshop de defesa pessoal para mulheres, reunindo 50 participantes em um momento muito produtivo”, descreveu.




