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Município amplia atendimentos a alunos com necessidades educacionais especiais

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Sala multifuncional para alunos com altas habilidades/superdotação é uma das iniciativas recentes; rede municipal tem hoje 1.690 alunos com necessidades especiais

 

A Secretaria Municipal de Educação (SME) continua ampliando, em 2018, os atendimentos aos alunos com necessidades educacionais especiais em Londrina, ao oferecer diferentes projetos e serviços de suporte pedagógico especializado. Uma das iniciativas, recentemente implantada na rede municipal de ensino, começa a render bons resultados: a sala de recursos multifuncional direcionada a estudantes com altas habilidades/superdotação. O espaço funciona, desde 2017, na Escola Municipal Professor Joaquim Pereira Mendes, que fica nas dependências do Colégio Estadual Vicente Rijo, no centro.

A nova sala de apoio especializado vem aumentando o leque de opções de aprendizado aos alunos com este perfil, dando-lhes a oportunidade de inclusão em um ambiente com outros estudantes de características similares e de participação em projetos e aulas especiais no horário inverso ao ensino regular. Nesse ambiente, professores com especialização trabalham conteúdos suplementares que abrangem as áreas de interesse das crianças, do 2º ao 5º ano, do ensino fundamental. Os atendimentos podem ocorrer individualmente ou em grupos. Para ser incluída neste serviço, a criança precisa estar matriculada em uma das escolas da rede municipal e passar por uma avaliação especializada.

educação.autismo.V2No decorrer de 2018, começa a ser desenvolvida, por meio do projeto, a agenda de atividades exploratórias que incluem palestras, eventos e visitas a diferentes espaços de Londrina. Atualmente, existem 10 alunos identificados com altas habilidades/superdotação frequentando as atividades, e ainda há outros 10 que estão em processo de identificação pelo Município. As aulas são feitas nos períodos matutino e vespertino, com atendimentos de uma a duas vezes por semana, conforme as condições de cada aluno.

A professora da rede municipal, Fabiane Chueire, responsável pela condução do projeto, trabalha há cerca de 14 anos com estudos voltados a alunos com altas habilidades/superdotação. Ela disse que a ideia é estimular os potenciais que podem ser melhor desenvolvidos nos alunos, promover a inclusão e uma mudança de visão sobre as crianças que apresentam este perfil. “É um processo lento, a longo prazo, mas que já vem demonstrando ter grande poder agregador entre os alunos. Eles não faltam às aulas, gostam de participar, estão sempre motivados a aprender cada vez mais e os pais também estão se envolvendo neste processo importante de evolução. A partir de agora, os alunos terão a oportunidade de ir a espaços como museus, planetário, universidades, cinema, entre outros, para expandir sua percepção e absorver novos conhecimentos”, comentou.

De acordo com Fabiane, outro fator importante é investir os alunos em áreas de seu interesse, incentivando-os a criarem um perfil de pesquisadores e investigadores dentro daquilo que mais gostam ou para o qual mostram potencial. “Trabalhamos nesta sala, pouco a pouco, a questão do autoconhecimento, de fazer com que as crianças percebam que existem outras pessoas como elas, aprendendo a trabalhar suas aptidões. A intenção é fazer com que os alunos não sofram no ambiente social, escolar e familiar, e possam se desenvolver com qualidade”, ressaltou.

Este atendimento é um passo inicial que abre as portas para novas ideias que venham para fortalecer o processo de educação inclusiva e de formação de cidadãos. “Temos alguns casos que chamam atenção, como, por exemplo, um aluno do 2º ano que adora estudar geografia e consegue apontar com naturalidade todos os estados brasileiros no mapa, gosta de aprender e buscar mais informações das regiões. Um outro caso interessante é de um aluno que é aficcionado pela Rússia, gosta muito de pesquisar curiosidades sobre o país, está sempre querendo saber mais e agora tenta aprender o idioma, sem que haja alguém de sua família que seja daquele lugar. Temos alunos de todas as regiões de Londrina no projeto”, acrescentou.

Segundo a gerente educacional de Apoio Especializado da SME, Cristiane Sola, a iniciativa visa estimular o desenvolvimento dos estudantes ao oferecer novas possibilidades para a aquisição de conhecimentos. “A adesão está sendo muito boa, os pais manifestaram interesse imediato e nos procuraram para inserir os alunos nos projetos especiais, que oferecem algo além da grade curricular trabalhada no ensino regular. Os alunos com altas habilidades e superdotados são sedentos por conhecimento e neste espaço os professores apresentam novas possibilidades a eles”, disse.

Atendimentos – Além da nova sala criada, os estudantes com essa característica também podem continuar frequentando, caso desejem, as salas de recurso multifuncional já existentes nas escolas de cada território. Hoje são 50 salas espalhadas nas áreas de abrangência das 84 unidades escolares que ofertam o Ensino Fundamental Fase I na cidade. Esses espaços atendem todos os 1.690 alunos da rede que têm alguma necessidade especial, seja física ou intelectual.

Isso inclui crianças com deficiência auditiva, visual, física, intelectual, múltiplas deficiências, transtornos como Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), discalculia, dislexia, casos de comorbidade, entre outros. As atividades nas salas são realizadas de uma a quatro vezes por semana, de acordo com a necessidade do aluno.

Cristiane destacou que todos os trabalhos de avaliação, atendimento e acompanhamento para a educação inclusiva são fundamentais para esses alunos, visto que, muitas vezes os professores não conseguem identificar ou saber imediatamente as especificidades para cada caso de necessidade especial. “Por isso, é importante que as escolas tenham condições de identificar e saber lidar com essas situações, como proceder junto aos alunos e às famílias, intermediar atendimentos via saúde e fazer a adaptação necessárias para cada aluno”, frisou.

Ampliação – Em 2017, o número de alunos com necessidades especiais na rede municipal era de 1.298, e neste ano a quantidade aumentou para 1.690 estudantes. Trata-se de uma demanda crescente todos os anos e, para absorvê-la, o Município hoje conta com 230 professores auxiliares de apoio à inclusão. São profissionais que atendem casos específicos de alunos que precisam de auxílio em alimentação, higiene, locomoção e casos de transtornos geradores de comportamentos que precisam de atenção maior.

Além disso, existe uma equipe na Secretaria Municipal de Educação formada por 20 professores capacitados com especialização nas áreas de psicopedagogia, psicologia e educação especial, aptos para acompanhar os trabalhos desenvolvidos nas salas multifuncionais, realizar a avaliação psicoeducacional no contexto das escolas, além de orientar alunos, pais, professores e gestores escolares.

 

Foto: Vivian Honorato

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