Município participa dos “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”
Campanha internacional é promovida com uma agenda especial, realizada pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres
Terá início nesta terça-feira (20) a campanha internacional “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. A iniciativa é realizada desde 1991, em cerca de 160 países, e a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) promove a campanha em Londrina, com uma agenda de atividades voltadas à defesa dos direitos das mulheres. As atividades contam com apoio e participação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e a Gestão Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, entre outros.
Dentro do período da campanha, estão inseridas datas importantes na luta pela erradicação da violência e garantia dos direitos humanos, como o Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro), Dia Internacional de Não-Violência contra as Mulheres (25 de novembro), Dia Mundial de Combate à Aids (1º de dezembro), e encerra em 6 de dezembro, com a Campanha Mundial do Laço Branco: Homens pelo fim da violência contra a mulher.
Abrindo a programação especial em Londrina, integrantes do CMDM se reúnem nesta terça-feira (20), às 16 horas, para falar sobre a temática. Haverá troca de experiências e relatos entre as participantes sobre as ações para enfrentamento da violência e combate ao racismo, desenvolvidas pelas diversas organizações de mulheres e coletivos feministas, representadas no Conselho.
Outro encontro, desta vez na sexta-feira (23), irá reunir os integrantes da Rede Municipal de Enfrentamento da Violência Doméstica e Sexual Contra a Mulher. Representantes de órgãos públicos municipais e estaduais, como Secretarias Municipais de Políticas para as Mulheres, Assistência Social, Saúde e Defesa Social, Delegacia da Mulher, Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Instituto Médico Legal, hospitais, instituições de ensino superior entre outros, farão um balanço das ações desenvolvidas no decorrer deste ano.
A assessora da SMPM, Elaine Galvão, explicou que a Rede Municipal tem como proposta discutir ações de articulação entre os diversos serviços visando a transversalidade das políticas públicas no enfrentamento à violência contra a mulher. Esse trabalho integrado envolve atividades como capacitação de profissionais, estabelecimento de fluxos e protocolos de atendimento, além de avaliação continuada das políticas públicas nessa área. “Essa articulação interinstitucional possibilita um processo de construção coletiva e um diálogo permanente para o seu aprimoramento”, disse.
Este será o último encontro de 2018 do grupo, que se reúne periodicamente. A Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Maria Inês Galvão destacou a importância do trabalho em Rede. “Trata-se de um trabalho importantíssimo na cidade, é uma estratégia estabelecida na Política Nacional de Combate à Violência Contra a Mulher. Será feito um balanço para apontar os avanços conquistados neste ano, como por exemplo, a atualização de fluxos de atendimento, que trouxeram mais segurança para as usuárias e equipes, e mais agilidade nos processos. A violência contra a mulher vai além da questão de segurança pública, envolve especialmente um trabalho de prevenção, de assistência, e temos buscado aprimorar tudo isso”, destacou a secretária.
A reunião da Rede Municipal de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher irá ocorrer às 9 horas, no auditório do Instituto Médico Legal (IML), localizado na Avenida Dez de Dezembro, 4.300.
Racismo – A gestora municipal da Igualdade Racial, Maria de Fátima Beraldo, conduz na sexta-feira (23) a roda de conversa “Diálogos Sobre o Racismo: mulheres negras”. Com a participação da pedagoga do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) Marilisa Gonçalves da Silva e Silva, são convidadas a participar as associações de mulheres do município.
Segundo Fátima, a oficina integra as ações de formação realizadas em parceria com o NEAB, e irá abordar o empoderamento da mulher negra, sua identidade, memória e resiliência, mostrando como essas mulheres resistem a toda violência que enfrentam.
A gestora municipal de Igualdade Racial destacou ainda que a oficina busca despertar as participantes para a sutileza do racismo, para que possam identificar suas nuances que, por muitas vezes, não são percebidas. “Isso faz com que, muitas vezes, a mulher negra se considere inferior e incapaz, sendo que isso não é verdade. E são situações que podem acontecer em ambientes, seja profissional ou acadêmico, público ou privado. Através de dados e pesquisas, mostramos nessa oficina o quanto o racismo impede que as mulheres negras ocupem diversos espaços, de uma forma contundente. Algo similar também pode ocorrer com a mulher que não é negra, com uma forma de discriminação pelo seu gênero”, frisou.
Fátima citou ainda que, diante das informações oferecidas neste evento, as participantes serão capacitadas para reconhecer as situações de racismo, que é velado e implícito na maioria dos casos. “E ao aprender a observar isso, elas poderão cuidar de sua estima e se fortalecer, sabendo quais são as suas potencialidades”, apontou.
A roda de conversa sobre racismo irá ocorrer na Casa da Mulher, às 14 horas. O endereço é Rua Valparaíso, 189, na esquina com a Avenida Higienópolis.
Oficinas – Na próxima segunda-feira (26), as mulheres beneficiárias dos programas socioassistenciais – CRAS Rural são convidadas para a “Oficina sobre violência contra a mulher: orientação e acolhimento”. A atividade será às 8h30, no distrito de Guaravera.
E na quinta-feira (29), às 14 horas, a psicóloga Lisnéia Rampazzo, da Casa da Mulher, ministra a “Oficina sobre violência psicológica: maus-tratos entre casais”. Devem participar as integrantes do grupo de mulheres da ONG Casa Acolhedora Mãe Rainha (CAMAR), onde acontece a atividade. O endereço é Avenida das Torres, 630, Jardim Alto da Boa Vista.
Curso – Estão abertas as inscrições para o curso “Políticas Públicas de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher”, que irá encerrar a programação da campanha. A atividade, realizada em parceria com a Escola de Governo, é voltada a profissionais dos serviços municipais e estaduais da rede de atendimento às mulheres em situação de violência, integrantes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, estudantes, pesquisadores e representantes de organizações da sociedade civil que atuem nas áreas afins.
Com carga horária de 20 horas, o curso irá discutir a questão da violência contra a mulher, os relacionamentos abusivos, e trará orientações sobre os direitos e serviços para as mulheres. Seu enfoque será a preparação dos profissionais que atuem com o público feminino, para o reconhecimento de situações de violência, e o acolhimento dessas vítimas, que em muitos casos possuem resistência em procurar ajuda devido ao medo de se expor. Inclui ainda o protocolo para encaminhamento adequado aos serviços de proteção.
As atividades do curso irão ocorrer nos dias 27 e 29 de novembro e 5 e 7 de dezembro, das 13h às 18h, no Auditório da Prefeitura de Londrina, situada à avenida Duque de Caxias, 635.
Com vagas limitadas, as inscrições estão abertas e já podem ser feitas online pelo portal da Prefeitura, na seção da Escola de Governo, disponível no endereço escoladegoverno.londrina.pr.gov.br/login/index.php. Os servidores podem realizar o acesso normalmente, enquanto o público externo deverá criar um cadastro no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).