Guarda Municipal ministra Libras para crianças atendidas pela Associação Thalita Cumi
Secretaria cumpre lei no que se refere à difusão e ao uso da língua oficial da comunidade surda brasileira
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A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Defesa Social, deu início ao curso de “Introdução à Libras” (Língua Brasileira de Sinais), para crianças e adolescentes atendidos pela Associação Cultural Thalita Cumi. Ao todo 25 pessoas de 4 a 18 anos vão passar pela capacitação que tem duração de 60 horas e acontece durante o ano letivo de 2019. O curso foi viabilizado graças à parceria entre a secretaria e a associação, uma organização sem fins lucrativos que atende crianças carentes da região leste desde 2014.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi regulamentada e reconhecida como meio oficial de comunicação e expressão das comunidades de pessoas surdas do Brasil em abril de 2002, por meio da lei federal 10.436. O artigo 2º da legislação diz que deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Para o secretário de Defesa Social, Pedro Ramos, essa atividade facilita a relação e a aproximação da instituição com a comunidade. “Seguindo o que a lei determina, e aproveitando o conhecimento individual do nosso guarda municipal, nós estamos difundindo esse trabalho da Língua Brasileira de Sinais de maneira a facilitar a convivência e a relação com as pessoas que tem a dificuldade da surdez. É importante ressaltar que o trabalho da Guarda Municipal, além de levar essas informações, de forma transversa acaba se aproximando da comunidade gerando uma relação de confiança com as pessoas. Nesse sentido, nós incentivamos e mantemos essa atividade para a sociedade. E na medida em que os órgãos que lidam com essa questão nos procuram, nós estamos à disposição para fazer esse trabalho”, informou.
O instrutor e agente da Guarda Municipal, José Henrique de Souza, tem o objetivo de conscientizar os alunos acerca da diversidade e do que o contato com uma outra língua é capaz de proporcionar ao ser humano. “As aulas serão quinzenais ao longo do ano letivo. O curso é de introdução à Libras, ou seja, os primeiros contatos, a apresentação e o vocabulário básico. A parceria com a Associação Thalita Cumi abriu novas oportunidades de colaborar com a formação das crianças de diversas regiões da cidade, abrindo as portas da GM para a comunidade, criando a aproximação com os alunos, os pais e tendo como mediador o conhecimento”, explicou.
Função social – A Associação Thalita Cumi tem sede em Londrina e desde 2014 trabalha para promover a inclusão social de crianças e adolescentes moradores de bairros periféricos da cidade. Cleuza Oliveira é diretora da instituição e conta que a parceria com a GM é um sucesso em todos os sentidos. “A Associação visa o direito das crianças. O direito de inclusão social. E esse projeto do ensino de Libras colabora para que nossas crianças possam se comunicar com as crianças surdas. Assim colaboramos para a inclusão e garantia dos direitos fundamentais”, informou.
O instrutor acredita que está cumprindo seu compromisso na transmissão desse conhecimento. “Todos os elementos culturais que envolvem a Libras proporciona múltiplas possibilidades de desenvolvimento, em um espaço extra escola, complementando a formação, que faz com que essas crianças tenham no futuro uma bagagem para serem agentes ativos na sociedade. Mais especificamente a Libras irá proporcionar uma visão mais ampla ao que é diferente, desconstruindo estereótipos acerca da comunidade surda, a qual tenho imenso carinho e respeito”, frisou.
Souza é professor/instrutor formado em Libras pelo INESP (Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa), realizou vários cursos no ILES (Instituto Londrinense de Educação de Surdos) e é graduando em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) onde pesquisa a língua em seu trabalho de conclusão de curso e desenvolve trabalhos específicos no estudo da diversidade, deficiências, Libras, Libras para ouvintes e Libras para agentes de segurança pública.
Texto : Bruno Amaral/Defesa Social