Cidadão

Exposição Máscaras dos Invisíveis reúne produções de crianças e adolescentes do CAPS Infantil

Projeto é desdobramento das oficinas de arte que o CAPS oferece; objetivo é estimular a criatividade e elevar a autoestima dos jovens

Expressões, olhares e sentimentos do cotidiano traduzidos em obras de arte produzidas por crianças e adolescentes de Londrina. Este é o foco da exposição Máscaras dos Invisíveis: “um olhar e um pedido de socorro de uma sociedade invisível e esquecida”, que será aberta nesta sexta-feira (3), às 19h30, no SESC Cadeião, na  Rua Sergipe, 52, centro. A mostra é gratuita e tem como propósito valorizar e dar visibilidade a criações feitas pelas mãos de meninas e meninos atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial para Infância e Adolescência (CAPS Infantil).

Os trabalhos foram concebidos e desenvolvidos sob a supervisão do artista plástico e educador do CAPS-i, Dovinho Feitosa, organizador da exposição. A produção foi feita durante as oficinas artísticas que integram os serviços oferecidos pela unidade, cuja atuação é direcionada a dar suporte a pessoas com necessidades de acompanhamento em saúde mental. Estarão reunidos trabalhos dos últimos seis meses. Na abertura, haverá apresentação de dança e contação de história.

A exposição é composta por uma série de máscaras e bonecos que foram confeccionados de forma coletiva por crianças, na faixa de 9 a 16 anos, apresentando diferentes formatos de rostos e figuras. As peças chamam atenção por suas características peculiares, pois são fruto de um processo de construção livre no qual cada pessoa produziu uma parte das máscaras. Nariz feito por uma, os olhos por outra, e acrescentando, assim, as orelhas, boca e demais detalhes. Toda a criação ocorreu com o aproveitamento de materiais recicláveis como caixas, papelão, papeis colados, jornais, entre outros.

Além das máscaras, os jovens ainda participaram da decoração do ambiente que receberá a exposição, colocando desenhos de mãos e rostos em paredes da galeria do Sesc Cadeião.

De acordo com Feitosa, a ideia do projeto é envolver várias mãos e olhares para instigar as crianças a trabalhar seu lado criativo e desenvolver sua autoestima. “Reunir as obras em uma exposição aberta ao público é uma forma de dar voz a eles, valorizando e incentivando seus potenciais, pois muitas vezes ficam invisíveis para a própria sociedade. Muitos deles enfrentam dificuldades, problemas familiares e pessoais sérios, então é uma forma de fazer com que o público enxergue melhor esses jovens. A criação artística, além de ser benéfica para a mente, é um instrumento eficaz de inclusão social”, destacou.

O educador acredita que a construção em grupo, sem amarras, tem o poder de causar efeitos e sensações diferentes aos observadores das obras. “A exposição reúne máscaras que acabam representando fragmentos dos sentimentos que essas crianças e adolescentes vivenciam no seu dia a dia, lançando, intrinsecamente, emoções às obras. Cada participante das oficinas possui um perfil e transmite, a seu modo, suas características nos trabalhos. Até mesmo aqueles que são mais introspectivos, muitas vezes conseguem se expressar de forma mais solta e leve através da arte”, acrescentou.

As oficinas de arte do CAPS Infantil já renderam outras exposições anteriormente. Feitosa contou que os alunos já confeccionaram e expuseram desenhos, esculturas, xilogravura, bonecos e outras obras. Visitas regulares e atividades das oficinas ocorrem no SESC Cadeião, que é um parceiro das ações educativas e culturais desenvolvidas no CAPS. Cerca de 30 crianças e adolescentes participam das oficinas de arte que o espaço realiza. Os atendimentos incluem projeto de teatro e também haverá, em breve, aulas de violão.

CAPS – Foram criados em 1992 com o objetivo de oferecer atendimento visando a reinserção da pessoa na sociedade. Fruto do movimento pelo fim das internações compulsórias, os CAPS tem como ferramenta atendimentos como grupos terapêuticos, acolhimento, oficinas artísticas, acompanhamento psiquiátrico, entre outros. O quadro de profissionais é composto por psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, psiquiatras, educador físico, educador artístico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicopedagogo.

Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com o artista plástico e educador do CAPS-i, Dovinho Feitosa – contato com o Núcleo de Comunicação da Prefeitura – 3372-4465 / 3372-4188.

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