Município disponibiliza grupo de apoio para servidores que são cuidadores
Iniciativa é desenvolvida pela Diretoria de Saúde Ocupacional, com encontros mensais às sextas-feiras
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Cada vez mais famílias brasileiras passam a contar com a figura do cuidador, aquele que cuida de pessoa em qualquer faixa etária, que pode estar acamada ou com limitações físicas, em situação de risco ou fragilidade, por problemas de saúde ou não. Diante de tantas responsabilidades, é comum que o cuidador se sobrecarregue, e experimente o esgotamento físico e mental. Para auxiliar os servidores da Prefeitura de Londrina que vivenciam essa experiência, a Diretoria de Saúde Ocupacional (DSO) oferece grupos de apoio aos cuidadores.
Os grupos de apoio foram divididos em dois. Um, para as mães que cuidam, aquelas que têm filhos dependentes; e outro para filhos que cuidam, voltado aos que se tornaram cuidadores dos próprios pais. A diretora de Saúde Ocupacional da SMRH, Liz Dayane Paludeto Rodrigues, informou que na última sexta-feira (24), o primeiro grupo se reuniu no auditório da CAAPSML, onde os encontros mensais devem começar sempre às 8h30. “Os grupos foram reformulados, e iniciamos os atendimentos deste ano. Com as mães de crianças doentes tivemos um momento muito emocionante. Isso nos proporcionou motivação para ampliar os atendimentos, e prosseguir com novos projetos, que estão em desenvolvimento”, citou.
Quem conduz os encontros dos grupos de apoio para cuidadores é a assistente social da DSO, Rita de Cássia Fioratte. Ela explicou que a iniciativa tem como base a demanda que observou, nos acompanhamentos feitos com servidores que precisaram se afastar do trabalho para cuidar de familiares. “Nesses atendimentos, as mães se emocionam bastante, especialmente quando enfrentam um diagnóstico mais grave, e é preciso que elas tenham um espaço para desabafar”, comentou.
No primeiro encontro, participaram nove servidoras. O próximo, para filhos que cuidam, está programado para o dia 14 de junho. “Fizemos essa separação por se tratar de experiências diferentes. Uma mãe cuidadora da criança encara uma situação difícil com uma pessoa que está se desenvolvendo, aprendendo sobre a vida. E o filho que cuida do pai, se depara com outro momento, mais relacionado ao fim da vida, na velhice. Além disso, é muito difícil cuidar de quem cuidou de você, enxergar nos pais que te criaram alguém que depende de você. Essa é uma troca de papéis, que não se aplica na relação dos pais cuidadores dos filhos”, detalhou a assistente social.
Sobre a reunião do grupo de mães cuidadoras, Rita citou que o espaço é aberto também aos pais cuidadores. “Foi um encontro muito bonito, uma experiência emocionante, onde essas mães puderam falar sobre o que vivenciaram na gravidez, algumas bem difíceis, sobre o parto e o diagnóstico. Elas encontraram ali um espaço da fala, para se abrir e colocar para fora o que vivenciam no dia a dia”, afirmou.
Uma falha comum à maioria dos cuidadores é em relação ao autocuidado, algo tão importante mas, por diversos motivos, negligenciado. Rita explicou que o grupo de apoio é, principalmente, um espaço de acolhida, onde os cuidadores têm, em algumas horas, a oportunidade de atenderem essa necessidade. “Na rotina do cuidador, o tempo inteiro você está cuidando do outro, e esquece, ou não tem tempo, para si mesmo. A rotina é toda do paciente, observo que as mães ficam sobrecarregadas, fragilizadas e são esquecidas. Então esse é um tempo de cuidar de quem cuida, o que acaba propiciando um efeito terapêutico muito positivo”, finalizou.
Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas diretamente na Diretoria de Saúde Ocupacional da SMRH, pelo telefone 3376-2552.