Setembro Amarelo conscientiza sobre prevenção do suicídio
Solenidade de abertura da campanha em Londrina aconteceu ontem, quinta-feira(5),na Câmara de Vereadores

Existem temas que ainda são tabus na sociedade brasileira, um deles é o suicídio. Para falar abertamente sobre o tema e principalmente conscientizar as pessoas que o suicídio pode ser evitado, em 2015 foi instituído no Brasil o Setembro Amarelo, com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, em 10 de setembro. Em Londrina, o Setembro Amarelo foi intuído em 2017, pela lei nº 12.506 de autoria do vereador Amauri Cardoso. A solenidade alusiva a campanha de 2019 foi realizada na tarde da última quinta-feira (5), na Câmara de Vereadores.
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, destacou que o Setembro Amarelo permite debater o tema, com a sociedade, a fim de quebrar os estigmas e mitos existentes em torno do assunto, ajudar as pessoas a identificarem os sinais de risco e informar sobre os locais que podem oferecer ajuda a quem precisa. “O Setembro Amarelo é uma ferramenta de divulgação, conscientização e, mais do que isto, de prevenção dos casos”, disse.
Segundo ele, em Londrina, ao logo do mês, serão realizadas diversas ações educativas de sensibilização sobre o tema, em grupos e salas de espera das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “Nosso objetivo é socializar a respeito do tema, de forma simples, para que as pessoas entendam a seriedade e gravidade disso, bem como apontar os caminhos para prevenir o suicídio e os locais que oferecem ajuda”, apontou.
A diretora dos Serviços Complementares em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Claudia Denise Garcia, explicou que qualquer pessoa pode ajudar alguém próximo que pode estar pensando em suicídio. “Nós temos que respeitar o que a pessoa fala e não achar que é frescura quando alguém diz que está com depressão e com desejo de tirar a própria vida. Temos que desmistificar pensamentos como este, quebrar o preconceito que existe em torno do tema e buscar ajuda. Ninguém quer morrer, o que as pessoas querem é buscar alívio para o sofrimento”, mencionou.
Cláudia disse que é importante ficar atento a alguns sinais de alerta que a pessoa transmite, entre eles uma descrença com a vida, tristeza profunda, baixa autoestima, desesperança e não ter perspectiva de melhora das condições. Em Londrina, aqueles que acharem que precisam de ajuda, podem procurar tanto a UBS mais próxima para uma consulta ou o Pronto Atendimento do CAPS III, que funciona 24 horas, na Rua Alba Bertolete Clivati, 186, Jardim Alto da Boa Vista. No local, o paciente será avaliado por um profissional de nível superior e, caso necessário, será encaminhado para atendimento médico e, dependendo da gravidade, até para internamento.
O vereador autor da Lei que institui o Setembro Amarelo em Londrina, Amauri Cardoso, expôs que é fundamental falar sobre o tema, para conscientizar as pessoas que o suicídio pode ser evitado. “Sabemos que há uma número grande de suicídios acontecendo em todo o país e também em Londrina. Algumas pessoas acham que falar sobre o tema pode incentivar outras a cometerem o ato, contudo as pesquisas apontam que é falando sobre o tema que vamos conseguir diminuir os casos, bem como instituindo polícias públicas para este fim”, informou.
Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) da SMS, em 2017, quando a lei do Setembro Amarelo foi instituída em Londrina, foram registrados 44 óbitos por suicídio na cidade, dos quais 31 cometidos por homens e 13 por mulheres. Em 2018 o número caiu para 27, sendo 23 homens e quatro mulheres, e em 2019, de janeiro a julho, foram computados 15 óbitos por suicídio, 11 cometidos por homens e quatro por mulheres.
Entre os presentes na solenidade na Câmara, estiveram a médica de Família e Comunidade e preceptora da residência médica em Medicina de Família e Comunidade da Autarquia Municipal de Saúde, Beatriz Zampar; a gerente regional da zona rural da Secretaria de Educação, Tereza Canhada, representando a secretária da pasta, Maria Tereza Paschoal de Moraes; e o porta-voz do Centro de Valorização da Vida (CVV), Aparecido Carlos Beltrame.
Ações – Dentre atividades que serão realizadas em Londrina, destaca-se uma que será promovida pela equipe do NASF 3, na próxima segunda-feira (9). Às 8h30 e às 10h30, os profissionais estarão no Colégio Estadual Professora Maria José Balzanelo Aguilera, na Rua Tarcisa Kikuti, 55, Conjunto Cafezal 4, para promover uma palestra sobre o tema voltada aos alunos do 9º ano.
A psicóloga do NASF 3, Patrícia Ferreira Passos, falará sobre depressão e prevenção ao suicídio. “Precisamos desmistificar o assunto e falar sobre o tema. Estivemos na escola anteriormente e pedimos para os alunos sugestões do que eles queriam que fosse abordado na palestra e recebemos muitos pedidos por abordar o tema depressão. Após a palestra, vamos fazer tarjetas com mensagem de valorização da vida, para os alunos levarem para a comunidade, e também uma divulgação pela internet, nas redes sociais dos estudantes, sobre a campanha”, contou.
Na sequência, a equipe vai se deslocar para a rotatória da Avenida Dez de Dezembro com a PR 445, saída para Curitiba, onde montarão uma faixa alusiva a campanha e distribuirão flores amarelas aos motoristas que passarem pelo local, com mensagens de valorização da vida. “A intenção é que os motoristas levem estas flores para alguém, transmitindo essa mensagem”, contou.
Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com a diretora dos Serviços Complementares em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Claudia Denise Garcia, no 3372-9845.