Londrina acumula 300 casos positivos de dengue de julho a setembro
Mesmo com as baixas temperaturas e falta de chuva, circulação do vírus se manteve; município possui sete casos suspeitos de sarampo
Foi divulgado nesta quinta-feira (26) o boletim semanal epidemiológico, com a situação da dengue em Londrina. Em entrevista coletiva, a diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes, informou que o município registrou, desde janeiro, 3.232 casos positivos da doença, dentre 13.858 notificações. Seguem em análise, aguardando o resultado dos exames laboratoriais, 568 casos. Outros 10.058 já foram descartamos, com resultado negativo para dengue.
Para a diretora de Vigilância em Saúde, é preocupante o número de confirmações dos últimos meses. De julho a setembro, Londrina teve 300 notificações que converteram em casos positivos. “Nessa época do ano, os casos diminuem bastante, mas nos últimos três meses tivemos 300 casos confirmados. Isso é preocupante, pois mostra que não tivemos uma redução bastante significativa durante o inverno, apesar de 40 dias sem chuva. Além disso, o estado já tem um município com epidemia de dengue neste segundo semestre. E, agora, teremos dias mais chuvosos e mais quentes, com condições favoráveis para o desenvolvimento do Aedes. Se no inverno ele demorava em torno de 10 dias para se desenvolver de ovo a mosquito, agora ele vai levar de 48 a 72 horas, propiciando que mais pessoas fiquem doentes”, ressaltou.
O trabalho da Secretaria Municipal de Saúde visa conter a proliferação do Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue e outras doenças. Os agentes de Endemias percorrem imóveis em todas as regiões, em busca de focos do mosquito.
Sônia citou que, para vistoriar os locais que permanecem fechados durante a semana, as visitas aos finais de semana devem integrar a rotina de trabalho para os próximos meses. Nos dias 14 e 15 de setembro, foram vistoriados cerca de 450 e 600 imóveis, respectivamente. “Foi uma experiência bastante exitosa, o que nos leva a crer que vai se tornar um hábito o trabalho no domingo, para recuperar os imóveis que ficam fechados durante a semana. A resistência foi mínima, poucos moradores estranharam, já que domingo não é um dia habitual para as pessoas receberem esse serviço. Nessa semana vamos capacitar nossos agentes, o que é extremamente importante para eles, e nos preparar para o novo Levantamento Rápido de Infestação do Aedes, que vamos fazer no começo de outubro. A partir desse novo LIRAa é que teremos a programação para o final de ano, incluindo vistorias de outubro a dezembro”, detalhou.
Sarampo – Ainda na entrevista coletiva, Sônia frisou que não há casos positivos de sarampo na cidade. Desde a última semana, quatro suspeitas foram descartadas diante da confirmação por dengue. Outras sete notificações permanecem em andamento, sendo uma criança e os demais jovens adultos, na faixa etária de 17 a 30 anos, que tiveram contato com pessoas de outras cidades ou estados.
Sobre a vacina contra o sarampo, Londrina atingiu a marca de 5.934 doses aplicadas até o momento, no mês de setembro. A média mensal, até julho, era de 1.200 doses, sendo que em agosto 7.260 foram realizadas.
Dentre as crianças com idade de 6 meses a menores de 12 meses, com direito a “dose zero”, apenas 2.244 receberam a vacina, o que corresponde a 43,3% do total de 5.182 crianças. “No Paraná, já são 19 casos confirmados, um aumento bastante significativo, e em crianças há uma tendência em desenvolver complicações. Então os pais das crianças de 6 meses a menores de um ano têm que levar seus filhos para serem vacinados, o quanto antes, para terem a proteção contra o sarampo”, destacou Sônia.
Pelo calendário nacional de vacinação, as doses contra o sarampo são fornecidas aos 12 e 15 meses. A imunização é garantida com a vacina tríplice viral, que protege também contra caxumba e rubéola. “Não temos dificuldades de estoque com relação à vacina tríplice viral, ela está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde, da área urbana e rural do município, em horário normal de funcionamento. Lembrando que todos os adultos menores de 50 anos também têm que receber uma dose de vacina contra o sarampo”, citou Sônia.
Para ampliar a cobertura vacinal contra o sarampo e atualizar a carteira de vacinação das crianças, está previsto, para o mês de outubro, um chamamento do Ministério da Saúde para incentivar a vacinação em crianças menores de 5 anos. “No dia 19 de outubro essas unidades estarão abertas, em uma mobilização nacional, para fornecer as vacinas”, adiantou a diretora de Vigilância em Saúde.
