Repúblicas atendem pessoas em situação de rua
Iniciativa da Secretaria de Assistência Social oferece moradia e auxílio para os beneficiados, estimulando-os a desenvolver senso de responsabilidade e obter independência

Desde 2019, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) mantém um projeto de repúblicas para pessoas que estão superando a situação de rua. A iniciativa, que atualmente conta com sete unidades, tem o objetivo de resgatar a dignidade e cidadania dos beneficiados, assim como prepará-los para conduzir suas vidas de forma independente.
Mantidas em parceria com as organizações sem fins lucrativos: Ministério de Missões e Adoração (MMA) e Morada de Deus, as repúblicas podem atender até 77 pessoas, com idades entre 18 e 59 anos. Enquanto quatro unidades são voltadas exclusivamente para homens, três casas acolhem somente mulheres. Através do Centro POP e dos serviços de abordagem social e acolhimento, a SMAS encaminha os indivíduos selecionados até a central de vagas, que direciona estas pessoas às unidades adequadas. Os moradores podem permanecer nas repúblicas por até dois anos e são auxiliados por toda a Rede Socioassistencial do Município, incluindo o Centro POP; as secretarias municipais de Educação e do Trabalho, Emprego e Renda; e a Fundação de Esportes de Londrina (FEL), entre outros órgãos.

Segundo a diretora de Proteção Social Especial da SMAS, Josiani Nogueira, os moradores das repúblicas devem realizar a manutenção dos espaços, cuidando da limpeza, jardinagem, preparação de alimentos, lavagem de roupas e outras tarefas. “Essas pessoas passaram muito tempo morando na rua. O objetivo do projeto é oferecer a elas um caminho de volta. Ao aprenderem a cuidar de si mesmas e organizar o seu dia a dia, elas têm a chance de ressignificar a sua própria vida”, afirmou.
Profissionais da SMAS realizam a supervisão dos moradores, que pode ser leve ou moderada. As quatro unidades -que contam com supervisão leve- têm capacidade para abrigar até 32 pessoas. Elas são voltadas para os indivíduos que já apresentam comportamentos responsáveis e podem se adaptar mais facilmente à vida independente. Por isso, eles são visitados periodicamente por psicólogos e assistentes sociais, que verificam a evolução desses moradores. Já as três repúblicas com o serviço de supervisão moderada atendem até 45 pessoas. O público-alvo são os indivíduos com mais dificuldades para a organização da vida diária. Estas unidades contam com a presença, 24 horas por dia, de educadores que os monitoram e oferecem auxílio aos moradores.
Entre as repúblicas que atendem mulheres, uma delas é voltada exclusivamente para jovens a partir dos 18 anos, oriundas do sistema de acolhimento institucional. Muitas passaram a vida inteira em instituições de acolhimento. Todas são incentivadas a prosseguir com os estudos e viabilizar a carreira profissional, para que possam obter a independência. De acordo com a diretora de Proteção Social Especial, o projeto de repúblicas vem tendo resultados bastante expressivos. “Em todas as sete unidades, os participantes são estimulados a assumir responsabilidades progressivas. Por meio dos benefícios sociais que recebem, eles passam a comprar seus próprios alimentos e itens de limpeza, assim como dividir as despesas e pagar as contas da casa. Isso é um incentivo para que eles conquistem a sua própria autonomia. Muitas pessoas que passaram pelo projeto, agora vivem suas vidas de maneira independente e voltaram a trabalhar”, contou.
Trilha da Cidadania – As repúblicas mantidas pela SMAS fazem parte da Trilha da Cidadania, uma iniciativa composta por diversos órgãos municipais com o objetivo de oferecer um caminho de recuperação para as pessoas em situação de rua. Além dos serviços de acolhimento, a Trilha da Cidadania também inclui projetos que oferecem atividades culturais e artísticas aos beneficiados.
Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com a diretora de Proteção Social Especial da SMAS, Josiane Nogueira, pelo telefone 3378-0439.