Secretaria de Saúde divulga resultado do primeiro LIRAa de 2022
De acordo com o Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti, a cada cem imóveis da cidade, ao menos cinco têm focos do mosquito

O primeiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2022 aponta que o município de Londrina registra um Índice de Infestação Vetorial Predial (IIVP) de 5,51%. Isso significa que, a cada cem imóveis da cidade, pelo menos cinco possuem focos do mosquito. Segundo o Ministério da Saúde, por estar acima de 3,9% o índice coloca o município em situação de risco para um cenário de epidemia. A classificação oficial indica uma situação satisfatória se abaixo de 1%, e de alerta entre 1 e 3,9%.
Ao todo, foram vistoriados 10.533 imóveis em todas as regiões da área urbana, no período de 10 a 15 de janeiro deste ano. Os resultados do LIRAa foram divulgados na manhã de hoje (27), durante reunião virtual do Comitê Gestor Ampliado da Dengue em Londrina, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Participaram o secretário da pasta, Felippe Machado, o coordenador de Endemias, Nino Ribas, e a diretora de Vigilância em Saúde, Fernanda Fabrin.
O índice de infestação do primeiro LIRAa de 2022 é inferior ao registrado em 2020 (7,70%). Em 2021, o primeiro levantamento do ano não foi executado por conta da pandemia de Covid-19, conforme orientação do próprio Ministério da Saúde. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde realizou uma análise entomológica em 99 bairros com alto risco, que registrou um índice de 5,40%.
Com o LIRAa, foi possível identificar em que locais os imóveis abrigam os focos do Aedes aegypti, vetor que transmite a dengue, zika vírus e outras doenças. Dentre todos os criadouros com larvas ou pupas do mosquito, 91% eram objetos em desuso jogados nos quintais, vasos de plantas e água de chuva armazenada. Os outros 9% estavam em objetos dentro dos imóveis, em cômodos como sala e cozinha.

O secretário Machado informou que o primeiro LIRAa do ano geralmente apresenta um índice alto, por conta dele ser feito em janeiro, época de altas temperaturas, intercaladas com período de chuvas, o que favorece a proliferação dos focos da dengue. “Precisamos do apoio da população na luta contra a dengue, pois mais uma vez o levantamento mostra que 91% dos criadouros estão nos quintais das pessoas e o restante dentro das residências delas, por isso nenhuma ação do poder público vai substituir a participação da sociedade civil no combate ao vetor”, apontou.

O coordenador de Endemias da SMS, Nino Ribas, explicou que o Aedes tem preferência em desovar em locais onde suas próximas gerações tenham acesso a alimentação e espaço, para continuar a proliferação da espécie. “Precisamos chamar a atenção da população para que os cuidados se tornem rotina semanal e possamos ter um melhor controle. Neste momento, estamos em alto risco em relação à incidência de vetor, o que não se remete ao número de casos. Por isso, o intuito das ações após o LIRAa será intensificar os cuidados, partindo desses indicadores”, destacou.
A zona norte foi a região da cidade que apresentou o Índice de Infestação Vetorial Predial mais alto – 6,35%. Nesta área, dos 2.897 imóveis vistoriados pela equipe do LIRAa, 184 possuíam focos do Aedes. Em segundo lugar, as regiões sul e leste empatam com um índice de 5,92%; na sequência, está a região central, com 4,82%, pouco à frente da região oeste, que registrou IIVP de 4,56%.
Dentre os bairros que receberam as vistorias, registraram os dez índices mais altos de focos do mosquito: Chácaras Eucalipto (41,7%); Parque Maristela (37,5%); Residencial Aquaville (33,3%); Jardim Palmas (21,1%); Bela Suíça (20%); Royal Forrest (19,1%); Parque Ouro Branco (17,9); Porto Seguro (17,2); Jardim Gávea (17%); e União da Vitória II (16,1%).
Com relação ao cenário epidemiológico, que avalia os casos suspeitos de dengue, a cidade registrou, desde 1° de janeiro, 555 notificações da doença com uma confirmação. Estão em andamento 516 casos e 38 foram descartados. Dos casos suspeitos de dengue e notificados em 2022, 29,7% são da região norte e 23,1% da zona leste. A região sul registrou 20,7% das notificações; oeste, 16%; e a região central, 10,3%. No ano de 2020, foram registradas oito mortes devido a complicações em decorrência da dengue.

A apresentação foi conduzida pela equipe da Coordenação de Endemias da Diretoria de Vigilância em Saúde da SMS. Além dos dados obtidos por meio do LIRAa, foi divulgado o Plano de Ação para conter a proliferação do vetor e o aumento de casos de endemias, como a dengue.
Ações – As atividades previstas terão um enfoque maior nas localidades com índices de infestação vetorial e epidemiológicos altos, e incluem mutirões de limpeza, que são realizados em parceria com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), e os mutirões educativos, para conscientizar os moradores.
Também serão programados bloqueios pontuais com aplicação de fumacê costal, nas áreas de casos suspeitos; atividades em feriados e finais de semana, especialmente nos imóveis que permanecem fechados durante os dias úteis; e avaliação da densidade vetorial, com uso de ovitrampas – armadilhas de captura do mosquito Aedes.
Uma das novidades apresentadas pela SMS é a execução de uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação, com o objetivo de levar conteúdo aos alunos da Rede Municipal sobre o combate à dengue, de forma lúdica e voltado às faixas etárias determinadas. “Queremos mudar o comportamento das pessoas, também a longo prazo. Por isso, acreditamos que ações como esta trazem um diferencial muito grande, pois estaremos formando as crianças para que se tornem adultos mais conscientes. E com isso, talvez daqui a uns 20 anos possamos conseguir minimizar os impactos que a dengue nos causa”, enfatizou o secretário de Saúde.
Disque-dengue – A Prefeitura de Londrina disponibiliza o Disque-Dengue, um número de telefone com ligação gratuita para que as pessoas possam entrar em contato e denunciar possíveis criadouros do Aedes, seja em imóveis particulares ou áreas públicas. O telefone é o 0800-400-1893 e o funcionamento é de segunda a sexta, das 8h às 18 horas.
Em caso de suspeita de dengue, a orientação da SMS é procurar atendimento na unidade de saúde mais próxima. Os principais sintomas da dengue são: febre alta, erupções cutâneas, dores musculares e articulares, mal-estar, dor de cabeça e cansaço.
Texto: Juliana Gonçalves e Dayane Albuquerque