Saúde divulga índice de infestação da dengue e ações de combate ao mosquito
Muitos criadouros do mosquito foram encontrados em recipientes plásticos, garrafas e latas; 8.588 imóveis foram fiscalizados pelos agentes de endemias
A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, apresentou hoje (17), às 14h, os números do primeiro Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2013. O anúncio foi feito durante o encontro mensal do Comitê Municipal de Mobilização contra a Dengue, realizado na Villa da Saúde, Avenida Jorge Casoni, 2.353, região central.
De acordo com os dados, o índice médio foi de 8%. Isso significa que de cada 100 residências, oito contêm larvas do mosquito transmissor da dengue, apontando para uma situação de risco, segundo o Ministério da Saúde. A região da cidade que apresentou o maior índice foi a central com 8,88% – em 165 imóveis havia focos do Aedes aegypti.
Na região oeste, o índice ficou em 8,12%, com larvas do mosquito presentes em 194 moradias fiscalizadas. Na região leste o índice foi de 7,97%, com 155 focos da dengue. Na região norte, o percentual ficou em 7,77% – em 225 casas os agentes encontraram focos positivos da doença. A região sul foi a que apresentou o menor percentual: 7,51%, correspondente a 168 focos encontrados naquela área de abrangência.
O secretário de Saúde, Francisco Eugênio Alves de Souza, lembrou a importância da população se conscientizar e ajudar no combater à proliferação do mosquito através de medidas simples como, por exemplo, não acumular lixo de forma irregular e materiais que podem conter água parada.
“Esperávamos um aumento nos números do LIRAa devido ao clima, que agora está mais quente e chuvoso e, também, porque o último levantamento foi feito em outubro do ano passado, um período em que ficamos quase um mês sem chuva e a temperatura estava mais amena. Os focos não estão só nos terrenos baldios, mas também dentro de residências. Se todos nós não fizermos nossa parte, corremos o risco da disseminação da dengue”, afirmou o secretário.
Durante este mês, os técnicos da saúde registraram 125 casos suspeitos da doença, dos quais seis foram confirmados. Até o momento, todos os casos confirmados da doença são de pessoas que foram picadas por mosquito em outras cidades, ou seja, são casos importados.
Para o levantamento, os agentes de endemias vistoriaram 8.588 imóveis espalhados pela cidade, sendo que estava prevista a visita a 7.784 residências e pontos estratégicos. Ou seja, 804 locais foram inspecionados a mais do que o programado. A supervisão direta dos trabalhos foi feita em 12% dos espaços visitados, conforme preconiza o Ministério da Saúde. Entre os supervisores de trabalho, 18 são do Ministério da Saúde e têm entre 23 a 33 anos de experiência. Outros 12 são orientadores de equipe capacitados.
Grande parte dos criadouros do mosquito transmissor da dengue foi encontrada em recipientes plásticos, garrafas e latas. Isso porque 43,1% das larvas foram encontradas no lixo. Os chamados “depósitos móveis”, que são os vasos e pratos de plantas e os bebedouros de animais, acumularam 32,5% das larvas encontradas. As larvas do mosquito também foram detectadas em depósitos ao nível do solo, como barris e tanques, além de depósitos fixos como calhas, lajes,e ralos,pneus e buracos em árvores.
Atualmente, 237 agentes de endemias realizam vistorias em domicílios e trabalhos de fiscalização. Outros 14 educadores nos bairros fazem a conscientização da população através da interação com as lideranças comunitárias, escolas e igrejas. O “fumacê” costal também está sendo aplicado por duas equipes com 10 funcionários em todas as regiões da cidade.
Para combater a proliferação do Aedes aegypti, os agentes municipais de endemias intensificaram os trabalhos nas 16 localidades que apresentaram os maiores índices. Além disso, serão implantados mutirões de limpeza em parceria com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e secretarias de Ambiente, Agricultura e de Obras e Pavimentação nas regiões onde os focos estão classificados como de alto risco.
Serão mantidos os mutirões educativos em regiões onde os focos se encontram no interior dos domicílios, limpezas em terrenos baldios das áreas de alto risco, manutenção das atividades de rotina nas áreas críticas a cada 30 dias e ampliação da equipe de operação de Inseticida. Foram firmadas parcerias com os Centros de Referência de Assistência Social para que as regiões das Unidades Básicas de Saúde que apresentaram os maiores índices da larva do mosquito recebam mais trabalhos dos educadores.
A Secretaria de Saúde também implantou o bloqueio veloz dos casos suspeitos da dengue. Assim que os técnicos recebem a notificação de um caso suspeito, é avaliada a situação através do cruzamento de dados do vetor do mosquito, região da cidade e sintomas da doença. Após a avaliação, os dados são repassados imediatamente para a equipe do fumacê costal mais próxima, que vai irá até o local.
A intenção dos técnicos é implantar o exame de NS1, que dará agilidade ao bloqueio do desenvolvimento do mosquito. Com este exame, os casos suspeitos terão a confirmação do resultado positivo ou negativo da doença em até três dias.
Foto: N.com