Espetáculo Dom Quixote reúne mais de 200 alunos da Escola Municipal de Dança

Mais de 200 alunos da Escola Municipal de Dança de Londrina (EMD) iniciam, nesta quinta-feira (1°), uma série de apresentações que encerram as atividades do ano letivo. Realizado tradicionalmente há 29 anos, o espetáculo deste fim de ano reúne alunos que vão do pré-balé ao 8º ano, com participação de profissionais e cenários desenvolvidos por artistas locais, representando espanholas e ciganos para contar a história de amor proibido do “Balé Dom Quixote”, um clássico do chamado “ballet de repertório”.

As apresentações serão entre os dias 1° e 4 de dezembro, às 20h, e também dia 4, às 16h (balé infantil), no Teatro Ouro Verde. Os ingressos estarão sendo vendidos até na secretaria da Funcart até esta quarta-feira (30, das 8h-12h e 13h30-19h. Após, estarão disponíveis na bilheteria do Teatro Ouro Verde. Os valores são R$ 15,00 (meia-entrada) e R$ 30,00 (inteira). A produção é feita de forma independente, custeada com a ajuda dos pais dos alunos, e aberta a toda comunidade.

Baseado no livro clássico Dom Quixote de La Mancha, de Miguel Cervantes, o Balé Dom Quixote teve sua primeira adaptação para o balé em 1740, na Áustria, por Franz Hilverding, depois com Jean Georges Noverre, em 1768, também em Viena, com música de Josef Starzer. Desde então, o romance tem sido representado de diversas formas e linguagens artísticas em todo o mundo. Já em 1869, o Ballet Imperial, no Teatro Bolshoi, estreou uma das mais conhecidas montagens de balé, com a coreografia de Marius Petipa e música de Ludwig Minkus, em Moscou, na Rússia. Essa é, justamente, a versão na qual a EMD preparou sua releitura para contar as aventuras de Dom Quixote e de Sancho Pança em meio ao romance da jovem Kitri com o barbeiro Basílio. A característica principal do espetáculo são os traços hispânicos, com cavaleiros animados e espevitadas senhoritas.

A montagem em questão, segundo a coordenadora pedagógica da EMD e diretora geral do espetáculo, Luciana Lupi, é considerada “ballet de repertório”, um espetáculo clássico que conta uma história por meio de coreografias divididas em atos, ou cenas, que ajudam a construir a linha temporal da narrativa, característica similar às peças de teatro. “Nossa montagem será realizada na íntegra a original, divida em quatro grandes atos. No total, serão 24 coreografias de balé clássico e outras três danças contemporâneas adaptadas à montagem”, afirmou.

Um dos momentos mais importantes nesse balé é o Grand Pas De Deux, com os personagens Kitri e Basilio, que já foram interpretados por grandes bailarinos da história do balé em todo o mundo. “Dentre os alunos da escola, temos cinco formandas que farão várias participações, além de outros personagens”, adiantou Lupi. A direção artística é de Marciano Boletti.

Conforme a coordenadora, a preparação para este grande espetáculo começa no início do ano letivo, quando a história da montagem, bem como o estilo do espetáculo e técnicas são ensinadas de acordo com o nível de cada turma e bagagem acumulada. “Desde o início do ano, os alunos já têm contato com o que vem pela frente e as técnicas que serão utilizadas na montagem. Fechar o ano com um espetáculo como esse é uma forma de colocarem em prática de forma artística o que aprenderam em sala de aula”, disse, completando que participam alunos da unidade Centro (sede) e da unidade Norte.

Além dos alunos, haverá participação especial do bailarino Matheus Nemoto, que integra o corpo profissional do Ballet de Londrina e já foi aluno da EMD, depois de ser descoberto pelo extinto projeto Faces, que era realizado em escolas públicas da periferia de Londrina.

A história – Dom Quixote, seguido de seu fiel escudeiro Sancho Pança, está em busca de Dulcinea, sua amada que surgiu em seus sonhos. Chegando em Sevilha, ele conhece Kitri – uma bela jovem prometida em casamento ao nobre Gamache – e a confunde com Dulcineia. Kitri e seu amado Basílio, seguindo os conselhos de Espada e Mercedes, acompanham Dom Quixote e Sancho Pança até um acampamento cigano, onde permanecem.

Ao chegar no acampamento, Dom Quixote luta contra moinhos de vento pensando serem gigantes que ameaçam a segurança de Dulcinea. Depois, cai em um sono profundo e sonha com moças, dentre as quais, Kitri simboliza Dulcinea.

Lorenzo, pai de Kitri, a encontra e força a jovem a casar-se com Gamache. Basílio finge cometer suicídio e Kitri pede que Dom Quixote convença seu pai a deixá-la se casar com o cadáver. Depois de receberem o consentimento, Basílio “ressuscita” e agradece, ao lado de Dom Quixote, por Lorenzo e Gamache terem aceitado o amor dos jovens. O casamento acontece e Dom Quixote se despede, para continuar sua aventura em busca da amada de seus sonhos.

Sobre a EMD – Fundada em 1990, a Escola Municipal de Dança de Londrina integra as atividades da Fundação Cultura Artística de Londrina (Funcart), uma instituição privada, sem fins lucrativos e de caráter cultural, que gerencia ainda uma Companhia Profissional de Dança e uma Escola de Teatro. A Funcart tem patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio de convênio com a Secretaria Municipal de Cultura (SMC).

Na perspectiva de garantir o acesso à formação cultural, cerca de 90% dos alunos são bolsistas (parciais ou integrais) das duas Escolas (a de Dança e de Teatro) e os demais alunos pagam mensalidade equivalente a 10% do salário mínimo nacional. Com enfoque na profissionalização através da arte, a Escola Municipal de Dança já garantiu a vários de seus ex-alunos a possibilidade de viverem da arte. Muitos bailarinos formados pela Escola hoje estão contratados ou passaram por Companhias Profissionais, tais como o Ballet da Cidade de São Paulo, o Ballet do Teatro Castro Alves, Companhia de Dança Batsheva (Israel) e o próprio Ballet de Londrina. E vários outros passaram a integrar o quadro docente da própria Escola.

Texto: Assessoria de Imprensa – Comunicação Criativa e Produção Cultural