Cidade

Servidora da Secretaria Municipal de Saúde vence concurso de poesia

Foi a primeira vez que uma paranaense conquistou o primeiro lugar no Concurso Internacional de Poesia de Joaquim Távora

A servidora da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, Vanira Souza, foi a vencedora do 6° Concurso Internacional de Poesia de Joaquim Távora (PR), com destaque na categoria Educação e Literatura, que premia as melhores poesias. Formada em Letras, ela venceu o concurso com o poema intitulado “Lusco-Fusco”. A cerimônia de premiação foi transmitida ao vivo por um canal nas redes sociais, direto da Estação Ferroviária Afonso Camargo em Joaquin Távora. Em sua 6ª edição, o concurso teve pela primeira vez uma representante paranaense conquistando o primeiro lugar.

Vanira Souza é formada em Arquivologia, mas, por paixão a literatura, decidiu, em 2016, voltar aos estudos e cursar uma segunda graduação, tendo escolhido Letras – Português. No ano de 2019, devido a sua paixão pela área, concluiu o curso realizando o seu sonho. Em 2020, começou a escrever alguns textos para enviá-los a concursos e revistas, alguns deles publicados pela revista Cult na seção “Lugar de fala”.

A partir disso, segue escrevendo e sempre participando de concursos e desafios que envolvem a escrita e a poesia. Em 2021, ela também participou do Concurso Literário Nacional de Contos pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e teve a alegria de ser selecionada entre os 30 classificados com o conto “Perobal, Perobinha” para a publicação do livro “Prêmio Literário de Contos da UEL 50 anos”.

Hoje graduada em Letras Vernáculas e Clássicas pela UEL, é especialista em literatura Brasileira e pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos.

Vanira Souza, que é técnica de Gestão Pública da Saúde, há dez anos no serviço público municipal, ressaltou que se sentiu muito feliz e grata ao receber o prêmio do 6º Concurso Internacional de Joaquim Távora. “Sou apaixonada por literatura desde criança, sinto atração pelas palavras e esse poema foi inspirado no dia a dia da cidade, com seus trabalhadores que fazem com que ela exista, aconteça e permaneça. Procurei homenagear, principalmente, aqueles que trabalham no período da noite e no lusco-fusco, ou seja, ao anoitecer ou alvorecer”, contou.

Poema “Lusco-fusco”

Na quietude

No silêncio da noite

Depois de um dia exaustivo

Os corpos procuram repouso

Esgotados

Relaxam

Mente, corpo e alma

E no cerrar dos olhos

Mergulham no mundo onírico

Por um instante

Leve

Flutuam

Um cenário perfeito

De trabalho e prosperidade

Sem exploração e preconceito

E nesse sono reparador

Para reabastecer o vigor

O tempo é esquecer

Que no alvorecer

Recomeçará o labor.

No calar da madrugada

Enquanto os olhos se fecham

Muitos permanecem abertos

No movimento sutil

Infindável da vida urbana

Aguardam o amanhecer

Em corredores extensos

Pés caminham devagar

Quietos, cuidadosos

Corpos trabalham

Em meio à angústia

Trazem nas mãos um lenitivo

Alívio para os que chegam à vida

E para os que se despedem dela

Seja no primeiro choro

Ou no último sussurro.

No anseio de voltar para casa

Apreciando estrelas

Outros corpos buscam sustento

Trafegando em trilhos, ruas, avenidas

E até nuvens

Transportando sonhos

Direcionando caminhos

Os faróis iluminam

À espera do lusco-fusco

A vida corre

 

Um música

Um boné

Um café

Um tripé: suor, pão e solidão.

No passar das horas

Na força do braço

Na esteira da vida

No brilho do aço

O ir e vir não para

No girar de engrenagens

Transita um ser de coragem

Com olhos de águia

Sem permitir devaneio

Protege o bem alheio

Do chão de galpões

As produções

Seguem seus destinos

De norte a sul

Chuva ou sol

Invernos ou verões

Nas rodas de caminhões.

Noite adentro

Olhos despertos

Ouvidos a postos

De repente um toque

Um ser aflito disca três dígitos

Uma vida, um segundo

De um lado, uma voz trêmula

Do outro, um ouvinte atento

Uma voz que acalma

O tempo urge

Sirene ao vento

Giroflex no asfalto

É o ciclo da rua

Dia e noite

Como o sol e a lua

Corpos que sustentam

Da cabeça aos pés

Com força e fé

Constroem com vontade

O dia a dia da cidade.

Texto: Daiane Dutra, sob orientação dos jornalistas do Núcleo de Comunicação (N.Com) da Prefeitura de Londrina.

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