Cidadão

Londrina tem 358 casos confirmados de dengue

Somente na região sul, há 263 pacientes com a doença; índice representa um aumento de 51% em relação à semana anterior

Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (14), a Secretaria Municipal de Saúde divulgou relatório com dados atualizados sobre a situação da dengue no município. Segundo o boletim semanal, o número de casos confirmados da doença saltou para 358, ante os 236 da última semana. O aumento de pouco mais de 51%, em relação ao relatório da semana anterior, indica que Londrina ainda está em risco de uma epidemia de dengue.

Desde o início do ano, foram registradas 2.788 notificações da doença. Até o momento, 992 casos foram descartados, mediante resultado negativo em exames laboratoriais, e outros 1.433 estão em andamento, no aguardo dos resultados.

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, frisou que a região sul continua com o maior número de casos confirmados de dengue. São 263 pessoas com a doença, o que representa mais dois terços dos casos em toda cidade. Na UBS Itapoã, que teve seu horário de funcionamento ampliado para atendimento exclusivo dos pacientes com dengue, são 202 pacientes com resultado positivo da doença.

Na coletiva, Machado apontou que houve uma queda importante em relação ao índice de notificações de dengue. Porém, como os exames laboratoriais tiveram um aumento considerável de resultados positivos, os cuidados da população para conter o avanço da doença devem continuar. “Isso gera uma situação preocupante. Hoje são 358 casos confirmados, e esse aumento não se refere, exclusivamente, à circulação viral da semana, e sim de um processo acumulativo de casos confirmados que recebemos diariamente do laboratório central de Curitiba. De qualquer forma, é algo que nos preocupa muito, pois temos três óbitos em investigação nesse momento, em suspeita de dengue. E ainda há a necessidade de apoio e participação da comunidade e da sociedade civil, porque continuamos encontrando muitos focos do Aedes aegypti nas residências e, por mais que o Município tenha desencadeado um conjunto de ações de combate nos últimos dois meses, se não contarmos com o apoio da população, a epidemia pode chegar a nossa cidade”, comentou.

Além do trabalho de limpeza, e orientação da comunidade para que mantenha seus imóveis livres de pontos que possam servir de criadouro ao Aedes, a secretaria considera solicitar autorização do Ministério da Saúde, para aumentar o ciclo de aplicações do fumacê na região sul. Inicialmente, foram percorridos cinco ciclos em todas as regiões de Londrina, mas diante do grande número de casos de dengue, a zona sul já recebeu sete ciclos. Caso o Ministério dê o aval, os bairros da região poderão receber até nove ciclos do veneno, que afeta o mosquito somente em sua fase adulta. “Volto a frisar que não adianta aumentar o número de ciclos se a população não colaborar. Ao passo que eliminamos o mosquito na fase adulta, com o fumacê, os focos permanecem dentro das residências”, disse Machado.

Foto: Vivian Honorato

Ações – Neste sábado (16), agentes de Endemias farão um trabalho intensivo nos bairros Franciscato e São Lourenço, que integram a área de abrangência da UBS Itapoã. Segundo a diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Sônia Fernandes, o trabalho irá envolver também os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) da unidade, e associações de moradores.

O ponto de concentração da atividade será a Capela localizada na Rua Luiz Anelli, próximo à UBS Itapoã, com início das atividades às 8 horas. “Nossa expectativa é vistoriar o máximo de imóveis, fazendo a eliminação dos focos do Aedes, orientando a comunidade sobre as formas de prevenção da dengue. Teremos o apoio de um caminhão da CMTU, que irá recolher os materiais descartados, inclusive em áreas públicas, como os fundos de vale”, detalhou Sônia.

Prevenção – Conter a proliferação do mosquito transmissor é a melhor forma de evitar novos casos de dengue. É essencial realizar, ao menos uma vez por semana, a limpeza ou descarte de todos os pontos que podem acumular água, como pneus, vasos de plantas, garrafas, piscinas, ralos, calhas e outros recipientes.

A aplicação do fumacê ocorre em dois horários, quando as temperaturas são mais baixas e há uma maior atividade do Aedes aegypti. Os veículos percorrem os bairros das 6h30 às  10 horas, e das 17 às 19 horas. Durante a passagem do caminhão com o fumacê, é preciso abrir janelas e portas, para permitir a entrada do inseticida. Recipientes com alimento ou água potável, como os utilizados para comida e bebida de animais domésticos, devem ser protegidos.

Sintomas – Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor intensa pelo corpo e manchas avermelhadas. Em caso de suspeita da doença, é preciso procurar assistência médica, seja nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou de Pronto Atendimento (UPAs), pois o diagnóstico é confirmado clinicamente, através de exames laboratoriais.

O tratamento da doença é sintomático e inclui, principalmente, medicamentos analgésicos que aliviem a dor, com administração de soro para reidratação do paciente.

Assim como em outras doenças, a automedicação não é indicada em casos suspeitos de dengue, pois pode levar a complicações graves. A manifestação dura em torno de uma semana, com cura espontânea em cerca de 10 dias.

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