Cidadão

Entidades apresentam resultados de projetos financiados pelo PROVERDE

Prefeitura de Londrina investiu R$ 400 mil em trabalhos de conscientização e educação ambiental, além de pesquisas na área

Foto: Ana Hedler

Na manhã desta quinta-feira (28), 12 instituições de Londrina apresentaram os resultados que obtiveram durante a execução de projetos financiados pelo Programa Municipal de Incentivo ao Verde (PROVERDE). A apresentação aconteceu das 8h às 12h, no auditório da Prefeitura de Londrina, na Avenida Duque de Caxias, 635.

Ao todo, mais de 100 pessoas participaram do evento, que reuniu os proponentes dos projetos, a comunidade e alunos atendidos, além de servidores da Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA) e o público em geral. Segundo o secretário do Ambiente, José Roberto Behrend, a intenção de organizar a apresentação dos resultados foi uma maneira encontrada pelos técnicos para escutar o que os proponentes dos projetos têm de apontamentos que possam ajudar a melhorar o programa municipal para as próximas edições e de abrir um espaço para que todos conheçam as iniciativas.

Foto: Ana Hedler

“É uma satisfação muito grande para nós da SEMA disponibilizarmos os resultados dos projetos. É uma maneira de angariarmos o feedback dos participantes para pensarmos o novo Proverde. A SEMA aprendeu muito com essa integração da soiedade privada com o poder público e percebemos que podemos trabalhar com políticas públicas mais eficientes e com essa transparência que queremos dar a todo o processo”, concluiu Behrend.

Os resultados apresentados advém de trabalhos que foram desenvolvidos desde maio de 2018. O Proverde é um projeto em que a SEMA e o Conselho Municipal do Meio Ambiente (CONSEMMA) trabalham em conjunto na elaboração dos editais. A partir de chamamentos públicos, a sociedade civil, por meio de entidades organizadas, pode apresentar projetos pautados nas diretrizes traçadas nas conferências municipais, estaduais e nacional do meio ambiente.

Para esta edição do Proverde foram investidos R$ 400 mil, provenientes do Fundo Municipal do Meio Ambiente (FMMA). Com isso, 12 projetos foram contemplados. Para o  gerente de Projetos e Análise Ambiental da SEMA, Thiago Augusto Domingos, o destaque dos resultados foi a educação ambiental dada a quantidade de projetos apresentados. Para ele, sabe-se quantas pessoas se envolveram nas atividades, mas quando se analisam projetos de educação ambiental não há como mensurar o alcance total, dada a grande quantidade de pessoas atingidas. “O resultado foi extremamente positivo e nos dá a possibilidade de continuação desse projeto. Esse foi o primeiro edital que a gente conseguiu levar para frente, por isso aprendemos muito com ele”, frisou.

O representante do CONSEMMA, Wagner Luis Kreling, lembrou que o Proverde se utiliza de recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente, para incentivar a pesquisa e a execuação de trabalhos com a comunidade. “Para a Câmara Técnica de Educação Ambiental do Conselho é um prazer fazer parte desse momento. É uma alegria ver 12 trabalhos contemplados que trazem resultados positivos, além de ser um momento de feedback onde valorizamos os resultados que aconteceram com eles e despertamos interesses em novas pesquisas”, acredita.

Projetos – Ao todo, foram 12 projetos financiados pelo programa municipal. Entre eles estiveram presentes a empresa júnior de Engenharia Ambiental da Universidade Estadual de Londrina (Gaia Júnior), que elaborou um inventário de arborização contendo informações sobre mais de 41 mil árvores georreferenciadas em toda cidade. A Agência Nacional dos Aposentados e Pensionistas (ANAP) foi até a comunidade indígena Kaingang para realizar rodas de conversa sobre questões ambientais e culturais desse público.

Já os profissionais do Lar Anália Franco de Londrina uniram as crianças em situação de vulnerabilidade social em um projeto que integrou a todos e exigiu cuidados para a manutenção ao longo do tempo. As 43 crianças de zero a 18 anos atendidas no abrigo e as 168 crianças, de zero a cinco anos, que vivem na creche aprenderam juntas a cultivar uma horta florestal comunitária e fizeram uma composteira, tudo em um terreno de 32 mil metros quadrados.

O responsável pelo Lar, Alexandre Isidoro Jeronymo, explicou que o projeto oportunizou o contato com a terra, com o plantio, a produção e a colheita dos produtos advindos da horta, o que envolveu as crianças muito mais do que o esperado. “O envolvimento foi muito grande e emocionante. No projeto, eles aprenderam a cuidar do que é deles, tiveram contato com a terra que serve como terapia, e puderam extravasar, ir além de seus limites. Nós nos surpreendemos com o envolvimento das crianças e adolescentes, porque desde as crianças de 5 anos até os mais velhos, em muitos momentos, os vi envolvidos”, contou.

A monitora desse projeto, Nathalia Lima Moreira, disse que dado o estímulo ofertado às crianças, duas delas voltaram para a escola. “Foi muito mais do que eu esperava, porque o contexto social das crianças é muito difícil e mesmo assim elas participaram bastante. Aprendi muito com elas. Valeu muito a pena”, ressaltou.

Outras iniciativas foram realizadas como com a população do assentamento Eli Vivi, na zona rural, que também foi beneficiada com o cultivo de uma horta comunitária; pela ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE), que identificou e analisou o habitat e a população de antas e o Bioma I – Histórias em Quadrinhos no Combate ao Aedes aegypti, desenvolvido pela professora de Design Gráfico da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Paula Napo, e do estudante de engenharia ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Lucas Napo.

Segundo Paula, o objetivo foi trabalhar a parte educacional e de conscientização da população através de histórias em quadrinhos. Para isso, três faixas etárias, que vão do público infantil ao adulto, foram atendidas com a produção de três revistas e materiais de apoio, com folder e cartazes. ”Antes do edital já tinhamos feito essas narrativas na universidade com o tema de saúde pública e uma vez contemplados começamos a viabilização do material, criamos uma identidade visual para comunicarmos melhor e fizemos ações práticas em entidades, visitas a escolas e distribuímos os materiais. Foram 75 mil gibis, 25 mil de cada faixa etária e 5 mil folder e mil cartazes”, ressaltou a proponente da iniciativa, que recebeu cerca de R$ 40 mil pelo trabalho.

Os materiais produzidos pela dupla foram distribuidos na rede municipal de ensino e para a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do trabalho dos agentes municipais de saúde. A intenção dos irmãos agora é dar continuidade, por meio de um projeto de extensão que foi proposta na UEL e que terá 24 meses de duração.

Este ano, os técnicos da SEMA estão estudando a publicação de um novo edital do Proverde. Para isso, a ideia do edital será debatida em reunião com o Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Projetos

  • Lar Anália Franco de Londrina – Uma Horta Floresta no Lar
  • Agência Nacional dos Aposentados e Pensionistas (ANAP) – Roda de Conversa Kaingang
  • ADECOM – Ambiente em Pauta
  • ONG Desenvolvimento Ambiental (ONDA) – Conhecer e Conservar
  • Associação Cultural e Social Amar Sim – Futuro Verde Londrina
  • Gaia Júnior: Empresa Júnior de Engenharia Ambiental – Inventário e Georreferenciamento Arborização Urbana
  • Instituto Cidadania – Oficinas Agroflorestais no Assentamento Eli Vive
  • I. Governador José Richa – Compostagem e Reciclagem nas creches
  • Meio Ambiente Equilibrado (MAE) – Estimativa e análise do habitat e da população de anta
  • Associação Terra Roxa – Agricultura Orgânica
  • Bioma I – Consultoria Ambiental- Aedes Egypti – Histórias em Quadrinhos no Combate aoAedes aegypti
  • Bioma II – Consultoria Ambiental- Mastofauna – Cenário atual da mastofauna de grande porte: e a influência dos cães domésticos sob o aspecto epidemiológico

Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com o gerente de Projetos e Análise Ambiental da SEMA, Thiago Augusto Domingos, pelo telefone 3372-4772.

Texto: Ana Paula Hedler

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