Londrina debate a eliminação da violência contra mulheres
Encontros realizados pela internet vão abordar a violência doméstica e familiar, os serviços de atendimento às vítimas e a importância da prevenção e da conscientização
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Anualmente, em 25 de novembro, o mundo debate as formas de eliminar todo e qualquer tipo de violência contra as mulheres. Em Londrina, não é diferente. Nesta quarta-feira (25), a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) realiza diversos encontros para tratar deste tema tão importante e muitas vezes naturalizado pela sociedade.
A partir das 19 horas, a população poderá acompanhar a live com a coordenadora da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, Familiar e Sexual de Londrina, Sueli Galhardi. O encontro será transmitido pelo Instagram da organização sem fins lucrativos e filiada ao ramo estudantil da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Women in Engineering – @WIE.UEL.
Galhardi abordará as violências elencadas na Lei Maria da Penha (física, sexual, psicológica, moral e patrimonial) e os serviços disponíveis para o atendimento das vítimas, através da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, Familiar e Sexual de Londrina. “Minha perspectiva é trabalhar a violência contra mulher como fenômeno social que traz a desigualdade de gênero. E, para enfrentá-lo, precisamos ter a união de toda a sociedade, contando com a participação ativa dos atores e todas as instituições, para formarmos uma rede conjunta”, explicou a coordenadora da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, Familiar e Sexual.
Em Londrina, a Rede de Enfrentamento à Violência trabalha as questões assistenciais às vítimas, por meio dos serviços ofertados pelas diversas secretarias municipais (como a SMPM, saúde, segurança e educação) e outros órgãos públicos. Entre os serviços que serão apresentados estão: o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CAM), a Casa Abrigo Canto de Dália (CACD), o Centro de Oficinas para Mulheres (COM) e a Feira Arte Mulher, além de outros projetos que visam à educação e conscientização de todos sobre o assunto. A intenção é que a converse dure cerca de uma hora.
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Lançamento de livro – Ainda quarta-feira, às 19 horas, as autoras Teresa Sacchet, Silvana Mariano; Cássia Maria Carloto; Márcia Tavares; Josimara Delgado; Luana Passos de Souza; Simone Wajnman; Mani Tebet Azevedo de Marins e os autores Fábio Waltenberg e Márcio Ferreira de Souza lançarão a obra “Mulheres, Gênero e Transferência Condicionada de Renda: Perspectivas interdisciplinares dos estudos do Bolsa Família”. Para tanto, elas e eles estarão na Plataforma de Videoconferência ZOOM. Para conversar com os autores será preciso acessar o link https://bit.ly/3ffYN3R e utilizar a senha de acesso número 457027.
A obra traz os estudos e pesquisas de doutores e pós-doutores brasileiros que se dedicam a entender e analisar as políticas públicas de assistência social, educação e para as mulheres, orientadas à perspectiva de ações de combate à pobreza, através dos programas de transferência de renda. Atualmente, os programas priorizam o repasse de renda às mulheres, envolvendo-as em uma gama de obrigações e condicionalidades, o que evidencia algumas contradições como, por exemplo, nas questões vinculadas à maternidade e à ausência de creches gratuitas. Estes e outros pontos relacionados ao mesmo assunto serão debatidos durante o lançamento do livro.
Sobre os autores – Silvana Mariano é doutora em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas e professora da UEL. Ela estuda gênero, principalmente focando no feminismo, no programa Bolsa Família e nas políticas públicas relacionadas à área para a garantia da cidadania. Cássia Maria Carloto também é professora da UEL, com pós-doutorado em Serviço Social pela PUC-SP. Integra a Rede de Pesquisa Família e Política Social (REFAPS) e pesquisa sobre a inserção das mulheres no Bolsa Família.
Márcia Tavares é pós-doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe e professora da Universidade Federal da Bahia, onde pesquisa sobre mulher, desigualdades sociais, políticas públicas e a aplicação da Lei Maria da Penha. Josimara Delgado é pós-doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde ministra aulas e se dedica a estudar as relações entre classe, gênero e gerações, pesquisando histórias de vida, memórias e proteção social de antigos trabalhadores; e sobre gênero e políticas públicas e sobre o trabalho do assistente social.
Luana Passos de Souza é doutora em Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisa sobre justiça distributiva, políticas sociais, Estado de Bem-Estar Social, assistência social e desigualdades diversas. Simone Wajnman é pós-doutora em Demografia pela Universidade de Princeton, professora da Universidade Federal de Minas Gerais e foi secretária e vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP).
Mani Tebet Azevedo de Marins também é pós-doutora em Sociologia pela UFRJ e doutora pela mesma instituição e pela École Normale Supérieure de Lyon (ENS/Lyon). Ela pesquisa a implementação de políticas públicas, a relação do Estado e da sociedade, e os programas de transferência de renda. Fábio Waltenberg é professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), pesquisador do Centro de Estudos de Desigualdade e Desenvolvimento (CEDE) e doutor em Economia pela Université Catholique de Louvain, Bélgica, com pós-doc pela Cátedra de Desigualdades do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ. Por fim, Márcio Ferreira de Souza é professor da Universidade Federal de Uberlândia, doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisador em sociologia dos usos do tempo, sociologia das emoções e gênero (ênfase em teorias da masculinidade e feministas).
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Canal Black Divas – Para finalizar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, às 19h30, a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Liange Doy Fernandes, participará de uma transmissão ao vivo no canal do Youtube do Coletivo Black Divas (clique para acessar ao canal).
Com Fernandes, estarão presentes o promotor de Justiça do Ministério Público do Paraná, Paulo Tavares; o coordenador de Tratamento e Análise da Superintendência do Diálogo e Interação Social do Estado do Paraná (SUDIS), Denis Denilton Laurindo; a professora e coordenadora do Coletivo Black Divas e Marcha do Orgulho Crespo de Londrina e região, Sandra Mara Aguillera, a professora do Colégio Estadual Hugo Simas, Meire Anne Teodoro e a professora da Universidade Estadual de Minas Gerais, pós-doutoranda da Fiocruz e pesquisadora de gênero e ciências, mulheres do campo, educação em saúde, história, cultura afro-brasileira, e feminismo negro, Polyana Valente.
Segundo a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, o dia 25 de novembro lembra os gestores públicos da importância das políticas públicas que visam à erradicação da violência contra a mulher, além de chamar a atenção da população para esse tema. “A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou, em 1999, o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher, para estimular toda sociedade nacional e internacional a realizar eventos anuais abordando a temática. Isso é uma necessidade. É através da conscientização e do diálogo que conseguiremos prevenir e erradicar a violência que destrói a vida de mulheres e que cerceia os direitos humanos mais básicos, como a dignidade”, ressaltou.
Segundo os estudos do Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), globalmente, uma em cada três mulheres (35%) sofre violência física ou sexual por parte do parceiro ou de terceiros durante a vida. Além disso, quase 40% dos assassinatos de mulheres são cometidos por seus parceiros amorosos.
Para combater e prevenir a violência contra a mulher, Londrina conta há nove anos com a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, há 22 anos com o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres e, desde 2012, com a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, Familiar e Sexual contra a mulher, sendo que a mesma passou a funcionar com um fluxo de atendimento em rede, em 2019. As ações fazem parte da campanha internacional 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que é coordenada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, com a participação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e da Gestão Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com a secretária de políticas para as mulheres, Liange Doy Fernandes e com a coordenadora da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, Familiar e Sexual, Sueli Galhardi, pelo 3378-0119.