Projetos desenvolvidos na Prefeitura serão apresentados em congresso de Saúde Mental
Ações realizadas pelas secretarias de Recursos Humanos, em parceria com a UEL, e também ações de Saúde podem ser conferidas sexta-feira (31), no Anfiteatro do CCS/HU
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O I Congresso Pé Vermelho de Saúde Mental, que será realizado nesta sexta-feira (30) e sábado (31), terá a apresentação de diversos trabalhos, concluídos ou em andamento, relacionados ao tema principal do evento. Destes, cinco são executados na Prefeitura de Londrina, por meio das secretarias municipais de Recursos Humanos e de Saúde. Os painéis ficarão expostos nesta sexta-feira (30), a partir das 10 horas, e serão apresentados das 13 às 14 horas. A premiação dos três melhores trabalhos será no sábado (31), às 15h45, no encerramento do evento.
As atividades serão realizadas no Anfiteatro do CCS/HU, localizado na Avenida Robert Koch, 60. O I Congresso Pé Vermelho de Saúde Mental é uma realização da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde (SESA). A programação inclui palestras, mesas-redondas, apresentação de trabalhos acadêmicos e comemoração do aniversário de 15 anos do curso de Especialização em Saúde Mental, da UEL.
Para a diretora de Serviços Complementares em Saúde do Município, Cláudia Denise Garcia, um dos pontos chave do encontro será a troca entre os profissionais, que terão contato com vários pesquisas e relatos de experiências exitosas. “Com o conhecimento você recicla o profissional e, automaticamente, há uma melhora na qualidade da assistência. Então é importante as equipes reverem suas práticas, trazerem essas novas experiências, na tentativa de melhorarmos o que ofertamos. Temos em Londrina quatro serviços para saúde mental, e esse paciente é atendido desde a atenção básica aos hospitais clínicos ou especializados. Por isso fizemos um rol de temas diversos, que podem melhorar a assistência nos variados locais em que o usuário pode buscar seu atendimento”, explicou.
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Recursos Humanos – A Secretaria Municipal de Recursos Humanos (SMRH) conta com o Programa de Desenvolvimento, Valorização e Capacitação do Servidor Público Municipal. O eixo “Atenção ao Servidor: Qualidade de Vida no Trabalho” integra o programa, e busca desenvolver competências e habilidades direcionadas à qualidade do atendimento.
As assistentes sociais da SMRH, Jeane Terezinha Buzzo Costa e Marcelle Diorio de Souza, conduzem o programa, que firmou parceria com a disciplina de Estágio em Saúde, do curso de Psicologia da UEL. Por meio dele, a professora Josiane Cecília Luzia, que é doutora em Neuropsicologia Clínica, participa do projeto, assim como as estagiárias Bárbara Yamamoto e Letícia Assis, que estão sob supervisão da psicóloga da SMRH, Cristiane Balan.
Um dos trabalhos desenvolvido pelo programa, e que será apresentado no congresso, é realizado junto aos servidores da ACESF. Segundo a professora Josiane, a atuação em conjunto, entre a UEL e a Prefeitura, foi motivada pela necessidade, observada pela equipe do Município, em trabalhar a saúde mental dos servidores. “Aceitei o desafio, proposto ao departamento, junto com as estagiárias. Fizemos uma nova avaliação, pois houve uma lacuna de tempo entre a demanda inicial e quando iniciamos os trabalhos, em abril, e percebemos que essa demanda se mantinha”, citou.
O projeto abrange 46 servidores da ACESF, que trabalham em regime de plantão e atendem diretamente ao público. As capacitações são organizadas através de oficinas integrativas, que abordam a comunicação interpessoal, mais especificamente assertividade e empatia. “E daremos continuidade ao tema, com resolução de conflitos no âmbito laboral. No questionário de satisfação, a maioria dos participantes avaliou que ter um espaço para falar das angústias, do trabalho cotidiano, ser ouvido sem julgamento e refletir sobre os assuntos propostos auxilia muito no seu próprio gerenciamento, e que o trabalho deve continuar pois é uma desconstrução e reconstrução de regras, auto-regras, por exemplo”, destacou a professora.
Josiane complementou que alguns ainda são mais resistentes, porém isso já era esperado. “Mudar a cultura organizacional é uma tarefa árdua, necessitamos de capacitação e engajamento de todos os gestores. Portanto, é algo possível e, assim, avaliamos que o trabalho tem contribuído para a saúde mental dos servidores, em geral”, finalizou.
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Medicina da Família – Outros quatro projetos inscritos no congresso são desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Saúde, no âmbito da Residência de Medicina da Família e Comunidade. A supervisora do Programa de Residência, Beatriz Zampar, destacou a construção do protocolo de Saúde Mental para a Atenção Básica. “Trata-se de algo inédito, produzido pela residência de medicina de família e comunidade juntamente com as equipes do CAPS, com o objetivo de qualificar as equipes da estratégia da saúde da família para atender com cada vez mais qualidade e resolutividade a população com sofrimento mental”, detalhou.
O projeto “Praticando a empatia: aplicação de grupos Balint na formação de médicos da família e comunidade” possui base psicanalítica. “Seu objetivo é exercitar a empatia dos futuros médicos de família e comunidade formados pela Secretaria Municipal de Saúde”, contou a supervisora.
Os outros projetos inscritos são “Manejo de Benzodiazepínicos: uma revisão”, que apresenta os riscos dessa classe de medicação, do seu uso crônico, dependência e síndrome de abstinência. “A pesquisa traz a Atenção Básica como ferramenta importante para desprescrever, ou seja, retirar essa medicação tão potencialmente danosa da nossa população”, citou. Dentre os benzodiazepínicos mais comuns, Beatriz elencou clonazepam, diazepam e alprazolam.
Por fim, a importância da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) no processo de formação do profissional de saúde é o tema abordado pelo projeto da equipe de residência da SMS. “Esse trabalho foi feito no sentido de relacionar a terapia com formação do profissional de saúde, seja ele profissional médico ou agente comunitário de saúde, sendo que a terapia é superpotente, tanto para a população quanto para os profissionais de saúde”, concluiu a supervisora.
A Residência de Medicina da Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde é uma pós-graduação médica, do tipo treinamento em serviço, que forma médicos especialistas em Atenção Primária à Saúde. “Os profissionais envolvidos prestam assistência nas unidades de Saúde do Município. Dessa forma, esses e outros projetos trazem benefícios para a população e para as equipes de saúde envolvidas”, ressaltou a supervisora do Programa de Residência.
Para a imprensa: outras informações podem ser obtidas com a diretora de Serviços Complementares em Saúde, Cláudia Denise Garcia, no 3372-9846; e com a Secretaria Municipal de Recursos Humanos, no 3372-4040.